A ordem de Jesus para que todos os seus
discípulos preguem o Evangelho é imperativa e inegociável. Textos registrados
de sua comissão, como “Ide por todo o
mundo, pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16:15) e “...ide, ensinai todas as nações,
batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-as
a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” (Mt 28:19-20) deixam
claro não somente Sua ordem, mas também o teor da mensagem que deverá ser pregada.
A mensagem tem que ser as coisas que o próprio Cristo ensinou. Entretanto, mais
uma vez estão tentando justificar a pregação de qualquer evangelho, buscando calar
qualquer oposição aos falsos evangelhos. Agora estão usando a Bíblia, as palavras
do apóstolo Paulo, alegando-se que ele afirmou que o importante é pregar a
Cristo, que de uma forma ou de outra o nome de Cristo está sendo propagado, e
não importa como isso está sendo feito...
Será mesmo?
Vamos então analisar o texto em questão e tentar esclarecer mais esta falácia:
“E quero, irmãos, que saibais que as coisas
que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho; De
maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestadas por toda a guarda
pretoriana, e por todos os demais lugares, E muitos dos irmãos
no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais
confiadamente, sem temor. Verdade é que, também, alguns pregam
a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boamente; Uns por
amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho, Mas
outros, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando
acrescentar aflição às minhas prisões. Mas, que importa?
contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em
verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda.” (Fp 1:12-18 –
grifos meus).
O Evangelho é uma mensagem que tem compromisso absoluto com a
verdade. O verdadeiro Evangelho está intimamente associado com o que Jesus
ensinou, e não com o que os seus pregadores acham conveniente. Não basta apenas
pregar Jesus, mas igualmente e obrigatoriamente ensinar a guardar as coisas que Ele mandou (Mt 28:20). Fazer
a primeira coisa dissociando-a da segunda transforma a pregação do Evangelho em
uma mera pregação hipócrita! Ora, de que adianta convencer um pagão que Jesus
Cristo é o Senhor, “ganhar sua alma” e em seguida ensiná-lo a adorar ídolos, ou
a desobedecer a Palavra de Deus?
O próprio
Senhor ensinou que não adianta ganhar alguém para o Reino e desencaminha-lo na
doutrina. “Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra, para fazer um
prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno, duas vezes
mais do que vós” (Mt 23:15). Tão importante quanto trazer
alguém ao caminho da salvação é ensiná-lo acerca do Caminho, para que o neófito
não se desvie.
Neste aspecto,
bem afirmou Jesus: “Pode porventura o
cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova? O discípulo não é
superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre”
(Lc 6:39-40). Eis um problema: os homens não querem ser IGUAIS ao Mestre, mas
superiores, criando normas, doutrinas e condutas que nada têm a ver com Seus
ensinamentos. Pregam “evangelhos” dissociados da verdade e comprometidos com
suas visões e revelações deturpadas, ensinando falsas doutrinas aos seus
seguidores. Assim, tornam-se cegos guiando cegos; pregam o nome de Cristo, mas
desfazem sua pregação ao ensinar o caminho errado aos novos convertidos. Seu
fim é óbvio, e previsto pelo próprio Senhor Jesus: entrarão em perdição, e levarão
após si todos aqueles que seguirem seus ensinamentos errados. Honram a Deus com
os lábios, mas se afastam dEle e da Sua Palavra com as ações, pois valorizam
mais suas próprias doutrinas que a pura Palavra de Deus (Mt 15:1-9)!
Se o que vale é pregar o Evangelho, mesmo que deturpado, pois assim o nome de Jesus está sendo pregado, então por que criticar e combater católicos, espíritas, testemunhas de Jeová, mórmons e outras seitas? Eles
inegavelmente também pregam a Cristo e ganham almas supostamente para Ele. Fazem MUITO MAIS obras sociais que nós! Muitos se convertem em seus arraiais, e confessam a Cristo. Em
seguida, eles ensinam aos convertidos a andarem baseados em muitas doutrinas erradas,
antibíblicas e até anticristãs! Podemos citar incontáveis casos de pessoas que
conheceram a Cristo através das seitas citadas acima, que modificaram suas
vidas, tornando-se inegavelmente pessoas transformadas. Nem mesmo os mais
ferrenhos opositores destas seitas podem negar que [1] Eles pregam Cristo e [2]
sua pregação transforma vidas. Podemos então concordar com suas pregações, e
compreender que, já que estão pregando Cristo, devemos aceita-los, assim como a
seus erros, e deixá-los em paz?
O problema do texto encontrado na epístola aos filipenses, que
PARECE concordar com a pregação de qualquer evangelho, desde que Cristo seja
pregado, é que interpretado desta forma fere a UNIDADE DA BÍBLIA e a sua
impossibilidade de contradizer-se. Esta unidade bíblica está terrivelmente
comprometida e abalada quando comparamos o texto usado com outro texto bíblico,
oriundo da mesma pena de Paulo, que afirma:
“Maravilho-me de que, tão
depressa, passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo, para OUTRO
EVANGELHO; O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam
e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós
mesmos, ou um anjo do céu, vos anuncie OUTRO EVANGELHO, além do que já vos
tenho anunciado, seja anátema. Assim como já vo-lo dissemos,
agora de novo, também, vo-lo digo. Se alguém vos anunciar OUTRO EVANGELHO, além
do que já recebestes, seja anátema. Porque, persuado eu agora
a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? se estivesse ainda agradando
aos homens, não seria servo de Cristo” (Gl 1:6-10 – grifos meus).
Desde os meus
primeiros dias na fé cristã aprendi acerca da inerrância bíblica e da
impossibilidade de contradição do texto sagrado. Nos casos onde a mesma
aparentasse qualquer contradição, se fazia necessário esclarecer tudo
considerando a unidade da Escritura. Como é possível, então, conciliar dois textos
tão antagônicos, aonde Paulo elogia que se pregue DE TODA MANEIRA, e depois
anatematiza o OUTRO EVANGELHO e quem o prega?
Vamos desfazer
esta “contradição”: na carta aos filipenses, Paulo não se alegra com os falsos
evangelhos; ele se alegra com o VERDADEIRO EVANGELHO, mesmo que pregado por
motivos de contenda, quem sabe por alguém que queria ser maior que o apóstolo,
ganhar mais almas que ele, por mera contenda. Fazendo uma comparação, é como se
dois pastores brigassem entre si, dividissem a Igreja, e a partir daí cada um buscasse
formar um ministério maior que o outro, ganhar mais almas que o outro, PREGANDO
O MESMO EVANGELHO, sem deturpações. Neste caso, o Evangelho realmente está
sendo pregado, e Cristo está sendo realmente proclamado, embora por motivos
mesquinhos.
Divisões e
contendas existem, e a Bíblia relata que isto aconteceu até mesmo entre Paulo e
Barnabé, a ponto de se apartarem um do outro (At 15:35-41), mas os dois homens
de Deus não passaram a pregar dois evangelhos diferentes. As divisões e os
divisores, as mesquinhezas e as contendas, o Senhor as julgará. O Evangelho do
Reino, entretanto, não foi adulterado. Muito diferente dos “evangelhos
espúrios” que estão sendo pregados Brasil afora, e que seus defensores tentam ―
usando a Bíblia fora de seu contexto e de sua unidade, como sempre fazem! ―
defender a qualquer custo...
Na carta aos filipenses, Paulo trata de dois ou mais pregadores,
mas de UM ÚNICO EVANGELHO sendo pregado, e ele se alegra com isto. Já na carta
aos gálatas, percebem-se claramente dois pregadores, e DOIS EVANGELHOS
distintos, e Paulo NÃO SE ALEGRA com esta duplicidade, nem com este novo
evangelho, apesar de Cristo estar sendo inegavelmente anunciado. O apóstolo levanta-se
ferrenhamente contra este falso evangelho que surge na Galácia, questiona-o,
desmoraliza-o e declara-o como anátema, não só ele, mas todo e qualquer
evangelho diferente do que foi ensinado, assim como seus pregadores. Mesmo que
ELE MESMO, Paulo, viesse a cair no mesmo erro algum dia, já deixa os crentes
avisados de antemão: todo evangelho pregado que se contraponha ao Evangelho da
Graça de Deus, SEJA ANÁTEMA.
O uso indevido
deste texto me faz lembrar a tentação do Senhor Jesus pelo diabo no deserto,
narrado em Mateus 4:1-11, quando o adversário também usou o texto bíblico ―
fora de seu contexto e de sua unidade, exatamente como os defensores dos falsos
“evangelhos” fazem! ― para tentar confundir o Senhor. A sua leitura do texto “Porque aos seus anjos dará ordem a teu
respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos, e eles te sustentarão
nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra” (Sl
91:11-12) foi refutada pelo Mestre com outra
porção da Escritura, “Não tentareis o
Senhor, vosso Deus” (Dt 6:16), como prova de que as Escrituras não podem
ser usadas a bel-prazer do homem, mas em sua plenitude, sempre considerando sua
unidade doutrinária. Que tal, defensores dos “outros evangelhos”, seguir o
exemplo do Senhor Jesus e observar o que diz a toda a Bíblia, e não somente um
texto isolado e fora o contexto? Assim, permitam-me uma paráfrase do texto da
tentação do Senhor, para que vos sirva de exemplo mais claro:
“Então o diabo o transportou
o crente à igreja, e colocou-o púlpito, e disse-lhe: Se tu és filho de Deus,
prega um evangelho diferente; porque está escrito: ‘contanto que Cristo seja
anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me
regozijo, e me regozijarei ainda. Porque sei que disto me resultará
salvação...’. Disse-lhe o crente: Também está escrito: ‘Se alguém vos anunciar
outro evangelho, além do que já recebestes, seja anátema’“ (paráfrase do
texto de Mt 4:5-7).
Desculpem-me a sinceridade, irmãos defensores dos “falsos
evangelhos”: Jesus foi aprovado na tentação porque conhecia e manejava bem a
Palavra; vocês são reprovados porque a desconhecem, recusam-se a conhecê-la, e o pouco que conhecem usam conforme suas próprias conveniências e a
manejam com o objetivo de apenas corroborar com vossos achismos e perversidades
do coração!
Ao invés de “dar as mãos” a estes pregadores, concordarmos com
suas deturpações e tentarmos justificá-las, é necessário que façamos como Paulo
apóstolo: levantemo-nos contra os falsos evangelhos! Falando a Tito sobre pregadores deste naipe, ele chega a afirmar que "convém tapar-lhes a boca" (Tt 1:11). Estes evangelhozinhos
medíocres que se espalham no meio do trigo como o joio pernicioso não têm
compromisso com a Verdade do Evangelho trazido pelo Senhor e pregado pelos Seus
apóstolos. Mesmo pregando Cristo, estes “evangelhos” afastam o homem do caminho
de Cristo, levando-o por outros atalhos, ao ensinar-lhe doutrinas estranhas à
Palavra de Deus. Por mais que estas falsas doutrinas se espalhem, cresçam e
prosperem, nunca deixarão de ser falsos evangelhos, que mais afastam do que
aproximam o pecador de Deus!
A pregação do
Evangelho que interessa a Jesus, que promove verdadeiro crescimento do Reino de
Deus e que alegra a Paulo não é qualquer um, mas é um só: o Evangelho do Reino,
o genuíno, o centrado nas Escrituras, que está em pauta nos ensinamentos do Cristo.
Paulo se alegra com a honra que lhe foi concedida de poder pregar este
Evangelho, quando afirma: “em
nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha
carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do
evangelho da graça de Deus” (At 20:24). Não é qualquer “evangelho”. Paulo o
nomeia: é ESTE EVANGELHO DA GRAÇA DE DEUS.
Quando Jesus
falava acerca do fim das coisas, ele menciona que o fim só viria quando o
genuíno Evangelho fosse pregado a todas as nações: “Nesse tempo, muitos serão escandalizados e trair-se-ão uns aos outros,
e uns aos outros se aborrecerão. E surgirão muitos falsos
profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de
muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. E ESTE
EVANGELHO DO REINO será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as
gentes, e então virá o fim” (Mt 24:10-14 – grifo meu). Mais uma vez, não é
qualquer um evangelho! Não é o evangelho da graça barata; não é o evangelho da
prosperidade; não é o evangelho da barganha com Deus, mas O EVANGELHO DO REINO.
Desta forma, fica
fácil compreender as palavras do Mestre, quando disse: “Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus. Muitos
me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em
teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi, abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que
praticais a iniqüidade” (Mt 7:21-23). Dentre estes que ficarão de fora, com
certeza estarão muitos pregadores de “evangelhos”, e muitos defensores de tais pregadores
e de tais “evangelhos”.
Que Deus nos
dê a graça de estarmos entre os que não serão enganados, mas entre os que perseverarão
na Palavra e no verdadeiro Evangelho do Reino, sem nos desviarmos nem para a
esquerda e nem para a direita!
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Graça e Paz
Cris
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muito bacana seu texto parabéns!!!!
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