quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

APOSTOLICES


A Palavra de Deus afirma que o Senhor Jesus, no início de seu ministério, após uma noite de oração e comunhão com o Pai, chamou dentre os seus discípulos doze homens, pôs-lhes o nome de “apóstolos” e os designou como principais porta-vozes de sua missão na terra, responsáveis diretos pela propagação da Sua doutrina após a Sua partida para o céu (Lc 6:12-16; At 1:1ss). Com a traição e morte de Judas Iscariotes, os demais julgaram conveniente nomear-lhe um substituto, por entender que a escritura designava a necessidade desta substituição (At 1:15-26), e por sorteio Matias foi contado com os demais. Algum tempo depois, Saulo de Tarso afirmou que, em visão, o Senhor Jesus o havia designado a ser o apóstolo enviado aos gentios.

O fato é que, após a morte de Paulo e dos doze, ninguém mais na Igreja Primitiva invocou para si qualquer TÍTULO ou CARGO apostólico. Os relatos escritos da época, da autoria dos pais da igreja (aqueles que foram contemporâneos dos apóstolos) e/ou dos seus sucessores mostra que nenhum deles evocava este TÍTULO para si. Nem mesmo quando a igreja católica adotou uma organização clerical com vários títulos (bispos, arcebispos, cardeais...), jamais se cogitou a necessidade de apóstolos para a igreja. O mesmo se deu com a Reforma Protestante, quando nenhum dos Reformadores instituiu apóstolos para a Igreja Reformada.

Não negamos a realidade do MINISTÉRIO apostólico em todo o período da igreja, inclusive no período atual. Paulo afirma que se trata de um dom ministerial, indispensável ao crescimento da obra, e que o próprio Deus separa pessoas para desempenharem esta importante função (Ef 4:11-12). Contudo, é importante diferenciarmos MINISTÉRIO/FUNÇÃO e CARGO/TÍTULO. O dom ministerial apostólico (função) é concedido pelo Senhor a homens que abrem igrejas, organizam-lhes a estrutura, constituem-lhe a liderança e partem para um novo campo, sem abandonar as igrejas implantadas, mas dando-lhes sempre assistência. Seriam os missionários de nossos dias! Sua abrangência ministerial é ampla, e acima de tudo, o presbítero-apóstolo não é um pastor local, e sim um pastor itinerante, com atuação em todo o Corpo de Cristo, e não detentor de CARGO ou TÍTULO de apóstolo. Neste aspecto, parece que o título só é aplicável apenas aos doze escolhidos pelo Senhor Jesus. Somente estes eram conhecidos e tratados pelo título de “apóstolo”, e mesmo assim não vemos jamais eles sendo tratados como "apóstolo Fulano", e sim como "Fulano, apóstolo".

Nos dias atuais, contudo, ressuscitaram o CARGO apostólico na igreja evangélica, e muitas denominações, mormente as neopentecostais, elevam seus líderes à categoria apostólica. Até mesmo algumas denominações mais tradicionais, antes conhecidas por adotar uma linha ortodoxa, passaram a aceitar o ministério apostólico moderno. Algumas delas chegam a afirmar, por boca de seus “apóstolos” numa clara defesa de seus próprios interesses, que é necessário que o crente tenha uma “cobertura apostólica” sobre sua vida, pois sem ela não estaria devidamente protegido em certas áreas ― embora não haja qualquer base bíblica para esta afirmativa.

Os apóstolos modernos nem sempre abraçam o ministério apostólico, mas não abrem mão do título, sempre adiante de seu nome. É exatamente isto que assusta, além do amor ao status que tal título transmite e a ânsia pelo poder ilimitado sobre a igreja. Homens e mulheres se denominam e ungem a si mesmos como apóstolos, aparentemente impulsionados por uma irresistível sede de domínio, autoridade e prestígio, e passam a ser quase intocáveis no meio de suas denominações.

Permitam-me algumas considerações sobre o assunto:

1. Inicialmente, compreendemos que o número dos apóstolos escolhidos por Jesus Cristo não foi casual, e sim proposital. O número doze é especial nas Escrituras, e visivelmente há uma relação íntima entre o número de apóstolos e as tribos de Israel. No livro do Apocalipse vemos a Nova Jerusalém e seus doze fundamentos, cada um deles com o nome de um dos apóstolos do Cordeiro (Ap 21:14). Parece-nos que Jesus não desejou número de apóstolos maior que doze, o que poderia ter sido feito por Ele, no ato da escolha. Nos dias atuais, porém, são incontáveis os homens e mulheres que se denominam apóstolos. Muito mais que doze. No Brasil, já contei mais de cinquenta, entre homens e mulheres! Só no pequeno bairro do Valentina de Figueiredo, em João Pessoa (aonde fica a Igreja aonde sirvo ao Senhor) tenho conhecimento de pelo menos duas Igrejas que são dirigidas por "apóstolos"! Na internet, já encontrei uma relação dos doze principais do Brasil, e os paraibanos não constam na lista. Quantos serão no total? E onde poderemos encontrar base bíblica para a existência de número superior ao escolhido pelo próprio Senhor?

2. Na Igreja Primitiva havia treze apóstolos (os doze apóstolos e Paulo, apóstolo dos gentios), uma única Igreja e uma única “doutrina dos apóstolos” (At 2:42), na qual a Igreja como um todo perseverava em observar e preservar. Os próprios apóstolos zelavam por esta unidade doutrinária: nenhum deles tinha poder para, sozinho, modificar a doutrina ou ensiná-la de forma diversa dos demais, mas as mudanças tinham que ser de comum acordo, deles e do Espírito Santo (At 15). Eles eram os legítimos guardiões da unidade doutrinária. Nos dias de hoje, porém, há um apóstolo para cada denominação, e em cada apóstolo uma linha doutrinária completamente diversa dos demais! Guardiões de unidade nenhuma...

3. Não há nas Escrituras neotestamentárias qualquer evidência de que os apóstolos deveriam ser sucedidos por outros apóstolos. Mesmo com a morte de um deles, a Bíblia não deixa qualquer indício de necessidade ou obrigatoriedade da substituição. Apenas no caso de Judas Iscariotes o colegiado foi completado com a escolha de Matias, unicamente para que se cumprisse a Escritura. A partir daí, entretanto, a morte ou o martírio de um apóstolo não abria precedente para nova nomeação. Com a morte de Tiago (At 12:1-2), por exemplo, a Bíblia não afirma nem deixa margem de conclusão de que novo sorteio ou eleição tenha sido realizado para substituí-lo. Nem mesmo no primeiro Concílio da Igreja, em Jerusalém (At 15), quando se reuniram todos os apóstolos e presbíteros, este assunto foi tratado! Teriam eles esquecido de tão importante substituição, ou o Espírito Santo esquecido de relatá-la no texto inspirado? 

4. Observamos, nos requisitos exigidos para a escolha do substituto de Judas, que a maior razão da existência do grupo dos doze apóstolos era a presença de testemunhas oculares da vida de Cristo, sua morte, ressurreição e ascensão ao céu. Para ser candidato à substituição de Judas, esta condição de testemunha era indispensável (At 1:21-22). Obviamente, nenhum dos apóstolos modernos jamais se enquadraria neste prerrequisito, e o texto bíblico deixa claro que o cargo de apóstolo se aplica somente a homens que satisfazem a esta condição de testemunha ocular. 

5. Mesmo que o relato da escolha de Matias pudesse ser considerado como base bíblica para a escolha de substitutos para um colegiado permanente de apóstolos, a mesma fórmula utilizada para a sua escolha deveria ser seguida nos dias atuais: (a) a escolha apenas completaria um colegiado de doze, ou no máximo treze apóstolos, e não mais que este número; (b) poderiam ser apresentadas várias candidaturas; (c), o substituto seria escolhido por sorteio, e jamais por eleição ou aclamação, e (d), o colegiado apostólico deveria prezar pela unidade doutrinária da Igreja, a chamada "doutrina dos apóstolos". A coisa, porém, não ocorre assim nos nossos dias. Já vimos que o número de apóstolos modernos ultrapassa, e em muito, o número escolhido pelo próprio Senhor. Quanto aos candidatos, geralmente o Pastor Presidente ou o Bispo da igreja é candidato único, escolhido por revelação, revelação que geralmente foi dada a ele mesmo (sic!), fora dos princípios normativos da Escritura. Ademais, há apenas um apóstolo na igreja, ou no máximo dois (na maioria das vezes, coincidentemente, o marido e a esposa!); porque não doze, como era no princípio? Não nos parece uma forma de concentrar o poder na mão de poucos? Finalmente, a unidade doutrinária há muito tempo deixou de existir no meio evangélico, fragmentada entre milhares e zilhares de divisões denominacionais, e os apóstolos modernos pouco interessados estão em unificar a fé e a doutrina.

6. Após a morte dos apóstolos escolhidos pelo Senhor Jesus ninguém mais na Igreja Primitiva teve a ousadia de se elevar ao patamar apostólico, no sentido de título. Os pais apostólicos, discípulos diretos dos apóstolos, não se atreveram a reivindicar tal posição. O Didaquê (de autoria desconhecida, mas que reúne a doutrina da igreja do primeiro século) nada fala sobre a substituição. Contudo, sabemos que havia outros apóstolos nos primeiros séculos da igreja, pois a própria Bíblia o afirma. Barnabé, companheiro de Paulo em sua primeira viagem missionária, foi chamado de apóstolo no texto sagrado (At 14:14), mas em lugar algum é contado com os doze. Compreendemos a não necessidade de substituição, e que os apóstolos que não fazem parte do grupo dos doze são apóstolos no sentido ministerial, e não no sentido de cargo eclesiástico. Eram apóstolos, mas eram tratados como pastores, com desempenho ministerial apostólico. Somente os doze eram reconhecidamente apóstolos, e tratados como tal pela igreja. O próprio Paulo não foi reconhecido por muitos. 

7. O título apostólico, mesmo atribuído aos doze e a Paulo, sempre foi usado criteriosamente, Pedro, um dos principais apóstolos e chamado na Escritura de coluna da igreja (Gl 2:9) chega a não usar tal título em alguns momentos (1 Pe 5:1;), preferindo igualar-se aos presbíteros, numa demonstração inconteste de humildade cristã. Na sua segunda epístola, Pedro primeiramente se chama de "servo" antes de se chamar "apóstolo" (2 Pe 1:1). O mesmo se aplica a João: tanto em seu evangelho como em suas cartas não se proclama apóstolo, mas discípulo (Jo 13:23-25; 21:20-25) e presbítero (2 Jo 1; 3 Jo 1). Observe-se ainda que Tiago, o irmão do Senhor, era o presbítero (pastor) da igreja em Jerusalém, chegando inclusive, nesta condição, a presidir o Concílio de Jerusalém (At 15). Paulo o chamou, junto com Pedro e João, de “coluna da Igreja” (Gl 2:9). Contudo, em lugar algum das Escrituras o mesmo é chamado de apóstolo, e nem ele se chama por este título em sua epístola, antes se chama de "servo" (Tg 1:1), o que demonstra que a primazia na igreja não qualifica para o título apostólico. Mas a atual sede de títulos leva muitos a não abrirem mão do orgulho de serem chamados por nome tão pomposo. 

8. Um apóstolo não é um ser infalível e intocável. É o que se compreende na leitura das Escrituras. Paulo relata que repreendeu a Pedro de forma pública (Gl 2:14) por causa de sua conduta! Paulo, um apóstolo não reconhecido, repreendendo publicamente a um dos doze, a uma "coluna da igreja"!! Dá pra imaginar isto entre os apóstolos de hoje? Paulo, no primeiro capítulo da carta aos gálatas abre mão de qualquer intocabilidade, dizendo que mesmo ele, se ensinar Evangelho diferente, deve ser anátema (Gl 1:8-9). Os apóstolos modernos, entretanto, julgam-se intocáveis, infalíveis e irrepreensíveis, o que por si já demonstra sua arrogância e prepotência espiritual. Em relação a isto, sugiro a leitura do artigo OS INTOCÁVEIS, de minha autoria, que versa a respeito daquilo que eu chamo de "teologia da intocabilidade".

9. Somente um superior pode ordenar, reconhecer ou ungir alguém a um patamar igual ao seu, e jamais superior a si mesmo. No sentido secular, somente médicos podem reconhecer um novo médico, e o mesmo se aplica às demais funções, como enfermeiros, engenheiros, etc. No sentido eclesial, somente um pastor, ou um colegiado de pastores, pode ordenar ou reconhecer um novo pastor. Somente presbíteros e superiores podem impor as mãos e reconhecer alguém como presbítero. Basicamente, a imposição das mãos é uma transferência da autoridade que os impositores já possuem. Os primeiros apóstolos foram chamados e ordenados pelo próprio Senhor Jesus, inegavelmente superior a todos nós. Os apóstolos modernos foram ordenados ou ungidos por quais apóstolos? Pelo contrário, ungiram a si mesmos ou foram ungidos por pastores e inferiores. Seria possível alguém ungir a si mesmo, ou pessoas em nível inferior ao apostolado reconhecerem ou ungirem um apóstolo? Certa vez assistimos pela tevê a "unção" de um apóstolo paraibano, onde pastores, presbíteros e diáconos impuseram-lhe as mãos... Nesta mesma linha, questionamos: um grupo de enfermeiros pode declarar um deles médico? Seria válida a ordenação de um pastor feita por um grupo de diáconos? Por muitos anos a igreja evangélica criticou o fundador das Testemunhas de Jeová porque ele se auto intitulou “pastor Russell”, sem ser ordenado por nenhum colegiado pastoral. Hoje, porém, pastores, bispos e apóstolos se auto-intitulam pelo cargo que bem querem e almejam, sem qualquer problema, sem qualquer constrangimento. Obreiros se rebelam contra seus pastores, separam-se da igreja de origem e fundam a sua própria, dividindo ainda mais o Corpo de Cristo e declarando-se pastores presidentes como se essa fora a atitude mais normal do mundo...

10. Devemos considerar ainda os critérios para reconhecimento de título eclesial. Na igreja primitiva tais títulos não existiam, ou não eram tão valorizados e perseguidos como hoje. Hoje tornou-se fácil alguém se intitular pelo cargo que bem desejar, e não há qualquer critério adotado pelas demais igrejas para o reconhecimento deste título. Observe-se que Paulo passou grande parte de sua vida lutando pelo reconhecimento apostólico equivalente ao dos doze, já que o próprio Deus o havia elevado a este patamar. Nem todos o reconheceram, pois se havia critérios rígidos para que alguém fosse reconhecido diácono, imagine apóstolo! A igreja atual, porém, perdeu todos os critérios! Qualquer pessoa que se intitula apóstolo é quase que unanimemente e imediatamente reconhecida como tal, em nome de um falso respeito interdenominacional, que nada mais é que um desrespeito ao Cabeça da Igreja e às Escrituras. O mesmo se aplica a todas os demais cargos eclesiásticos. 

11. Finalmente, os detentores de títulos eclesiásticos se esquecem, ou fingem não ver, que os seus detentores são chamados pelo NOME e em seguida pelo TÍTULO. Jamais na Bíblia encontramos a figura do "apóstolo Paulo" e sim de "Paulo, apóstolo". É fácil se constatar isto: basta ler o primeiro versículo de cada epístola do Novo Testamento, e jamais veremos qualquer dos escritores se intitulando de "apóstolo Pedro", "apóstolo Paulo" ou "apóstolo João". Isto pode ser constatado não somente no primeiro versículo, mas em qualquer lugar das epístolas: não encontramos tal nomenclatura em lugar nenhum! Aliás, observamos que quase sempre o título só se apresenta primeiro que o nome nos casos de títulos humanos, como "faraó Fulano", "rei Sicrano" etc. Mesmo quando vemos Paulo defendendo na Escritura o seu legítimo ministério apostólico, observamos que ele jamais reivindica o direito de ser chamado de apóstolo Paulo. O próprio Pedro o chama de “irmão”, e não de “apóstolo” (2 Pe 3:15); os apóstolos e presbíteros do Concílio de Jerusalém chamaram-no de “amado” (At 15:25-26). Pedro se autodeclara "presbítero" (1 Pe 5:1) e "servo" (2 Pe 1:1). João se autodenomina discípulo (Jo 13:23-25; 21:20-25) e presbítero (2 Jo 1; 3 Jo 1). Onde vemos isto nos "apóstolos" modernos? Imaginem um deles sendo chamado de irmão, ou de presbítero, ou mesmo de pastor!!! Com certeza repreenderia o interlocutor e exigiria respeito, exigiria ser chamado pelo título apostólico, numa atitude patética e anticristã de arrogância e orgulho. 

Concluímos facilmente que na igreja do Senhor Jesus não há cargos para pessoas, e sim pessoas que desempenham funções, sem jamais esquecerem sua condição primeira e principal de servos (Rm 1:1; Fp 1:1; Tt 1:1; Fm 1:1; Tg 1:1; 2 Pe 1:1; Ap 1:1). A sede de cargos e de tratamentos pomposos que encontramos na igreja atual advém inegavelmente da sede de domínio sobre o rebanho, de poder eclesiástico, de orgulho e de pompa que os modernos "apóstolos" trazem intrinsecamente, contrariando o espírito que permeava toda a conduta da igreja primitiva. 

Finalmente, não podemos nos esquecer das palavras do Senhor Jesus em duas ocasiões: primeiro, quando ele condena as atitudes dos fariseus e demonstra a Sua opinião em relação ao tratamento dos seus seguidores e aos títulos humanos: "Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem, e não praticam: Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los; E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largas filactérias, e alargam as franjas dos seus vestidos, E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens — Rabi, Rabi. Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. Porém, o maior de entre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado" (Mt 23:1-12), e segundo quando os seus apóstolos discutiam entre si quem era o maior: "Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas, todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande, seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos" (Mt 20:25-28).

Baseado nesta constatação, convoco os ministros e obreiros que me lêem a incentivarem em suas comunidades cristãs que os irmãos também os tratem como irmãos. Esqueçam o título, que é humano, e abracem a função e o ministério, que vos foi dado por Deus! Ultimamente, tenho orientado os irmãos da Igreja onde congrego a não mais me chamarem de "evangelista Zilton", e sim de "irmão Zilton", que serve à igreja local como evangelista (At 21:8). Não fui chamado para título nenhum, e sim para servir ao Senhor com alegria e humildade. Você também! Se você quer ser tratado por títulos pomposos e reconhecido assim pelos homens, eu sugiro o ingresso na carreira militar! Deus te ajude a chegar a General.

É inegável que a igreja moderna precisa de apóstolos, não no sentido de título, cargo e status, mas no sentido ministerial da palavra, na função. Oramos para o surgimento de mais pessoas em nosso meio que se enquadrem num ministério apostólico genuíno e bíblico. Precisamos de homens e mulheres como Pedro, Paulo, Tiago e João, que estejam dispostos a gastar suas vidas no ministério de fundar, alimentar, fortificar, estruturar e acompanhar igrejas. Pessoas que nem sempre serão reconhecidas, muitas vezes serão apedrejados e sempre perseguidas por causa da obra do Senhor. Lamentavelmente, os “apóstolos modernos” não querem desempenhar mais estas funções, e nem tampouco carregar a mesma cruz que os primitivos apóstolos carregaram (Jo 21:15-19). Abraçam apenas o título, a bajulação, as benesses, os salamaleques e as prebendas. E a nós cabe o cuidado de sermos zelosos em relação a eles, observando o alerta solene de Paulo: “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz... o fim deles será conforme as suas obras” (2 Co 11:13-15). 

"Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos" (Ap 2:2)

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