quarta-feira, 31 de julho de 2013

HERRAR É UMANO


Uma das coisas mais difíceis para o ser humano é reconhecer e assumir o seu erro. E não é difícil comprovar esta realidade. Dê um passeio pelas grandes favelas das grandes cidades, vá aos refúgios dos traficantes, e tenta observar a opinião dos mesmos acerca de seus atos, do seu tráfico, das suas violações à Lei. Provavelmente nenhum deles irá admitir que o que fazem seja errado.

Se quiser ir a ambientes mais “refinados”, procure a classe médica. Os erros médicos cometidos Brasil afora são conhecidos pela impunidade e pela insistência de seus praticantes de não reconhecer seus atos nem assumir as consequências pelos danos que causaram. Programas de tevê mostram exemplos de erros grosseiros e grotescos, que matam e mutilam, deixando seqüelas para toda a vida, mas que os autores ― fáceis de serem identificados através dos prontuários ― permanecem negando que cometeram algum erro.

E a classe política? Não é diferente da regra. É famosa a conduta de certo político que já teve contas descobertas em seu nome nos paraísos fiscais mundo afora, com direito a assinatura e tudo o mais, mas que permanece negando: ― Este denheiro não é méu...

No mundo “gospel” a coisa tem se mostrado similar. Primeiro, as mudanças doutrinárias de muitas lideranças são visíveis, e muitas vezes bizarras. Pastores que outrora se posicionavam contrários a certas “doutrinas”, “visões” e “moveres”, trocam misteriosamente de opinião, mesmo quando suas novas “convicções” ferem visivelmente os princípios imutáveis das Escrituras. No entanto, mesmo quando confrontados com a posição bíblica, ou confrontados com suas posturas anteriores, recusam-se veementemente a assumir a postura de humildade, reconhecer o erro e retornar à prática das primeiras obras. Preferem até ameaçar, amaldiçoar, ridicularizar e desmoralizar seus opositores, ao invés de respeitá-los, ouvi-los, exporem-se ao debate e confrontá-los com a verdade bíblica (já que afirmam serem detentores desta verdade) ou, admitindo o erro, reconhecê-lo publicamente e mudar de rumo.

O livro de Eclesiastes afirma que “Melhor é o mancebo pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que se não deixa mais admoestar" (Ec 4:13), texto que se aplica perfeitamente a muitas lideranças eclesiásticas da atualidade. Tornaram-se reis velhos e insensatos, donos da melhor linha doutrinária e guardiões da verdade absoluta, agarrados firmemente às suas próprias idéias e convicções, e que nem mesmo se dão mais ao trabalho de “examinar, nas Escrituras, se estas coisas eram assim” (At 17:11) como bem faziam os bereianos. Não permitem que ninguém os admoeste mais. Não admitem oposição ou questionamento. O bordão “não toqueis nos meus ungidos” deixa de ser Palavra de Deus para se tornar justificativa vã e frívola para a perpetuação dos seus erros. Suas experiências de vida tornam-se mais importantes, e são o aval definitivo que o que crêem e pregam vem de Deus.

Um rei não se torna infalível, irrepreensível e intocável por causa da coroa que tem sobre sua cabeça, do trono sobre o qual se assenta e nem por causa do tamanho e poderio de seu reino. Acima de todas estas coisas, sempre estará Deus e a Sua Palavra. Tome-se como exemplo o rei Davi, que no auge de seu reinado foi severamente repreendido por Deus através do profeta Natã por ter cometido um adultério seguido de assassinato premeditado (2 Sm 11- 12). A grande diferença entre Davi e o rei velho e insensato" é que Davi, após a terrível repreensão de Deus, baixou a cabeça e reconheceu seu pecado: "Então disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor" (2 Sm 12:13). Em seguida, sinceramente arrependido, sofreu pacientemente as consequências de seu pecado. Por isto ele era chamado, na Escritura, de "homem segundo o coração de Deus", ao passo que os reis velhos e insensatos do Século XXI preferem permanecer nos seus erros, soberbos e cheios de si, exibindo seus megaministérios como se crescimento numérico fosse sinal de aprovação divina às violações feitas contra a Sua Palavra!

Outros reis receberam, conforme as Escrituras, a visita e a repreensão de outros profetas. Alguns agiram muito diferente de Davi. Maltrataram os profetas. recusaram ouvir a Palavra de Deus.

Havia uma grande diferença entre o menino Samuel e os filhos do sumo sacerdote Eli. Embora Hofni e Finéias servissem a Deus em Seu culto no Tabernáculo e estivessem acostumados a oferecer os sacrifícios no altar do Senhor, não aceitavam a repreensão, quer de seu pai, quer do Senhor. Não abriam mão dos privilégios adquiridos. Não dispensavam o usufruto das ofertas do Senhor, mesmo que para isto tivessem que desrespeitar e profanar os sacrifícios (1 Sm 2:12-17). Enquanto isso, o menino Samuel servia ao Senhor humildemente, e aprendeu a ouvir a voz de Deus e a obedecê-lO. Basta continuar a leitura até o fim do capítulo 4, e vemos o fim de cada um dos protagonistas desta história... A desobediência e o desrespeito a Deus geraram morte, ao passo que a obediência e o respeito geraram vida e honra diante do Senhor e dos homens (1 Sm 2:19-21; Jr 15:1; Sl 99:6).

Aprendamos com esta história bíblica. A desobediência, o desvio consciente das diretrizes de Deus, a profanação do sagrado e a insistência em permanecer no erro, com o agravante de induzir o povo a crer nestes erros como se fossem a mais pura das verdades, têm consequências drásticas, mormente na Nova Aliança (Hb 12:25)! Não podemos nos conduzir pelo caminho que nos der na telha, ou que nos for mais conveniente, e muito menos levar a Igreja de Deus para este erro! Se assim o fizermos, não escaparemos do desprezo divino no Último Dia (Mt 7:15-23). O melhor caminho continua sendo o da humildade, do confronto das coisas com as Escrituras, do respeito pelas coisas de Deus acima de tudo.

Saiba de uma coisa, curta, grossa e certa: errar é humano; permanecer no erro é burrice!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

DONA LÍDIA, DILMA ROUSSEFF E A COMITIVA DE MULHERES DE DEUS NO PALÁCIO DO PLANALTO

Estamos precisando de MULHERES DE DEUS...

Lembro-me de uma... Lídia Almeida de Menezes, diretora do Instituto Bíblico Betel Brasileiro, já de saudosa memória...

Certa vez -- eu estava presente, e senti toda a vergonha alheia do momento -- estava na Capela do IBBB, para uma reunião solene, o Governador da Paraíba. Em dado momento, microfone em punho, o Governador disse uma bobagem sem tamanho. Na mesma hora, dona Lídia levantou-se, tomou o microfone da mão do Governador e passou-lhe uma reprimenda pública que deixou-nos a todos perplexos, ante o zelo daquela senhora para com a Palavra e as coisas de Deus!

O Governador, cabisbaixo, sentou-se e ouviu, em silêncio e submisso, as palavras duras daquela zelosa mulher... Assistiu a solenidade até o fim, e foi embora. E não deixou de voltar outras vezes!

Hoje, ao ver a comitiva das mulheres de Deus da geração gospel visitando a presidentA Dilma e enchendo-a de honras e salamaleques, as lágrimas me vêm aos olhos de saudade daquela mulher paraibana do alto sertão (São José do Piranhas) que não se intimidava nem se calava diante dos fumos do poder temporal.

Ah, dona Lídia... Deus lhe levou ANTES de ver tamanha barbaridade. Ah, se fosse a senhora lá no Palácio do Planalto!!! Dilminha ia ter que ouvir, palavra por palavra, o Evangelho da salvação, que aponta o pecado, machuca a ferida e chama ao arrependimento, como a sra. fez com homens como Ruy Carneiro, Wilson Braga, Tarcísio Burity (todos ex-governadores do Estado), além de inúmeros outros que detinham cargos importantes em nosso Estado, prefeitos, deputados, secretários...

Lembro-me quando a senhora recebeu uma importante homenagem em sua cidade natal, São José do Piranhas... Quando lhe concederam a palavra, a senhora tomou o microfone, agradeceu a homenagem e disse: "Mas eu vim aqui falar do Evangelho de Jesus Cristo...", e pregou para o povo, prefeito, secretários e demais autoridades presentes!!!

Ah, como a senhora faz falta!!!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

QUANTAS ALMAS VOCÊ JÁ PERDEU?

Isso mesmo!! Não escrevi errado, não! Quantas almas você já PERDEU?

Já discorri acerca do maléfico costume cristão de contabilizar as almas ganhas (você pode ler o artigo clicando AQUI). Pessoas se vangloriam de, em sua vida cristã, já ter ganho mais de mil almas para Jesus! Outras, afirmam que só ontem ganharam cinco! Sinceramente, não consigo entender este tipo de contabilidade, já que não somos nós, e sim o Espírito Santo, quem ganha almas, convencendo-as do pecado e reconduzindo-as a Cristo. Ademais, o próprio Senhor nos ensinou em parábola, dizendo: "Qual de vós terá um servo a lavrar, ou a apascentar gado, a quem, voltando ele do campo, diga: Chega-te, e assenta-te à mesa? E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me, até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu? Porventura dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não. Assim, também, vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer" (Lc 17:7-10). 

Entretanto, observo que ninguém faz a contabilidade inversa. Quantas almas você já perdeu??

Conversando com um web-amigo há algum tempo, ele tocou em um assunto interessante: segundo ele, um famoso televangelista esteve em sua cidade e "ganhou" aproximadamente mil almas em uma noite. Dois meses depois, a grande maioria destas "almas ganhas" continuavam no mundo, sem qualquer compromisso com Cristo, sem congregar. Entretanto, o pregador continuava mantendo em suas estatísticas de almas ganhas as mil almas ganhas naquela ocasião...

A priori, Jesus não mandou que ganhássemos almas, e sim que FIZÉSSEMOS DISCÍPULOS. O texto afirma: "Portanto, ide, FAZEI DISCÍPULOS em todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, ENSINANDO-AS a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco, todos os dias, até à consumação dos séculos" (Mt 28:19-20 - grifos meus). Fazer discípulos é muito mais que visualizar uma mão sendo erguida em meio à multidão, conduzir o dono da mão à frente, fazê-la repetir uma oração de entrega, dar-lhe um abraço, anotar seu nome e endereço em um formulário e virar-lhe as costas. É ENSINAR, desde os primeiros passos, o que vem a ser a vida cristã.

Perdemos almas quando não damos o devido acompanhamento aos novos convertidos, deixando-os à própria sorte na caminhada cristã. Não quero dizer que VOCÊ será a pessoa que dará este acompanhamento. A Escritura afirma que Deus "designou uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para EVANGELISTAS, e outros para pastores e MESTRES..." (Ef 4:11 - grifos meus), e é bem possível que você seja um evangelista. Então, ao "ganhar uma alma" encaminhe-o aos mestres da Igreja, para que sejam ensinados, aperfeiçoados e bem conduzidos na vida cristã! Não as deixe ao léu!!

Perdemos almas quando deixamos de ensinar-lhes o Verdadeiro Evangelho, e ensinamos o evangelho falsificado. Ensinar o caminho errado faremos com que o destino também seja errado! Jesus ensinou que o cego que guia outro cego, ambos cairão no abismo (Lc 6:39). Censurando duramente os escribas e fariseus, Jesus disse-lhes: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra, para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno, duas vezes mais do que vós" (Mt 23:15). Nós continuamos a fazer a mesma coisa em nossos dias!! De que adianta fazermos prosélitos (convertermos pessoas à nossa fé), se os ensinamos no caminho do erro, e os tornamos cópias toscas e pioradas de nós mesmos? Zumbis, seguindo um cristo falso e um evangelho deturpado?

Está na hora de termos mais responsabilidade com as vidas que nos chegam ao aprisco! Não são capim da lagoa, que crescem sem a supervisão de ninguém, e sim a vinha de Deus, e cada uma dessas vidas precisa ser podada, adubada e cuidada com critério, dentro do Verdadeiro Evangelho, conforme descrito nas Escrituras!

E aí?? Vai continuar perdendo???

quarta-feira, 12 de junho de 2013

NOTA DE FALECIMENTO - PR. SÉRVULO BEZERRA


Recebi hoje a notícia de que ontem, 11/06/2013, faleceu em Recife o pr. Sérvulo Bezerra, aos 88 anos de idade.



Você não o conhecia?? Nunca ouviu falar dele?? 



O pr. Sérvulo fez parte de minha juventude, quando eu estudei no Betel Brasileiro, na década de 1980. Vez por outra, em suas vindas a João Pessoa, ele aparecia no Seminário e pregava lá. Trabalhava como colportor (vendedor de livros), fonte única de seu sustento. Não se vestia muito bem, parecia-nos as vezes que só tinha um ou dois velhos e surrados paletós. 

Na verdade, também não pregava muito bem, tinha uma língua pesada e falava rápido em muitas ocasiões (precisávamos ficar bem atentos para entender o que ele falava!), era repetitivo em sua mensagem, e até aonde eu saiba ele não era pastor de igreja. Era um Evangelista. Pregava no centro de Recife. Como se diz nos jargões gospel, deve ter ganho muitas almas para Jesus, mas até aonde eu tenha conhecimento nunca reuniu o rebanho para pastoreá-lo. Nunca possuiu carro do ano, nem jatinho e nem helicóptero. Nunca teve fazenda, nem mesmo dez cabeças de gado. Nunca foi "pastor presidente" de nenhuma denominação, nunca teve ministério próprio, nem programa de tevê com mais de 20 anos ininterruptos no ar. Sua igreja, estúdio e ministério eram as ruas do antigo Recife. Seu sustento era o Senhor Jesus e o seu humilde trabalho, que o levava de cidade em cidade para pregar...

Conhecíamos uma história dele, que ninguém sabia até onde era verdade ou lenda. E nenhum de nós tínhamos coragem de perguntar a ele se era verdade...

Contava-se que certa vez ele chegou em uma rua do centro de Recife, um logradouro de grande movimento. Pôs seu velho e surrado chapéu no chão e começou a correr em volta do chapéu como um louco, gesticulando freneticamente e gritando:

-- ESTÁ VIVA!!! ESTÁ VIVA!!! ESTÁ VIVA!!! ESTÁ VIVA!!! 

Esta loucura, evidentemente, atraiu uma multidão! Curiosos se apertavam para ver o que estava acontecendo. Quem morreu?? Quem estava viva?? O burburinho curioso crescia, e quando ele percebeu que já tinha gente suficiente ao seu redor, se abaixou, tirou o chapéu e colocou na cabeça, apanhou sua velha e surrada BÍBLIA que estava embaixo do chapéu, levantou-a ao céu e começou:

-- A PALAVRA DE DEUS ESTÁ VIVA!!

Aquele "teatro" foi a forma que ele encontrou para atrair as multidões para ouvir a pregação do Evangelho!! Evangelizou a muitos no Recife e em outras localidades! Diziam que ele, aonde chegava, usava este artifício! Muitos o desprezavam, mas ele seguia firme, e vidas se entregavam a Cristo por meio das suas "loucuras".

Tentei encontrar uma foto dele na Internet para ilustrar estas poucas palavras que escrevo em sua homenagem. Não achei. No máximo, encontrei notas do Boletim da Primeira Igreja Presbiteriana sobre seu internamento no Lar Batista do Ancião e sua recente transferência para uma clínica geriátrica. Era um ilustre anônimo. Um dos “trouxas” (usando as palavras de um famoso pastor assembleiano que considera "trouxa" qualquer pastor que abre mão de ganhar um bom e gordo salário da Igreja), que nunca enriqueceu às custas da Igreja, que morreu pobre, amparado apenas pelo seu Senhor e pela obra social de Igrejas pernambucanas.

Os bons estão indo... 

E quando chegar a minha vez, se eu tiver a oportunidade de, na Eternidade, encontrá-lo e desatar suas sandálias, será grande honra para mim!

"HAJA PAZ NOS CORAÇÕES!", era sua saudação comum... Ele agora desfruta a paz que tanto pregou, anonimamente, nas ruas recifenses.


Nota publicada no Informativo da Primeira Igreja Presbiteriana do Recife, de 19/05/2013

sexta-feira, 24 de maio de 2013

GERAÇÃO DE SAUL

Muito longe de estarmos vivendo na "Geração de Davi", estamos vivendo a "Geração de Saul".

Embora Davi tenha sido um rei sanguinário (o próprio Deus afirmou isso, e não permitiu que ele edificasse o templo por esta causa!) e tenha cometido pecados terríveis, como adultério e assassinato, ele era um homem propenso a reconhecer seus erros, arrepender-se genuinamente deles e aceitar resignado as consequências de seus atos. E por estas razões, foi chamado "homem segundo o coração de Deus".

Saul era o oposto disso. Por ocasião da execução da ordem divina para ele destruir Amaleque podemos observar isto. E é nesta ocasião aonde ele, Saul, mostra os pontos mais fracos e negativos de seu reinado, perfeitamente aplicáveis a muitos "pastores" de nossa geração. Quando confrontado por Samuel, ele finalmente reconhece:

"Então disse Saul a Samuel: Pequei, porquanto TENHO TRASPASSADO O DITO DO SENHOR e as tuas palavras; porque TEMI O POVO, E DEI OUVIDOS À SUA VOZ" (1 Sm 15:24 -  grifos meus).

Dois grandes e gravíssimos pecados de Saul são repetidos diuturnamente por "pastores" e "líderes" da Igreja da Geração de Saul, em nossos dias:

1. TRASPASSAR O DITO DO SENHOR - Aquilo que Deus fala, mormente o que está registrado nas Escrituras, ÚNICA regra de fé e prática do crente e da Igreja, não está escrito para ser traspassado, ou ultrapassado. O PRIMEIRO PECADO da humanidade, no Éden,foi exatamente traspassar e ultrapassar as palavras que Deus tinha dito ao primeiro casal. Satanás conseguiu com que o homem comesse do fruto proibido fazendo Adão e Eva traspassarem o que lhes fora dito (Gn 3:1-6). Paulo ensinou aos coríntios que eles não deveriam ULTRAPASSAR o que estava escrito (1 Co 4:6). Saul cometeu seu primeiro erro ao ir além das palavras de Deus, ao achar que Ele, em troca de sacrifícios e troféus de guerra aceitaria a desobediência à Sua Palavra.

2. TEMER AO POVO E DAR-LHES OUVIDOS - O homem tem sede de seguidores! E para manter estes seguidores, o melhor caminho é ser bastante maleável e ceder a seus apelos e vontades. O mesmo se aplica ao ministério pastoral, que deve ser pautado pela vontade de Deus, e nunca pelo querer do povo! Saul preferiu não perder o povo, agradando-o e desagradando a Deus com a desobediência. Jesus, por sua vez, em um duro discurso preferiu dizer a dura verdade e perder milhares de seguidores (ficaram apenas os doze apóstolos!) do que agradar a maioria e abrir mão da verdade (Jo 6). Nos dias de hoje, como nos dias de Saul, abre-se mão da doutrina sã e verdadeira para ceder à vontade do povo. Querem "movimentos" na Igreja? Às favas para o que a Bíblia diz; façamos a vontade da maioria! Querem autoajuda, prosperidade? Deixem a Bíblia pra lá-- afinal,é obsoleta! -- e façamos o que o povo quer! Sejamos democráticos dentro da Igreja,pois isto mantém o rebanho e preserva as entradas financeiras à "casa do tesouro"!!

NÃO SOMOS GERAÇÃO DE DAVI. Somos Geração de Saul. Geração Laodiceia, conforme  descrito em Ap 3:14-22, uma igreja que se acha rica, mas que na verdade é pobre, miserável, cega e nua!

A Igreja, capitaneada pelos "pastores" que Deus pôs para conduzir o rebanho de acordo com o que Está Escrito, tem se afastado cada dia mais das ordens deixadas pelo Senhor, e feito suas próprias vontades, ou as vontades do povo! Sinceramente, ISTO NÃO VAI ACABAR BEM!!

Desculpem os que acham que temos que ser condescendentes com a vontade do povo. Só serei condescendente naquilo que a Escritura me permite ser. A sã doutrina é INEGOCIÁVEL! Nenhuma benesse, quer financeira, quer de status e poder, deve me afastar do alvo! Prefiro ser "capitão de cinquenta" conduzindo estes cinquenta de conformidade com a "lâmpada para os pés e luz para o caminho", do que "capitão de mil" afastando-os das Escrituras, conduzindo-os, como um guia cego, para o buraco.

Naquele Dia (Mt 7:21-23) saberemos se eu estou certo, ou não!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

O CRENTE DEVE -- ISSO MESMO: DEVE!! -- BUSCAR A SAÚDE PERFEITA!!

Há uma vertente pentecostal (e também neopentecostal) que dá ênfase à cura divina, e evidentemente muitas pessoas buscam homens e mulheres de Deus que supostamente detêm dons de cura. Acusados de curandeirismo e charlatanismo, muitos destes "obreiros" são questionados, e as pessoas que os buscam orientadas a não darem valor à busca da cura.

Entendemos, entretanto, que a busca da cura é de extrema, vital, importância nos dias de hoje!! Sou pentecostal, e creio na cura divina (isso até os Reformados Tradicionais creem!). Como não-cessacionista, creio ainda no dom espiritual de cura. Não critico os que buscam cura para suas doenças (só quem tem uma doença crônica sabe a dor e o sofrimento que isto causa); critico, isto sim, e veementemente, os que buscam apenas a cura para si próprios, e se esquecem de outras curas, creio eu que MAIS IMPORTANTES!


Por quatro vezes, na Escritura, Paulo apóstolo cita a expressão "sã doutrina", que significa "doutrina sadia" (do grego 'higiainô', sadio, sem doença -- coincidentemente [??] a raiz da nossa palavra 'higiene'): 

"Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à SÃ DOUTRINA, conforme o evangelho da glória do Deus bem-aventurado que me foi confiado" (1 Tm 1:9-11) 

"Porque virá tempo em que não suportarão a SÃ DOUTRINA; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores, conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas" (2 Tm 4:3-4) 

"[o bispo deve] reter firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a SÃ DOUTRINA, como para convencer os contradizentes" (Tt 1:9) 

"Tu, porém, fala o que convém à SÃ DOUTRINA" (Tt 2:1) 

Evidentemente, se é citada uma doutrina sadia, subentende-se a existência de uma doutrina doente! E isto é um fato: a doutrina em nossos dias se encontra doente, raquítica, depauperada, esfacelada, em estado terminal! E não há outra forma de se tratar algo que esteja doente, senão através de TRATAMENTO objetivando a CURA. 

É uma pena que os "crentes" de hoje não se incomodem mais com a saúde da doutrina! Incomodam-se com a SUA PRÓPRIA SAÚDE, buscam "ungidos" que lhe curem através do "poder de Deus", chegam a dar ofertas objetivando (direta ou indiretamente) "comprar" a cura, mas esquecem-se de buscar cura também para a doutrina. Não sabem eles que a doutrina doente CONTAMINA, FAZ ADOECER não uma pessoa, mas toda a Igreja do Senhor. 

Em suas epístolas, Paulo menciona muitas vezes até nominalmente as pessoas que promoviam a doença da doutrina, e prescreve o tratamento adequado. Escrevendo a Tito, ele orienta: "Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes. Porque há muitos desordenados, faladores vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão, AOS QUAIS CONVÉM TAPAR A BOCA, homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por torpe ganância" (Tt 1:9-11). 

Contudo, o "não toqueis os meus ungidos" e o "não julgueis", ambos fora de seu contexto e significado, transformam esta geração de crentes em uma geração de COVARDES, incapazes de defender a doutrina que nos foi entregue de uma vez por todas (Jd 2). E o que se pode esperar de uma geração que não tem apego às Escrituras, que tem uma sede insaciável de riquezas e outras coisas pessoais, que prefere buscar seus próprios interesses a buscar o interesse de Deus?? 

Na criação, Deus deixou com o homem a incumbência de cuidar do jardim do Éden e guardá-lo (Gn 2:15). O homem falhou em sua missão. Desde Cristo, foi dada à Igreja a sã doutrina, para ser igualmente preservada e guardada. Parece que nada mudou!! A falha persiste, e em proporções muito maiores! 

Sugiro que comecemos a buscar insistentemente a cura!! Comecemos pelos males dos ouvidos!! Algum otorrino de plantão por aí??

"Porque virá tempo em que não suportarão a SÃ DOUTRINA; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores, conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas" (2 Tm 4:3-4)


sexta-feira, 3 de maio de 2013

PREGANDO O EVANGELHO ― QUAL DELES?


A ordem de Jesus para que todos os seus discípulos preguem o Evangelho é imperativa e inegociável. Textos registrados de sua comissão, como “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16:15) e ...ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” (Mt 28:19-20) deixam claro não somente Sua ordem, mas também o teor da mensagem que deverá ser pregada. A mensagem tem que ser as coisas que o próprio Cristo ensinou. Entretanto, mais uma vez estão tentando justificar a pregação de qualquer evangelho, buscando calar qualquer oposição aos falsos evangelhos. Agora estão usando a Bíblia, as palavras do apóstolo Paulo, alegando-se que ele afirmou que o importante é pregar a Cristo, que de uma forma ou de outra o nome de Cristo está sendo propagado, e não importa como isso está sendo feito...

Será mesmo? Vamos então analisar o texto em questão e tentar esclarecer mais esta falácia:

E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho; De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestadas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares, E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor. Verdade é que, também, alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boamente; Uns por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho, Mas outros, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. Mas, que importa? contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda.” (Fp 1:12-18 – grifos meus).

O Evangelho é uma mensagem que tem compromisso absoluto com a verdade. O verdadeiro Evangelho está intimamente associado com o que Jesus ensinou, e não com o que os seus pregadores acham conveniente. Não basta apenas pregar Jesus, mas igualmente e obrigatoriamente ensinar a guardar as coisas que Ele mandou (Mt 28:20). Fazer a primeira coisa dissociando-a da segunda transforma a pregação do Evangelho em uma mera pregação hipócrita! Ora, de que adianta convencer um pagão que Jesus Cristo é o Senhor, “ganhar sua alma” e em seguida ensiná-lo a adorar ídolos, ou a desobedecer a Palavra de Deus?

O próprio Senhor ensinou que não adianta ganhar alguém para o Reino e desencaminha-lo na doutrina. “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra, para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno, duas vezes mais do que vós” (Mt 23:15). Tão importante quanto trazer alguém ao caminho da salvação é ensiná-lo acerca do Caminho, para que o neófito não se desvie.

Neste aspecto, bem afirmou Jesus: “Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova? O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre” (Lc 6:39-40). Eis um problema: os homens não querem ser IGUAIS ao Mestre, mas superiores, criando normas, doutrinas e condutas que nada têm a ver com Seus ensinamentos. Pregam “evangelhos” dissociados da verdade e comprometidos com suas visões e revelações deturpadas, ensinando falsas doutrinas aos seus seguidores. Assim, tornam-se cegos guiando cegos; pregam o nome de Cristo, mas desfazem sua pregação ao ensinar o caminho errado aos novos convertidos. Seu fim é óbvio, e previsto pelo próprio Senhor Jesus: entrarão em perdição, e levarão após si todos aqueles que seguirem seus ensinamentos errados. Honram a Deus com os lábios, mas se afastam dEle e da Sua Palavra com as ações, pois valorizam mais suas próprias doutrinas que a pura Palavra de Deus (Mt 15:1-9)!

Se o que vale é pregar o Evangelho, mesmo que deturpado, pois assim o nome de Jesus está sendo pregado, então por que criticar e combater católicos, espíritas, testemunhas de Jeová, mórmons e outras seitas? Eles inegavelmente também pregam a Cristo e ganham almas supostamente para Ele. Fazem MUITO MAIS obras sociais que nós! Muitos se convertem em seus arraiais, e confessam a Cristo. Em seguida, eles ensinam aos convertidos a andarem baseados em muitas doutrinas erradas, antibíblicas e até anticristãs! Podemos citar incontáveis casos de pessoas que conheceram a Cristo através das seitas citadas acima, que modificaram suas vidas, tornando-se inegavelmente pessoas transformadas. Nem mesmo os mais ferrenhos opositores destas seitas podem negar que [1] Eles pregam Cristo e [2] sua pregação transforma vidas. Podemos então concordar com suas pregações, e compreender que, já que estão pregando Cristo, devemos aceita-los, assim como a seus erros, e deixá-los em paz?

O problema do texto encontrado na epístola aos filipenses, que PARECE concordar com a pregação de qualquer evangelho, desde que Cristo seja pregado, é que interpretado desta forma fere a UNIDADE DA BÍBLIA e a sua impossibilidade de contradizer-se. Esta unidade bíblica está terrivelmente comprometida e abalada quando comparamos o texto usado com outro texto bíblico, oriundo da mesma pena de Paulo, que afirma:

Maravilho-me de que, tão depressa, passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo, para OUTRO EVANGELHO; O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos, ou um anjo do céu, vos anuncie OUTRO EVANGELHO, além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo, também, vo-lo digo. Se alguém vos anunciar OUTRO EVANGELHO, além do que já recebestes, seja anátema. Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo” (Gl 1:6-10 – grifos meus).

Desde os meus primeiros dias na fé cristã aprendi acerca da inerrância bíblica e da impossibilidade de contradição do texto sagrado. Nos casos onde a mesma aparentasse qualquer contradição, se fazia necessário esclarecer tudo considerando a unidade da Escritura. Como é possível, então, conciliar dois textos tão antagônicos, aonde Paulo elogia que se pregue DE TODA MANEIRA, e depois anatematiza o OUTRO EVANGELHO e quem o prega?

Vamos desfazer esta “contradição”: na carta aos filipenses, Paulo não se alegra com os falsos evangelhos; ele se alegra com o VERDADEIRO EVANGELHO, mesmo que pregado por motivos de contenda, quem sabe por alguém que queria ser maior que o apóstolo, ganhar mais almas que ele, por mera contenda. Fazendo uma comparação, é como se dois pastores brigassem entre si, dividissem a Igreja, e a partir daí cada um buscasse formar um ministério maior que o outro, ganhar mais almas que o outro, PREGANDO O MESMO EVANGELHO, sem deturpações. Neste caso, o Evangelho realmente está sendo pregado, e Cristo está sendo realmente proclamado, embora por motivos mesquinhos.

Divisões e contendas existem, e a Bíblia relata que isto aconteceu até mesmo entre Paulo e Barnabé, a ponto de se apartarem um do outro (At 15:35-41), mas os dois homens de Deus não passaram a pregar dois evangelhos diferentes. As divisões e os divisores, as mesquinhezas e as contendas, o Senhor as julgará. O Evangelho do Reino, entretanto, não foi adulterado. Muito diferente dos “evangelhos espúrios” que estão sendo pregados Brasil afora, e que seus defensores tentam ― usando a Bíblia fora de seu contexto e de sua unidade, como sempre fazem! ― defender a qualquer custo...

Na carta aos filipenses, Paulo trata de dois ou mais pregadores, mas de UM ÚNICO EVANGELHO sendo pregado, e ele se alegra com isto. Já na carta aos gálatas, percebem-se claramente dois pregadores, e DOIS EVANGELHOS distintos, e Paulo NÃO SE ALEGRA com esta duplicidade, nem com este novo evangelho, apesar de Cristo estar sendo inegavelmente anunciado. O apóstolo levanta-se ferrenhamente contra este falso evangelho que surge na Galácia, questiona-o, desmoraliza-o e declara-o como anátema, não só ele, mas todo e qualquer evangelho diferente do que foi ensinado, assim como seus pregadores. Mesmo que ELE MESMO, Paulo, viesse a cair no mesmo erro algum dia, já deixa os crentes avisados de antemão: todo evangelho pregado que se contraponha ao Evangelho da Graça de Deus, SEJA ANÁTEMA.

O uso indevido deste texto me faz lembrar a tentação do Senhor Jesus pelo diabo no deserto, narrado em Mateus 4:1-11, quando o adversário também usou o texto bíblico ― fora de seu contexto e de sua unidade, exatamente como os defensores dos falsos “evangelhos” fazem! ― para tentar confundir o Senhor. A sua leitura do texto “Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos, e eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra” (Sl 91:11-12)  foi refutada pelo Mestre com outra porção da Escritura, “Não tentareis o Senhor, vosso Deus” (Dt 6:16), como prova de que as Escrituras não podem ser usadas a bel-prazer do homem, mas em sua plenitude, sempre considerando sua unidade doutrinária. Que tal, defensores dos “outros evangelhos”, seguir o exemplo do Senhor Jesus e observar o que diz a toda a Bíblia, e não somente um texto isolado e fora o contexto? Assim, permitam-me uma paráfrase do texto da tentação do Senhor, para que vos sirva de exemplo mais claro:

Então o diabo o transportou o crente à igreja, e colocou-o púlpito, e disse-lhe: Se tu és filho de Deus, prega um evangelho diferente; porque está escrito: ‘contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda. Porque sei que disto me resultará salvação...’. Disse-lhe o crente: Também está escrito: ‘Se alguém vos anunciar outro evangelho, além do que já recebestes, seja anátema’“ (paráfrase do texto de Mt 4:5-7).

Desculpem-me a sinceridade, irmãos defensores dos “falsos evangelhos”: Jesus foi aprovado na tentação porque conhecia e manejava bem a Palavra; vocês são reprovados porque a desconhecem, recusam-se a conhecê-la, e o pouco que  conhecem usam conforme suas próprias conveniências e a manejam com o objetivo de apenas corroborar com vossos achismos e perversidades do coração!

Ao invés de “dar as mãos” a estes pregadores, concordarmos com suas deturpações e tentarmos justificá-las, é necessário que façamos como Paulo apóstolo: levantemo-nos contra os falsos evangelhos! Falando a Tito sobre pregadores deste naipe, ele chega a afirmar que "convém tapar-lhes a boca" (Tt 1:11). Estes evangelhozinhos medíocres que se espalham no meio do trigo como o joio pernicioso não têm compromisso com a Verdade do Evangelho trazido pelo Senhor e pregado pelos Seus apóstolos. Mesmo pregando Cristo, estes “evangelhos” afastam o homem do caminho de Cristo, levando-o por outros atalhos, ao ensinar-lhe doutrinas estranhas à Palavra de Deus. Por mais que estas falsas doutrinas se espalhem, cresçam e prosperem, nunca deixarão de ser falsos evangelhos, que mais afastam do que aproximam o pecador de Deus!

A pregação do Evangelho que interessa a Jesus, que promove verdadeiro crescimento do Reino de Deus e que alegra a Paulo não é qualquer um, mas é um só: o Evangelho do Reino, o genuíno, o centrado nas Escrituras, que está em pauta nos ensinamentos do Cristo. Paulo se alegra com a honra que lhe foi concedida de poder pregar este Evangelho, quando afirma: em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20:24). Não é qualquer “evangelho”. Paulo o nomeia: é ESTE EVANGELHO DA GRAÇA DE DEUS.

Quando Jesus falava acerca do fim das coisas, ele menciona que o fim só viria quando o genuíno Evangelho fosse pregado a todas as nações: “Nesse tempo, muitos serão escandalizados e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. E ESTE EVANGELHO DO REINO será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mt 24:10-14 – grifo meu). Mais uma vez, não é qualquer um evangelho! Não é o evangelho da graça barata; não é o evangelho da prosperidade; não é o evangelho da barganha com Deus, mas O EVANGELHO DO REINO.

Desta forma, fica fácil compreender as palavras do Mestre, quando disse: “Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi, abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt 7:21-23). Dentre estes que ficarão de fora, com certeza estarão muitos pregadores de “evangelhos”, e muitos defensores de tais pregadores e de tais “evangelhos”.

Que Deus nos dê a graça de estarmos entre os que não serão enganados, mas entre os que perseverarão na Palavra e no verdadeiro Evangelho do Reino, sem nos desviarmos nem para a esquerda e nem para a direita!