Há um pouco mais de vinte anos fui membro de uma Igreja Batista aqui em João Pessoa, que era pastoreada pelo pastor Isaque. Creio que ainda seja. Perdi o contato, mas até onde me chegam as últimas notícias ele permanece firme e forte no ministério que Deus lhe deu.
O pr. Isaque foi meu professor no Seminário, de sorte que quando me acheguei à igreja que ele pastoreava foi motivo de muita alegria para ele. Tornamo-nos amigos, e eu, mesmo não sendo nem mesmo diácono, passei a ser um dos seus "braços" no ministério, ajudando-o naquilo que estava ao meu alcance.
O pr. Isaque foi meu professor no Seminário, de sorte que quando me acheguei à igreja que ele pastoreava foi motivo de muita alegria para ele. Tornamo-nos amigos, e eu, mesmo não sendo nem mesmo diácono, passei a ser um dos seus "braços" no ministério, ajudando-o naquilo que estava ao meu alcance.
Foi um tempo difícil. Na época, a Teologia da Prosperidade dava seus primeiros passos no Brasil, e como era de se esperar chegou à nossa Igreja. Logo, formou-se um grupinho que passou a professá-la e tentar inseri-la em nosso corpo doutrinário. Lamento profundamente ter feito parte deste grupinho. Eu era jovem, e a priori fui seduzido pela cobiça de me tornar rico, ter saúde perfeita e poder dar certas ordens em Deus...
Encontramos ferrenha resistência no pastor Isaque. Embora ele não fosse muito bom nas palavras e retórica, era uma pessoa maravilhosa, um bom amigo e um ferrenho defensor da sã doutrina. Não tinha bons argumentos contra este joio que tomava conta de seu rebanho, e tentava muitas vezes desfazer desta heresia “na marra” mesmo. Chegou ao extremo de convidar algumas personas non gratas a se retirarem da Igreja...
Um dia, conversando comigo em um dos nossos últimos debates sobre o assunto — havia profundo respeito entre nós dois, e embora eu estivesse seduzido por esta “novidade” ele sempre procurava me reconduzir ao bom caminho — e sem conseguir argumentar algo que me convencesse definitivamente, ele me disse do alto da sabedoria que as cãs lhe concediam:
— Um dia, amigo Zilton, você verá que eu tenho razão, que esta ‘falsa doutrina’ trará mais mal que bem à Igreja de Deus!
Algum tempo depois, pelo fato de a Igreja não se conformar com a doutrina que eu então considerava mais correta, pedi meu desligamento. Saí sem inimizades, pela porta da frente. E a vida continuou...
Passaram-se, repito, mais de vinte anos. A leitura da Bíblia me convenceu dos erros desta famigerada doutrina. Abandonei-a algum tempo depois. Tornei-me seu ferrenho combatente.
Não é preciso ser um gênio para observar que a Igreja cristã brasileira está completamente tomada por este joio. Mesmo nas igrejas mais tradicionais e ortodoxas sempre encontramos um grupo que professa crer nos princípios do ‘Evangelho Segundo Kenneth Hagin’. Vemos a cada dia os crentes com mais nojo e aversão à Bíblia e à sã doutrina, e apegados às experiências pessoais, experiências estas que vão de encontro com os princípios da Palavra. Vemos músicas "evangélicas" glorificando mais ao homem e às suas vontades do que a Deus. Vemos cultos colunares da igreja, como os de oração, doutrina e EBD, serem trocados por cultos de movimentos, vitórias, campanhas e coisas semelhantes. Vemos o povo de Deus mergulhado no ‘animismo cristão’, que exige tocar em alguma coisa ungida para poder obter sua bênção. Vemos as pessoas muito mais preocupadas consigo mesmas do que com o Reino de Deus. Vemos o dinheiro, o poder, o domínio e o ego se tornando o centro do culto, dos cantores e adoradores, das missões e dos líderes...
Diante desta visão dantesca, só tenho uma coisa a dizer:
PERDÃO, PR. ISAQUE! O senhor estava certo!
PERDÃO, PR. ISAQUE! O senhor estava certo!
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