Aos 79 anos de idade, na cidade de João Pessoa - PB, faleceu no último sábado, dia 25 de fevereiro de 2012, ás 17:00h, vitima de morte natural a estimada, e amada irmã – “Missª Vilsa Alves” – chamada curiosamente de “Tia Vilsa”.
Ela era natural de Governador Valadares/MG. A mesma antes de tornar-se cristã evangélica foi freira da igreja católica romana. Ao aceitar Jesus como seu salvador tornou-se uma cristã fervorosa e abnegada na obra do Senhor. Ao concluir seu curso teológico pelo Instituto Bíblico Betel Brasileiro em João Pessoa/PB, foi convidada pela então Missª Lídia Almeida de Menezes (in memoriam), para assumir a função de Diretora do “SEM” Seminário Masculino do Instituto Bíblico Betel Brasileiro de João Pessoa, função que exerceu com muita competência e seriedade por um período de aproximadamente 25 anos.
O corpo da amada, e hoje saudosa “Tia Vilsa” foi velado, na “Capela Nobre” do Instituto Bíblico Betel Brasileiro, no bairro do Alto do Mateus em João Pessoa. A cerimônia fúnebre ocorreu no domingo, dia 27 de fevereiro de 2012
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida”. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;... (João 11: 25)
domingo, 26 de fevereiro de 2012
sábado, 11 de fevereiro de 2012
PREGANDO O EVANGELHO ― QUAL DELES? (2)
Meu artigo anterior, de mesmo título, procurou demonstrar
que não é qualquer Evangelho que deve ser pregado. Não basta apenas pregar
Cristo e dissociar a continuidade da pregação (o ensino doutrinário,
subsequente à conversão), mas toda a mensagem, o "conjunto da obra"
deve ser o mesmo: o Evangelho do reino, o mesmo que foi pregado pelo Senhor
Jesus e por Seus apóstolos. Gostaria de continuar discorrendo sobre o mesmo tema,
falando agora dos evangelhos que vêm sendo pregados e a diferença entre eles e
o Evangelho genuíno.
O que não nos
falta nos dias de hoje são denominações, e em cada uma delas “evangelhos”
diferentes. Diz-se que existem igrejas para o gosto pessoal de todos, e que nos
basta encontrar o local aonde se prega um Evangelho agradável, com o qual nos
identifiquemos... Embora seja válida a escolha de uma comunidade com a qual
tenhamos algum tipo de afinidade social, não cremos que as coisas sejam assim
em relação ao Evangelho propriamente dito, a mensagem que é pregada na igreja
escolhida, pelo menos por duas razões:
Primeiro, o
Evangelho não foi trazido por Cristo e pregado pelos apóstolos para
agradar
ninguém. A primeira grande prerrogativa do Evangelho é exatamente
questionar a natureza
pecaminosa do homem, confrontando-o com seu próprio pecado e
admoestando-o a
sair da zona de conforto, reconhecendo seus pecados e rendendo-se a
Cristo. Ou
seja, nosso primeiro contato com o genuíno Evangelho não é de todo
agradável,,, O colunista Marcello Comuna já disse no blog Mulheres Sábias em
sueu artigo EVANGELHO - O DEDO NA GOELA
que o Evangelho é exatamente um purgante, que nos leva a vomitar,
expulsando toda a nossa podridão, aquilo que de mau existe dentro de
nós.
Segundo,
procurar a Igreja que nos é mais conveniente não é a prática mais
adequada. A
Igreja não é necessariamente o local aonde nos sentimos bem, pois a
Palavra de
Deus que lá é pregada ― seja nas mensagens, na liturgia, nos louvores
cantados
ou em quaisquer das suas demais atividades ― tem que nos incomodar, nos
tirar
da inércia e promover cura e transformação. Cura da alma, transformação
de
caráter. O genuíno Evangelho sempre quebra paradigmas e desfaz
sofismas, as verdades que muitas vezes eu passei toda a minha vida
crendo e confessando.
A Palavra de Deus, marreta que esmiúça a penha (Jr 23:29), é quem deve
despedaçar e desfazer meus conceitos, a fim de que eu substitua meus
conceitos
humanos pelos divinos, e jamais o contrário, meus conceitos anularem o
Evangelho e as Escrituras, obrigando o divino a se acostumar e se
acomodar com o humano! Como posso me submeter a este processo, se a
Igreja
que eu escolhi para congregar fala exatamente a minha língua, me ensina
as
coisas que eu quero ouvir e não me confronta com o que diz a Palavra?
Portanto, se
temos que procurar uma Igreja, que não seja de acordo com os meus gostos
pessoais, mas de acordo com o Evangelho que lá é pregado. Que primordialmente
eu esteja inclinado a buscar uma Igreja que pregue o Evangelho do Reino, o da
sã doutrina, o da Bíblia, por mais que isto me incomode.
Ao procurarmos uma Igreja, precisamos ver qual Evangelho que pregam por lá... E tomar muito cuidado para que não façamos a escolha errada, pelos motivos errados. Vejamos alguns “evangelhos” muito comuns em nossos dias, e que o encontraremos em cada esquina.
1. O EVANGELHO DA CONVENIÊNCIA
O Evangelho da
conveniência é o “evangelho” mais pregado em nossos dias. Esta semana, fui
visitar um cliente e, quase à sua porta, passou um carro de som convidando os
ouvintes a visitar determinada “igreja”. No anúncio, o locutor falava: “Você está doente? Tem problemas de saúde
física ou espiritual? É cego, paralítico ou surdo (esta parte me chamou a
atenção: se o cara é surdo, como vai ouvir o carro de som??)? Está desempregado? Passa por perturbações
espirituais? Seus problemas acabaram (não, ele não falou isso, mas eu quase
consegui ouvir a frase slogan das Organizações Tabajara, e ela estava ali, nas
entrelinhas do texto...)! Venha visitar a
nossa Igreja, e o pastor Fulano vai abraçar a sua causa. Você receberá a bênção,
blá blá blá...” O resto, você pode concluir... Já deve ter ouvido também
coisas parecidas...
Traduzindo:
qual o motivo mais conveniente para te trazer à Igreja? Veja bem: problemas
SEUS, pessoais... Nada relacionado com sua salvação, evidentemente, porque este
tem sido s último motivo que conduz um homem à Igreja.
NÓS TEMOS A
SOLUÇÃO, apregoam os evangelistas da conveniência. Desde a cura divina,
passando pelo “sumiço” de débitos bancários e retirada miraculosa de seu nome
do SERASA e SPC. O homem é, portanto, instigado a ir à Igreja para resolver
seus problemas, e não para conhecer a Deus, o plano que Ele preparou para
salvá-lo da perdição eterna e resolver seu REAL PROBLEMA. A Igreja, por sua
vez, também é refém de satisfazer às necessidades de quem a ela se achega. Não
precisa pregar a Palavra de arrependimento, de conserto, de repreensão, que
leva o homem a refletir e mudar sua conduta, seu caráter e sua forma de viver. Basta
falar o que o homem quer ouvir. A conveniência do homem fala mais alto do que
Deus, e este é o maior motivo da sua vinda
à Igreja: o próprio homem, e não Deus.
2. O EVANGELHO DAS NOVIDADES
Um dos “evangelhos”
que muito se prega nos dias de hoje é o evangelho modernizado, ou seja, aquele
que mudou com o passar dos anos, trazendo novidades doutrinárias que não eram
conhecidas há 20, 40, 50 anos. Não sou tão velho assim, mas nos meus tempos de
jovem, aos 16 anos quando me converti ao Senhor, muitas das coisas que são
pregadas nos dias de hoje eram completamente desconhecidas na Igreja. É verdade
que havia muita pregação estranha, mas a grande maioria delas referente a usos
e costumes, e não à doutrina. Entretanto, de uns tempos para cá as pregações
estranhas que surgiram são no campo teológico-doutrinário mesmo. Por exemplo, pergunte a qualquer pessoa mais
antiga da Igreja se ele alguma vez já tinha ouvido falar que a festa do natal é
pecado... Isso é coisa recente, de menos de dez anos! O mesmo se aplica para a
“doutrina das células”, que começaram como uma boa estratégia de crescimento da
Igreja, e com o passar do tempo o modelo foi incorporado à doutrina, como se
tivesse sido uma revelação divina desde os tempos das Escrituras...
O Evangelho,
entretanto, não mudou. Permanece o mesmo que era pregado por Jesus Cristo e
pelos apóstolos no primeiro Século; Estas “grandes revelações do Século XXI”
são mais uma visão distorcida do que revelação. Até porque a revelação
encerrou-se com o fechamento das Escrituras, e depois disto apenas recebemos
luz sobre verdades existentes... Senão, porque Deus não revelou tais verdades a
Seus apóstolos, que viveram ao Seu lado, para que eles as deixassem escritas
para nós??
3. O EVANGELHO LOCAL
De abrangência
muito estreita, o “evangelho local” não pode ser pregado em todas as
culturas.
Só em determinados locais. Quando Jesus deixou o Seu Evangelho para seus
apóstolos e discípulos o disseminarem pelo mundo, a todas as etnias, não
o
deixou de forma que pudesse ser pregado a determinadas culturas, e a
outras
não. Não existem limites para a pregação do Evangelho. Entretanto, nos
dias de
hoje vemos “evangelhos” como o da prosperidade, que não podem ser
pregados em
qualquer lugar. Experimentem pregar este “evangelho da prosperidade” nos
lugares mais inóspitos dos sertões, onde o povo é tão pobre que muitas
vezes a
Igreja é que precisa levar-lhes recursos para sua sobrevivência. Tentem
pregá-lo nos países da “janela 10-40”,
aonde as dificuldades de se pregar o legítimo Evangelho de Cristo são
tão grandes que muitas vezes o pregador precisa captar recursos para que
os membros da comunidade não padeçam necessidades. Como fazer isto com o
evangelho da prosperidade, que visa extrair dinheiro, e nunca
distribui-lo aos pobres?
O que
queremos, e podemos, afirmar é que se um Evangelho só funciona em determinado
local, mas não funciona em outros, não pode ser Evangelho. A genuína mensagem
de Jesus Cristo pode ser pregada a todos os homens, a todas as culturas, sem
problemas. O verdadeiro Evangelho é pregado nos locais aonde há liberdade e
aonde há perseguição, a pregação é a mesma em comunidades ricas e comunidades à
beira da miséria financeira. O mesmo Evangelho que Felipe pregou ao eunuco etíope
há dois mil anos pode ser pregado nos dias de hoje, mas o “evangelho local” que
pregamos hoje não seria jamais pregado por Felipe, e nem por seus
companheiros...
4. O EVANGELHO MONOFACETADO
O Evangelho
genuíno é plurifacetado. Ele engloba todas as áreas humanas, trata do ser
humano em todos os aspectos. Da mesma forma, o culto a Deus é múltiplo, e são
múltiplas as operações em um culto. Paulo afirma que nas reuniões da igreja “cada um de vós tem salmo,
tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação” (1 Co 14:26). O
culto a Deus não se compõe de uma única manifestação. Há, entretanto, igrejas
“especialistas” em determinados aspectos, e se dedicam quase que integralmente
a esta faceta...
Algumas têm um
ministério de louvor belíssimo, bandas e corais, mas não pregam a palavra, e o
resultado é que este ministério de louvor distorce a doutrina. Não é de se
estranhar que grandes e famosos grupos de louvor da atualidade ensinem que devemos nos
arrastar no chão, rugindo como leões, cachorros ou ursos... A Bíblia se tornou secundária.
Outras se
dedicam quase todo o culto à libertação espiritual. A Palavra é
desprezada, e
somos surpreendidos com entrevistas diárias com demônios, como se a voz
destes
espíritos caídos tivessem algo a nos ensinar, em substituição às
Escrituras. Os demônios, cujo líder fi chamad de pai da mentira, com
suas vozes de mentira substituem estrategicamente a Palavra da
verdade...
Estamos, pois,
vivendo uma geração que não tem mais culto de doutrina, nem culto de oração,
nem exposição sincera e sistemática da Palavra, porque não há tempo para estas
coisas. O louvor, a cura, a libertação, as campanhas e correntes, os cultos da
vitória e da prosperidade, os exorcismos realizados sob holofotes tomaram a primazia. Não existe equilíbrio entre os
ministérios, deixam de pregar a Palavra para exercerem sua “obra”.
5. O EVANGELHO ANIMISTA
Há ainda o evangelho do toque, aquele
aonde a fé e o Senhor Jesus são sempre insuficientes. Faz-se necessário um
ponto de contato entre os ungidos e aqueles que precisam receber a bênção. Uma
interpretação equivocada de Atos 5:15 e 19:12 leva os “pregadores” ensinarem
que são necessários ponto de contato para que o milagre ocorra... Sal grosso, rosa ungida, lenços suados,
sabonetes, azeites e muitos outros elementos animistas se misturam num
sincretismo aonde até elementos de cultos africanos e da religião judaica são
usados.
Entendemos que
realmente algumas pessoas precisam de algo “palpável” para pôr sua fé em prática. São os
chamados na Bíblia de “meninos na fé”. São pessoas que ainda não amadureceram o
suficiente para entender a suficiência de Cristo e de Sua obra, e discernir o
bem e o mal (Hb 5:12-14). No livro de Atos vemos exemplo de pessoas se
aproveitando deste animismo: a sombra de Pedro passou a ser concorrida pelos
enfermos e endemoninhados que buscavam a libertação de seus males, mas tal
prática não é descrita no Texto Sagrado como o método bíblico para se alcançar
curas e libertações, mas como uma demonstração da intensidade do poder de Deus
presente na vida do apóstolo (At 5:15-16). Vemos também alguns objetos que eram
tocados por Paulo serem usados também para cura e libertação (At 19:12), mas a
Escritura também apenas relata o fato, mas não PRESCREVE como prática da
Igreja, e nem afirma que estas coisas eram feitas com o consentimento dos
apóstolos. Tanto no caso de Pedro quanto no de Paulo eram coisas que ocorriam
FORA DA IGREJA, nas ruas, o que nos indica que não era prática interna da
Igreja.
Paulo em dado momento afirma: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1 Co 13:11). Isso se aplica perfeitamente ao animismo gospel. É coisa de menino, e não é isso que Deus deseja para Seu povo! Mas infelizmente é a prática de muitos pastores da atualidade, que desejam manter os crentes presos a eles, adquirindo os elementos animistas das suas mãos e a preço alto, sempre dependentes deles, evitando ao máximo a sua independência espiritual, a prática saudável do sacerdócio que Cristo concedeu a cada crente na Nova Aliança.
Deus anseia que
o crente tenha plena comunhão com Ele, e exerça a fé sem a necessidade de
amuletos e patuás. Não precisamos de rosas ungidas, azeites, sal grosso, terra
de Israel ou água do rio Jordão. Precisamos da fé em Cristo, do poder que Ele
mesmo nos outorgou. Precisamos crescer, e deixar de ser meninos na fé (1 Co
3:1-2; Hb 5:12-14). Jesus Cristo e Sua obra no Calvário são suficientes! Ou o
Cristo dos pseudopentecostais é tão fraco que precisa de algo para poder operar o
milagre?
A todos estes
“evangelhos”, acrescentem mais um sem fim de outros (não dá para falar
de todos aqui; pelo menos, não eu uma só postagem...), com práticas
bizarras e
extrabíblicas, fruto de visões de uma liderança sem apego e sem respeito
às
Escrituras, visões estas que melhor seriam chamadas de “alucinações”,
pois descartam as práticas do antigo Evangelho da Igreja, e afastam o
rebanho dos
verdadeiros pilares da fé em Cristo.
A despeito
deste cenário real e preocupante, com tantos “evangelhos” sendo mais
valorizados que o genuíno, e com tantos defensores da pregação de qualquer
“evangelho” e o abandono do Evangelho genuíno, afirma-se por aí que estamos
vivendo a fase mais brilhante da Igreja... A geração da noiva... Que nunca se
pregou tanto o Evangelho, via tevê, satélite, internet e demais mídias
tecnológicas. Enquanto isso, as Escrituras mostram a quem tem olhos e os usa
corretamente que na verdade estamos vivendo a geração de Laodiceia., da igreja
pobre, cega, nua e miserável que se acha muito rica e perfeita, mas não enxerga
mais nem o verdadeiro Evangelho que deveria estar pregando... E o evangelho vem
sendo pregado... Qual deles mesmo?
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
FATO E BOATO
Desde o final do Século XX até os dias
atuais estamos vivendo a Era da Informação. O rádio, a tevê e a internet, em
tempo real, mantêm a sociedade sempre informada de tudo o que acontece em nossa
localidade, no Brasil e no mundo, quase que na mesma hora do acontecimento.
Para estar bem informado basta se manter conectado a um bom portal de notícias.
Mas esta era de informações também tem seu
lado mau: o boato. Nunca foi tão fácil se criar uma estória e lançá-la na grande
rede como se fosse a mais verídica das histórias. O povão se encarrega de
passar a notícia adiante, e faz questão de acrescentar um pontinho a mais.
Recentemente, recebi via rede social a notícia que um famoso cantor gospel estaria gravemente doente, com
uma enfermidade incurável, e que viajaria para os EUA a fim de se submeter a um
rigoroso tratamento médico. Confesso que cheguei a acreditar na notícia! Qual
não foi minha surpresa quando o vi em um programa em rede nacional, ao vivo,
ostentando saúde para dar e vender!
Estabeleça-se, portanto, um diferencial
entre um fato e um boato: a fonte da informação. As verdades vêm acompanhadas
de origem idônea, de fontes que confirmam a sua veracidade. Os boatos fazem
questão de ocultar a fonte, ou dificultar-lhe o acesso o máximo possível.
Não devemos dar crédito a tudo o que nos
chega, sem se dar ao trabalho de verificar a fonte e a veracidade da notícia.
Diariamente chegam na caixa de entrada de meu e-mail ou de minhas redes sociais
notícias sensacionalistas e bombásticas, sempre acompanhadas de links para que eu acesse a notícia
completa. E é claro que eu não caio nestas armadilhas. São pessoas
inescrupulosas, que só querem acessar as informações armazenadas em meu
computador, com o intuito de me prejudicar! O caminho mais confiável de
confirmar tais notícias é jamais acessar os links
que as acompanham, e sim acessar um portal de notícias confiável, e ver se tal
notícia está ali. Se aconteceu, estará com certeza nos grandes portais.
A vida espiritual também é assim. Existem
fatos e surgem boatos, e infelizmente a maioria dos boatos tomam status de verdade absoluta em nosso
meio. E eu não estou falando de meras notícias, como a do famoso cantor, mas de
novas doutrinas e revelações (que eu prefiro chamar de “revelamentos”) que
chegam em nosso meio sem qualquer fonte confiável, mas que são aceitos sem
qualquer questionamento.
Aí surge a primeira e obrigatória pergunta:
de onde foi que tiraram isso? Qual a base desta informação? As Escrituras, ou
uma “revelação” que contraria o que está escrito?
O povo de Israel fez algo terrível aos olhos
de Deus nos tempos de Jeremias, e a Igreja está fazendo o mesmo nos dias
atuais: abandonando o Senhor e a Sua Palavra, fontes inesgotáveis de águas
vivas, e cavando cisternas rotas, distantes de Deus e das Escrituras, ÚNICA
regra de fé e prática que Deus deixou para a Igreja. Hoje aceitamos tudo: dogmas, revelações, relatos de visões e arrebatamentos, viagens
ao céu e ao inferno, doutrinas de homens e uma infinidade de “boatos
espirituais”. E o pior: nos recusamos a examinar a fonte escriturística da
informação. Preferimos crer no homem do que crer em Deus, o Autor da Bíblia!
O Reformador Martinho Lutero viveu em uma
época de grandes boatos espirituais. Sem qualquer base nas Escrituras, a igreja
da época ditava normas, vendia indulgências e determinava a vontade de Deus
para o povo. Bíblia existente era em
latim, e o povo era proibido de lê-la e possuí-la. Uma das primeiras atitudes
de Lutero foi colocar a Bíblia nas mãos do povo, em sua língua, e estabelecer
uma das mais firmes colunas da Reforma: SOLA
SCRIPTURA. Somente as Escrituras seriam doravante a bússola fiel para o
crente. Nada pode ser superior ao que Deus nos deixou como norma de fé e
prática para Seu povo.
As revelações são luzes que o Senhor lança
sobre a Sua Palavra, fazendo com que nós a compreendamos melhor. O próprio Deus
nos autorizou a “ não
crer em todo o espírito, mas provar se os espíritos são de Deus, porque já
muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 Jo 4:1ss). O próprio
Senhor fala de homens que crêem firmemente que O estão servindo, mas que nunca
O conheceram de verdade (Mt 7:22-23), e sSó perceberão esta terrível realidade
no último dia! Não é de se admirar que estas pessoas perdidas ensinem uma
infinidade de mentiras e boatos para a Igreja como se fossem a mais pura
expressão da verdade, e enganem a muitos.
Por isso, sempre que chegar alguma novidade
no meio da igreja, uma revelação nova, não a desprezemos imediatamente, mas
também não a aceitemos imediatamente.imediatamente vamos tirar a dúvida se é
fato ou boato. Para isto, basta acessar o ÚNICO portal de notícias da vida
espiritual, a Bíblia, e fazer como bem faziam os crentes de Beréia: “Ora estes [de Beréia]
foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado
receberam a palavra, examinando cada dia, nas Escrituras, se estas coisas
eram assim”. Aquilo que não concordar com as Escrituras, é mentira,
boato e falsa profecia/revelação.
QUANTAS ALMAS VOCÊ JÁ GANHOU PARA JESUS ?
Hoje eu acordei lembrando do filme Titanic, que assisti há bastante tempo! Superprodução ganhadora de muitos Oscars, sem dúvida foi um dos mais bem produzidos filmes de Hollywood. Em dado instante, veio-me à lembrança a cena onde o capitão recebe a informação de que o navio está afundando, sem condições de se deter a tragédia. Preocupado e desorientado, ele pergunta ao imediato quantas pessoas estão a bordo. Recebe imediatamente a resposta: “Duas mil duzentas e tantas almas, senhor!”.
Hoje também é costume se contar almas. Isto não é feito nos cemitérios, nem nos navios, mas no interior das igrejas, onde a quantidade de discípulos arrebanhados é sinal de status e a prova definitiva de que Deus está operando naquele lugar, aprovando o que lá acontece. Quando há qualquer questionamento doutrinário ou comportamental, alguém logo sai em defesa de seu “ungido” e pergunta quantas almas o questionador já ganhou; caso ele já tenha ganho algumas ou muitas, vamos comparar as quantidades para ver quem tem mais poder, mais autoridade, mais credibilidade, mais unção...
Eu não me preocupo com a contabilidade de almas ganhas, porque a parábola do servo inútil parece ter sido contada pelo Senhor Jesus exatamente para ilustrar esta situação (Lc 17:7-10). Não importa quantas almas eu já ganhei ou quantas vou ainda ganhar pois almas não podem e nem devem ser computadas em estatísticas de poder ou credibilidade. Mesmo ganhas aos milhares, o objetivo de ganhar almas jamais poderá ser para o engrandecimento do pregador, e sim do Reino. Pregar o Evangelho é nossa obrigação; ganhar almas é tarefa não nossa, mas do Espírito Santo. Assim, quando eu "ganho uma alma para Jesus" nada mais fiz que simplesmente pregar o Evangelho. Coube ao Espírito Santo convencer o ouvinte e conduzi-lo a Cristo. Fui apenas um "moleque de recados". A obra foi TOTALMENTE feita por Deus, o plano de salvação, a vinda do Salvador, Sua morte expiatória e Sua ressurreição. A mensagem do Evangelho não é minha, nem da minha igreja, nem do meu ministério. As almas, finalmente, não são ganhas para a nossa glória, mas para a glória de Deus!
Além disto, há pessoas que não as ganham, mas ajudam almas ganhas por terceiros a crescer (1 Co 3:1-9). Paulo não vê diferença entre um e outro. Outras, ganham almas e nem tomam conhecimento disto. Tenho um amigo que é exemplo disto. Ele é pastor e trabalha secularmente em ambiente hospitalar. Todos os dias ele tem acesso à UTI e prega o Evangelho os enfermos. Apresenta-lhes rapidamente a Palavra de Deus, mostra-lhes Jesus como o único que pode lhes trazer a salvação após a morte, faz um apelo para que o enfermo O aceite como único salvador e ora por ele. Às vezes ele percebe, por um movimento de lábios ou de olhos, uma tênue resposta; na maioria dos casos nenhum sinal se percebe, principalmente no caso de enfermos inconscientes. Mas ele não desiste. Prega o Evangelho a todos, conscientes ou não! Ele chama seu ministério como “o evangelismo da última hora”. Não sabe quantas almas já ganhou para Cristo. Não as congrega na igreja aonde é pastor. Não se torna um grande pastor, com uma multidão de seguidores após si. Não recolhe dízimos e ofertas das ovelhas! Só tomará conhecimento de quantas almas ganhou apenas no Último Dia. E o melhor: não tem do que se gloriar da quantidade de almas que já ganhou. Sabe que não passa de um servo inútil, que está fazendo não mais que a sua obrigação. As almas só lhe serão computadas para efeito de galardão!
Além disto, há pessoas que não as ganham, mas ajudam almas ganhas por terceiros a crescer (1 Co 3:1-9). Paulo não vê diferença entre um e outro. Outras, ganham almas e nem tomam conhecimento disto. Tenho um amigo que é exemplo disto. Ele é pastor e trabalha secularmente em ambiente hospitalar. Todos os dias ele tem acesso à UTI e prega o Evangelho os enfermos. Apresenta-lhes rapidamente a Palavra de Deus, mostra-lhes Jesus como o único que pode lhes trazer a salvação após a morte, faz um apelo para que o enfermo O aceite como único salvador e ora por ele. Às vezes ele percebe, por um movimento de lábios ou de olhos, uma tênue resposta; na maioria dos casos nenhum sinal se percebe, principalmente no caso de enfermos inconscientes. Mas ele não desiste. Prega o Evangelho a todos, conscientes ou não! Ele chama seu ministério como “o evangelismo da última hora”. Não sabe quantas almas já ganhou para Cristo. Não as congrega na igreja aonde é pastor. Não se torna um grande pastor, com uma multidão de seguidores após si. Não recolhe dízimos e ofertas das ovelhas! Só tomará conhecimento de quantas almas ganhou apenas no Último Dia. E o melhor: não tem do que se gloriar da quantidade de almas que já ganhou. Sabe que não passa de um servo inútil, que está fazendo não mais que a sua obrigação. As almas só lhe serão computadas para efeito de galardão!
Quantidade, no aspecto de “contabilidade de almas”, não significa nada! Não nos compete contá-las para usar seu número para nossa própria glória. Aliás, esta parece ser a grande causa do castigo divino sobre o recenseamento promovido por Davi em Israel (2 Sm 24).Que explicação melhor encontraríamos para tão grande castigo, senão o orgulho de ser rei sobre uma grande multidão?
Uma multidão não referenda um ministério. Muitos seguidores não significam a aprovação divina para o ministério ou para o obreiro! Sinais, milagres e maravilhas nada significam, uma vez que falsas religiões os praticam, e que Jesus foi categórico que muitos que fizeram tais sinais serão rejeitados no juízo (Mt 7:21-23). O uso de almas como contabilidade ministerial só revela a falta de escrúpulos do obreiro, sua tentativa forçada de ser reconhecido e respeitado pelos seus opositores e sua incompreensão ao verdadeiro sentido de ganhar almas para Deus!
Uma multidão não referenda um ministério. Muitos seguidores não significam a aprovação divina para o ministério ou para o obreiro! Sinais, milagres e maravilhas nada significam, uma vez que falsas religiões os praticam, e que Jesus foi categórico que muitos que fizeram tais sinais serão rejeitados no juízo (Mt 7:21-23). O uso de almas como contabilidade ministerial só revela a falta de escrúpulos do obreiro, sua tentativa forçada de ser reconhecido e respeitado pelos seus opositores e sua incompreensão ao verdadeiro sentido de ganhar almas para Deus!
Desde os tempos dos apóstolos, vemos pessoas arrastando após si multidões (At 5:35-37), sem contudo isto referendar sua pregação ou ministério. O mesmo acontece nos nossos dias. Religiões pseudocristãs, como o Espiritismo, o Mormonismo, as Testemunhas de Jeová, batem recordes de crescimento a cada ano, e nem por isso têm a aprovação divina, já que distorcem a Palavra de Deus e afastam o homem da plena comunhão com Jesus Cristo. O conselho de Gamaliel (se é de Deus, ninguém vai impedir, e o crescimento é a prova da anuência divina) não referenda estes ministérios.
E nem adianta afirmar-se que faz parte de uma religião evangélica! O objetivo da religião, como o próprio nome afirma, é religar o homem a Deus, e este religamento, à luz da fé cristã genuína, só pode ocorrer quando conduzimos o homem pecador a viver de conformidade com as Escrituras. Quando alguém, mesmo sob o signo do evangelicanismo, ganha uma multidão, mas afasta esta multidão da Palavra de Deus, não está ganhando almas para Jesus, e sim para si mesmo, para sua igreja, para sua denominação! É o caso explícito da parábola do cego guiando outro cego (Lc 6:39-40), quando ambos cairão inexorável e inevitavelmente na cova.
A parábola do guia cego nos dá pelo menos duas grandes lições: “E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova? O discípulo não é superior a seu mestre, mas, todo o que for perfeito será como o seu mestre“.
A primeira é que não adianta atrair ninguém para si ou supostamente para Cristo, se não temos condições de guiar os que se achegam à luz da Palavra de Deus e da sã doutrina dos apóstolos. Se Fulano ou Sicrano tem atraído multidões, mas afasta estas multidões da pura Palavra de Deus, não está ganhando ninguém para Cristo!
A segunda é que a maioria das pessoas está, no desempenhar de seus “ministérios”, querendo na verdade ser maiores ou melhores que o próprio Mestre. Este é o problema central da coisa! Queremos ser maiores e melhores! Nosso Mestre, na opinião destes obreiros fraudulentos, deixou de ensinar muitas coisas... Assim, acrescentam-se novos ensinamentos ao puro ensino que Ele deixou, e os ensinamos como se fossem ensinamentos do próprio Senhor... Revelações... Doutrinas... Práticas... Novidades e mais novidades... Tudo isto transforma o Evangelho em uma colcha de retalhos, numa caricatura que se afasta das Escrituras e serve de chacota para o mundo.
Quantas almas você já ganhou para Jesus? Espero que tenham sido muitas... Espero também que tenham sido ganhas REALMENTE para Jesus, e não para seu próprio ego, e não para engordar as suas estatísticas pessoais e ministeriais, e não para se tornar um líder mais poderoso, e não para referendar seu ministério e dar a ele e o status de ministério aprovado por Deus com certificação ISO e tudo o mais, e não para afastar estas almas ainda mais da pura Palavra de Deus...
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
PERDÃO, PR. ISAQUE!
Há um pouco mais de vinte anos fui membro de uma Igreja Batista aqui em João Pessoa, que era pastoreada pelo pastor Isaque. Creio que ainda seja. Perdi o contato, mas até onde me chegam as últimas notícias ele permanece firme e forte no ministério que Deus lhe deu.
O pr. Isaque foi meu professor no Seminário, de sorte que quando me acheguei à igreja que ele pastoreava foi motivo de muita alegria para ele. Tornamo-nos amigos, e eu, mesmo não sendo nem mesmo diácono, passei a ser um dos seus "braços" no ministério, ajudando-o naquilo que estava ao meu alcance.
O pr. Isaque foi meu professor no Seminário, de sorte que quando me acheguei à igreja que ele pastoreava foi motivo de muita alegria para ele. Tornamo-nos amigos, e eu, mesmo não sendo nem mesmo diácono, passei a ser um dos seus "braços" no ministério, ajudando-o naquilo que estava ao meu alcance.
Foi um tempo difícil. Na época, a Teologia da Prosperidade dava seus primeiros passos no Brasil, e como era de se esperar chegou à nossa Igreja. Logo, formou-se um grupinho que passou a professá-la e tentar inseri-la em nosso corpo doutrinário. Lamento profundamente ter feito parte deste grupinho. Eu era jovem, e a priori fui seduzido pela cobiça de me tornar rico, ter saúde perfeita e poder dar certas ordens em Deus...
Encontramos ferrenha resistência no pastor Isaque. Embora ele não fosse muito bom nas palavras e retórica, era uma pessoa maravilhosa, um bom amigo e um ferrenho defensor da sã doutrina. Não tinha bons argumentos contra este joio que tomava conta de seu rebanho, e tentava muitas vezes desfazer desta heresia “na marra” mesmo. Chegou ao extremo de convidar algumas personas non gratas a se retirarem da Igreja...
Um dia, conversando comigo em um dos nossos últimos debates sobre o assunto — havia profundo respeito entre nós dois, e embora eu estivesse seduzido por esta “novidade” ele sempre procurava me reconduzir ao bom caminho — e sem conseguir argumentar algo que me convencesse definitivamente, ele me disse do alto da sabedoria que as cãs lhe concediam:
— Um dia, amigo Zilton, você verá que eu tenho razão, que esta ‘falsa doutrina’ trará mais mal que bem à Igreja de Deus!
Algum tempo depois, pelo fato de a Igreja não se conformar com a doutrina que eu então considerava mais correta, pedi meu desligamento. Saí sem inimizades, pela porta da frente. E a vida continuou...
Passaram-se, repito, mais de vinte anos. A leitura da Bíblia me convenceu dos erros desta famigerada doutrina. Abandonei-a algum tempo depois. Tornei-me seu ferrenho combatente.
Não é preciso ser um gênio para observar que a Igreja cristã brasileira está completamente tomada por este joio. Mesmo nas igrejas mais tradicionais e ortodoxas sempre encontramos um grupo que professa crer nos princípios do ‘Evangelho Segundo Kenneth Hagin’. Vemos a cada dia os crentes com mais nojo e aversão à Bíblia e à sã doutrina, e apegados às experiências pessoais, experiências estas que vão de encontro com os princípios da Palavra. Vemos músicas "evangélicas" glorificando mais ao homem e às suas vontades do que a Deus. Vemos cultos colunares da igreja, como os de oração, doutrina e EBD, serem trocados por cultos de movimentos, vitórias, campanhas e coisas semelhantes. Vemos o povo de Deus mergulhado no ‘animismo cristão’, que exige tocar em alguma coisa ungida para poder obter sua bênção. Vemos as pessoas muito mais preocupadas consigo mesmas do que com o Reino de Deus. Vemos o dinheiro, o poder, o domínio e o ego se tornando o centro do culto, dos cantores e adoradores, das missões e dos líderes...
Diante desta visão dantesca, só tenho uma coisa a dizer:
PERDÃO, PR. ISAQUE! O senhor estava certo!
PERDÃO, PR. ISAQUE! O senhor estava certo!
sábado, 4 de fevereiro de 2012
UMA PARÁBOLA PARA AS MINHAS FILHAS
Coletado em Blog do Casal 20 - Publicado também no Mulheres Sábias - Blog da Rô
Nestas férias, minhas meninas apareceram um dia com um ninho em suas mãos. O ninho fora encontrado no chão após uma chuva. Elas estavam elétricas diante da possibilidade de pegarem o filhote de passarinho para criá-lo.
- Pai, a tia disse que a gente poderia criá-lo. Pode?
- Creio que não - disse, jogando logo um balde de água fria em suas intenções infantis – até mesmo, porque acho que não vai sobreviver sem a mãe. Acho que o melhor seria retornar com o ninho e colocá-lo na árvore em que vocês o encontraram...
- Meninas, não fiquem pegando assim não - disse a Lu – porque eu ouvi dizer que na natureza, quando os filhotes ficam com outro cheiro, a mãe rejeita e não cuida mais...
- Mas, pai - insistiu Aninha - a gente pega e leva para nossa casa, cuida dele e ele vai crescer...
- Aí, você vai colocar esse passarinho em que lugar?
- Na gaiola, pai, aí ele fica cantando para nós!
Criança é assim mesmo: tudo simples, claro, objetivo, mas, quando eu ouvi Aninha dizer sobre colocar o passarinho na gaiola e que ele iria crescer e ficar cantando para gente, deu-me um estalo e lá do fundo das minhas memórias, emergiram algumas imagens: vi-me criancinha, vestido com aquela camisa amarela e o short azul do antigo colégio Maristinha; eu estava sentado numa cadeira da biblioteca com um livro na mão, lendo pela primeira vez na minha vida uma história completa, deliciando-me com as imagens diferentes, a história fascinante e aquelas letras que já não me ofereciam mais quaisquer dificuldades. Era o meu primeiro livro! Então, perguntei para Ana:
- Será que é simples assim, Ana? Acabei de lembrar de uma história que li quando eu era bem pequeno, acho que da idade da sua irmã, uns 6 anos. Venham aqui. Quero contar essa história, a história do pássaro da chuva... Pelo que me lembro, é uma história passada na África, numa tabanca (nome dado às aldeias africanas). Havia um menino e seu avô. Eles estavam aguardando o canto do pássaro da chuva. O tempo da seca já havia se estendido demais e, certamente, faltaria pouco para ouvirem o pássaro da chuva, cujo canto trazia as águas do céu sobre a terra. O seu avô dizia que o canto era o mais belo que se poderia ouvir, não havia nada igual. Contudo, o menino resolveu que iria capturar o pássaro da chuva e prendê-lo para que o pássaro cantasse somente a ele. Dito e feito, armadilha preparada, menino na tocaia, finalmente, o pássaro lhe caiu nas mãos. O menino colocou o pássaro dentro da gaiola em sua casa. Os dias passaram e nada do pássaro cantar. As pessoas na aldeia já estavam muito preocupadas, porque tardava a chuva e toda a plantação estava ameaçada e a fome já começava a fazer suas vítimas.
- Ele prendeu o pássaro numa gaiola? - interrompeu Gisele.
- Sim, filha. O pássaro estava preso numa gaiola e ninguém sabia disso. Mas a chuva não veio e veio a fome e a seca piorou. O avô do menino, velho muito sábio, observara a mudança do seu neto naquelas semanas e resolveu ir até à casa dele para visitá-lo. Qual não foi a surpresa do avô quando viu o pássaro da chuva triste e de cabeça baixa preso numa gaiola na casa do neto.
- O avô soltou o pássaro? Perguntou Aninha.
- Que eu me lembre, não. Ele saiu dali, procurou o neto dele, puxou-o à força e o trancou dentro da casa junto com o pássaro da chuva. E o menino ficou ali dentro na escuridão, porta fechada e sem poder sair. No dia seguinte, o avô voltou e se aproximou da casa e pode ouvir o neto chorando. Então, ele disse: “Meu neto, vovô está aqui. Canta, canta para mim, que eu quero ouvir”! O menino sem entender respondeu: “Como posso cantar, vovô, se estou preso. Só tenho vontade de chorar. Eu não nasci para ficar preso, nasci para ser livre”! Naquele momento, o avô abriu a porta e seu neto correu para os seus braços, dizendo: “Eu entendi, vovô, eu entendi. O pássaro não cantou todos esses dias, porque ele foi feito para voar, para ser livre”. O menino pegou a gaiola, levou para fora da sua casa e soltou o pássaro, que voou. E lá no alto do céu, livre e feliz, ele começou a cantar o canto mais lindo que jamais o menino poderia pensar existir. E o menino chorou e junto com as lágrimas do menino a chuva finalmente veio também!
- Uau! Que história linda! Foi assim mesmo que o senhor leu, papai?
- Acho que não, Ana. Floreei um pouquinho, mas a mensagem certamente é essa.
- Entendi, pai. Vou já pegar o ninho do passarinho e colocá-lo no lugar. Ele não nasceu para gaiola... Entendi, pai.
- Mas, filhas, eu não contei essa história só por causa do filhote que vocês queriam colocar na gaiola.
- ?!!!
- Eu contei essa história para dizer que o pecado é uma gaiola! E Deus não criou vocês para viverem dentro dessa gaiola, mas para serem livres, livres em Jesus. O diabo enganou a todos nós e todos caímos dentro da gaiola dele, mas Jesus pode nos libertar verdadeiramente. E tem mais: um dia, estaremos totalmente libertos dos nossos pecados e voaremos altaneiramente e livres juntamente com Jesus. Vocês entenderam? Fiz da história uma parábola, a parábola da nossa liberdade em Cristo. Papai quer que vocês sejam livres e há uma saída da gaiola: Jesus.
Terminei de contar tudo isso a elas e oramos. Naquela tarde gostosa de férias, deitados na rede, um beija-flor nos visitou e ficamos ali, os três vendo a beleza da Criação de Deus, enquanto conversávamos sobre a nossa liberdade em Cristo Jesus.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
UMA PARÁBOLA ATUAL
Texto coletado em CONSCIÊNCIA E FÉ
Numa perigosa costa, onde ocorriam frequentes naufrágios, foi instalado um pequeno e rude posto de salvamento. A construção era apenas uma cabana e havia somente um bote, mas os poucos membros devotados mantinham uma contínua vigilância sobre o mar e, não pensando em si mesmos, saiam dia e noite, incansavelmente, em busca dos que se perdiam. Muitas vidas foram salvas por esse maravilhoso e pequeno posto, de modo que se tornou famoso. Muitos daqueles que foram salvos, e vários outros nas áreas circunvizinhas, quiseram associar-se ao posto e dar seu dinheiro, tempo e esforços para sustentar o seu trabalho. Novos barcos foram comprados e novas tripulações treinadas. O pequeno posto de salvamento cresceu.
Alguns membros do posto de salvamento estavam descontentes porque a casa era tão rude e tão pobremente equipada. Eles achavam que um lugar mais confortável deveria ser providenciado como primeiro refúgio para os que eram salvos do mar. Então eles substituíram as macas de emergência por camas e puseram melhor equipamento no edifício aumentado. Então o posto de salvamento se tornou um popular lugar de reunião de seus membros e eles o decoraram lindamente e o equiparam primorosamente, porque o usavam como uma espécie de clube. Poucos membros se mantinham interessados em sair ao mar em missões de salvamento e então empregaram tripulações para os barcos salva-vidas, a fim de fazerem esse serviço. Motivos de salvamento ainda prevaleciam na decoração desse clube e havia um bote salva-vidas litúrgico na sala onde se realizava a cerimônia de iniciação do clube.
Por esse tempo, um grande navio naufragou ao largo da costa e a tripulação contratada trouxe carregamentos de pessoas frias, molhadas e semi-afogadas. Elas estavam sujas e doentes, e muitas delas tinham pele escura ou amarela. O lindo e novo clube estava um caos. Então a comissão de patrimônio imediatamente construiu uma casa de banho fora do clube, onde as vítimas de naufrágio poderiam se limpar antes de entrar na sede.
Na reunião seguinte, havia uma divisão entre os membros do clube. A maioria deles desejava parar com as atividades de salvamento do clube, por serem desagradáveis e um obstáculo à vida social normal do clube. Alguns membros insistiram em que salvar vidas era seu propósito principal e apontaram para o fato de que ainda eram chamados de Posto de Salvamento. Mas eles foram derrotados e lhes disseram que, se eles quisessem salvar as vidas de todos os vários tipos de pessoas que naufragassem naquelas águas, que poderiam começar seu próprio Posto de Salvamento mais perto da costa. Eles o fizeram.
Quando os anos passaram, o novo Posto de Salvamento experimentou as mesmas mudanças que tinham ocorrido no velho. Ele evoluiu para um clube e um novo Posto de Salvamento foi fundado. A história continuou a repetir-se e, se você visitar aquela costa hoje, encontrará um grande número de clubes exclusivos ao longo da praia. Naufrágios são freqüentes naquelas águas, mas a maioria das pessoas morre afogada!
Esta parábola precisa ser explicada? “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça...” (Mc 4.9).
[Paráfrase da parábola original de Theodore O. Wedel, feita por Richard Wheatcroft, citada no livro de Howard J. Clinebell Jr., “Basic Types of Pastoral Counseling”]
RESSUSCITA OS SONHOS DE QUEM ???
A música “RESSUSCITA-ME” gravada por Aline Barros tem gerado muita polêmica no meio evangélico por causa de sua mensagem. Muitas pessoas afirmam que, do início ao fim, é uma letra com conteúdo extra-bíblico (embora trate do episódio da ressurreição de Lázaro, narrado no Evangelho de João). No fundo, acho um pouco de exagero nas críticas, pois a maioria dos "erros" se dá por causa de uma liberdade poética mal compreendida. Mas não restam dúvidas que a letra apresenta equívocos que, à luz da Bíblia, se mostram nocivos à Igreja e à sã doutrina. Não critico quem a canta, mas a letra da canção, admoestando os compositores a tomarem mais cuidado.
Embora tenha uma melodia agradável, associada à bela voz de Aline e a um bom arranjo musical, a música a meu ver se utiliza exageradamente de liberdade poética (que deveria ser evitada ou reduzida ao máximo, dada a necessidade de as composições evangélicas serem submissas à verdade teológica). A letra peca, sobretudo, em um aspecto: o antopocentrismo, a valorização do sonho humano, principalmente quando fala nas entrelinhas que “inimigos” (a eterna síndrome de perseguição dos crentes neopentecostais brasileiros, que beira à esquizofrenia!) estão tentando sepultar a alegria do crente, querendo ver os seus sonhos cancelados. Finalmente, o protagonista pede a Deus em súplica “ressuscita os meus sonhos”.
Sonhar não custa nada ― já diz o velho ditado, já dizia o samba-enredo de uma grande escola de samba do Rio de Janeiro que sonhava com o tricampeonato na Sapucaí... e não conseguiu! Os sonhos, os projetos, os planejamentos fazem parte da natureza do homem. Há quem diga que um homem sem sonhos é menos que um homem. Não há nenhum pecado em sonhar, em planejar, em executar tais planejamentos no objetivo de se alcançar algo lícito. Entretanto, desde o Antigo Testamento o Senhor já deixa claro que “o coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem da boca do Senhor” (Pv 16:1). No Novo Testamento, Jesus já deixa claro na oração do Pai-Nosso que os nossos planos devem estar sempre submissos à vontade de Deus e o Reino tem prioridade sobre o indivíduo: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6:10). Ele próprio submeteu-se a esta vontade (Mt 23:36-46), abrindo mão da sua própria.
O fato pode não ser muito agradável, mas tem que ser dito: Deus não tem qualquer compromisso em realizar ou satisfazer os sonhos do homem, de forma individual! Seu compromisso é com a implantação de Seu Reino, e se preciso for, que o homem se submeta aos sonhos do Senhor, e jamais Ele, o Senhor, se submeta aos sonhos humanos. Na verdade, vemos nas Escrituras um Deus Todo-Poderoso especialista em destruir sonhos pessoais, em prol de um plano muito maior que os sonhos mesquinhos dos homens. Basta olhar o texto sagrado, para que esta verdade salte aos olhos.
Vejamos a vida de Abrão, ainda em Ur dos Caldeus, rico, bem estabelecido em sua terra e ao lado de seus parentes e amigos. De repente, o Deus Eterno o chama para deixar família, terra, comodidade, em suma, abandonar todos os seus sonhos para satisfazer o sonho divino de criar para Si uma nação escolhida... Saiu às cegas, sem nem mesmo saber para onde ia, em obediência ao Deus destruidor de sonhos...
José, o sonhador-mor, teve todos os seus sonhos de adolescente destruídos por seus irmãos quando estes o venderam como escravo aos ismaelitas ― mais tarde, o próprio José deixa claro que quem o enviou ao Egito foi Deus, e não a traição de seus irmãos de sangue (Gn 45:5)... Foi necessário José passar pela dura escravidão e pelo humilhante cárcere reservado aos estupradores, acusado de um crime que não cometeu, para que Deus o estabelecesse como governador do Egito. E esta elevação não se deu para satisfazer o sonho do coração de José, e sim para conservar em vida a nação hebreia no período da fome, assim como todas as demais nações que compraram o trigo egípcio. Mais uma vez, os sonhos de deus suplantam os do homem .
Se dermos uma olhada no Novo Testamento, vemos um homem cego na estrada de Damasco. Este homem, educado nas letras da Torah aos pés de Gamaliel, membro do Sinédrio judeu, era talvez um forte candidato futuro a uma vaga neste importante grupo de anciãos. Jesus Cristo não somente destruiu estes sonhos de Paulo, como também reservou-lhe uma vida de privações, perseguições, espinhos e sofrimentos, que culminou em decapitação por ordem do imperador romano.
Poderíamos citar uma penca de homens citados na Bíblia cujos sonhos foram cancelados pelo próprio Deus: Jonas foi obrigado a fazer o que não queria e sofreu as consequências da obrigação imposta por Deus pelo resto da sua vida (ou o que você acha que aconteceu com a pele do profeta, após três dias em contato com os sucos gástricos do grande peixe?); Jeremias foi proibido de casar, e provavelmente viveu em celibato por toda a sua vida, sem constituir família, sem deixar prole após si (algo humilhante para um judeu); Oséias foi obrigado a se casar com uma prostituta para demonstrar o sentimento divino pelo povo de Israel (você se submeteria a este capricho divino??).
Todos os sonhos destes homens ― e olha que só citei alguns! ― foram cancelados e anulados, em prol de um sonho muito maior; o sonho de Deus. Não foram inimigos quem cancelaram tais sonhos; foi o Deus destruidor de sonhos!
Por isso, quando eu canto este hino, jamais uso a expressão MEUS SONHOS. Sempre a substituo por TEUS SONHOS, pois compreendo que os sonhos de Deus é que devem se cumprir em mim, e jamais os meus sonhos pessoais e mesquinhos devem ser respeitados por Deus, que se obriga a satisfazê-los no tempo e na intensidade que EU QUERO.
Eu tenho muitos sonhos... Gostaria de ser rico, ter bom carro, boa casa, quem sabe uma casa de praia e uma chácara no campo, dinheiro no bolso e tempo para gastar este dinheiro, viajar, fazer compras no shopping, almoçar e jantar em bons restaurantes... Quem sabe nem precisar trabalhar... Sonhar não custa nada!
Não peco por ter tais sonhos, desejar tais benesses para minha vida pessoal. Mas será que alcançarei todos, quem sabe alguns, ou eles serão anulados por Deus em prol de Seu Reino? Será que tais sonhos, uma vez satisfeitos, não me afastariam de Deus e de Seu Reino? Não sei... Só sei que estes sonhos, cada um deles, todos eles, estão submissos aos sonhos de Deus. Os sonhos dEle, certa e indubitavelmente, são mais altos e mais nobres que os meu. Por isso canto a plenos pulmões: “Remove a minha pedra, me chama pelo nome, muda a minha história, ressuscita os TEUS sonhos...”.
“Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus sonhos pode ser frustrado” (Jó 42:2)
Assinar:
Postagens (Atom)