segunda-feira, 21 de julho de 2014

A GLÓRIA DA TERCEIRA CASA SERÁ MAIOR QUE A DA SEGUNDA

Vai, e dize a meu servo, a Davi: Assim diz o Senhor: Edificar-me-ias tu casa, para minha habitação? Porque em casa nenhuma habitei, desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito, até ao dia de hoje; mas andei em tenda e em tabernáculo, e em todo o lugar em que andei, com todos os filhos de Israel, falei, porventura, alguma palavra, com qualquer das tribos de Israel, a quem mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que me não edificais uma casa de cedros? [...] Quando os teus dias forem completos, e vires a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti a tua semente, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino, para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho:” (2 Sm 7:5-7; 12-14)

Em dado momento de seu reinado, Davi percebeu que morava em um castelo luxuoso, ao passo que a Arca da Aliança, símbolo da presença do Senhor no meio do Seu povo, morava em uma tenda. Então, sentiu ardente e sincero desejo em seu coração de construir para o Senhor um templo, uma habitação fixa que substituiria o tabernáculo e centralizaria a nação em volta de Jerusalém. Compartilhou a ideia com um dos seus conselheiros espirituais, o profeta Natã, que a princípio concordou e estimulou-o a por em prática o seu projeto. Deus, porém, não lho permitiu construir tal obra. Obediente, Davi abandonou a execução, mas não o projeto. Separou boa parte do material necessário, e seu filho e sucessor no trono, Salomão, o edificou entre 1000 e 950 aC. Mais tarde, após sua destruição por Nabucodonosor, rei da Babilônia, Zorobabel o reconstruiu, em torno de 550aC. Este templo de Zorobabel foi o templo onde o Senhor Jesus, o Deus Eterno feito carne, pôs seus pés. Daí a glória da segunda casa ter sido maior que a da primeira!
O templo era o centro da religiosidade judaica, símbolo máximo da presença de Deus, pois era lá que Ele habitava. Era o lugar escolhido e designado por Deus para se fazer oferendas e sacrifícios, o local onde a adoração era plenamente recebida pelo Senhor. Isto era bom, pois centralizava-se o culto em um único lugar e evitavam-se erros e excessos. Somente sacerdotes e levitas poderiam participar das cerimônias. Os judeus deveriam peregrinar a Jerusalém e visitar o templo pelo menos uma vez ao ano (esta cultura permanece viva na relação entre os muçulmanos e Meca, e entre os judeus e Jerusalém), quando faziam suas oferendas, pagavam seus votos etc. A ruína do templo que permaneceu de pé após a sua destruição, o Muro das Lamentações, que não fazia parte do templo de Zorobabel, mas foi erguido por Herodes em 20aC como um muro exterior, até hoje é visitado por judeus e cristãos do mundo inteiro, que fazem suas orações e as deixam escritas em papeis, introduzindo-os entre suas pedras. Há histórias (ou estórias) que apontam para a existência, em local secreto, de todo o material necessário para uma rápida reconstrução, quando o povo judeu recuperar a posse do seu terreno original, onde hoje está erguida uma grande mesquita islâmica ― o local é igualmente sagrado para os muçulmanos; dá pra ver a sua importância para as três maiores religiões monoteístas do mundo!
Com o advento de Cristo e a instituição da Nova Aliança no Seu sangue, a função do templo como casa de Deus e o centro da religião deixou de existir, de sorte que hoje cada cristão é templo e morada do Espírito Santo (1 Co 3:16). O próprio Senhor Jesus, questionado pela mulher samaritana sobre o local adequado para se adorar a Deus, mostrou que os locais físicos designados pelos homens e religiões, tais como o monte em Samaria ou o templo de Jerusalém, não se encaixavam na óptica da Nova Aliança: “...a hora vem, em que, nem neste monte, nem em Jerusalém, adorareis o Pai... Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem“ (Jo 4:21, 23). Durante Seu ministério terreno, o Senhor predisse que o segundo Templo seria destruído, e não ficaria pedra sobre pedra (Mt 24:2; Lc 19:41-44), dando a entender de forma implícita que o Cristianismo não precisaria do templo como algo centralizador da Igreja, pois ela seria e estaria sempre centralizada nEle. Vemos, em Atos, que Deus não planejou centralizar os crentes em Jerusalém, próximos ao Templo, mas trouxe sobre eles a perseguição que os espalhou pelos quatro cantos da terra, levando junto consigo a fé e a mensagem do Evangelho.

Lamentavelmente, nem todos querem aceitar esta verdade.
É de entristecer a decisão de uma grande denominação “não-evangélica” (eles mesmos afirmam que não são evangélicos, e eu concordo inteiramente com eles ― a bem da verdade, acho difícil reconhecer alguns que fazem parte desta seita como cristãos, mormente seus líderes!) de construir uma réplica exata do templo de Salomão em São Paulo. A meu ver, além de ser uma obra que retrata muito mais um sonho de megalomania, trata-se de uma afronta a Deus e à Igreja.
Não há nas Escrituras qualquer solicitação ou orientação para que a Igreja erga templos ― e o bom senso complementa que o mesmo se aplica muito mais a templos suntuosos. Ao contrário, o Cristianismo começou (e deveria ter continuado!) de forma simples: as igrejas (o povo) se reuniam nas casas. Até dá para compreender que se construam casas dedicadas exclusivamente para o culto a Deus, adaptadas para esta necessidade, mas para que a ostentação de grandes obras, tão comuns em todas as denominações atuais ― cada uma querendo fazer um templo maior e, mais luxuoso que o do "concorrente"! ― quando o que Deus sempre pediu foi a simplicidade? Posso compreender que devemos buscar fazer o melhor para nosso Deus. O próprio Salomão, ao construir o primeiro templo, afirmou a Hirão,  rei de Tiro, que “a casa ... há de ser grande; porque o nosso Deus é maior do que todos os deuses” (2 Cr 2:5). Entretanto, fazer o melhor para Deus significaria esbanjar uma fortuna incalculável, desprezando as Escrituras, única regra de fé e prática para a igreja, que não prevê nem pede qualquer construção de templos suntuosos para cultuar a Deus?
E por que exatamente a réplica de um templo cujos sacrifícios cessaram e não mais são exigidos na Nova Aliança, já que o sacrifício final e suficiente do Cordeiro de Deus já foi realizado? E como é que os apóstolos não tiveram uma ideia destas? Se o próprio Mestre havia-lhes dito que o templo de Jerusalém seria destruído, não ficaria pedra sobre pedra, por que não utilizar o dinheiro que era depositado aos seus pés para construir um novo templo, desta vez dedicado ao Senhor Jesus Cristo? Por que não unificar a Igreja, erguer um monumento à altura do Messias e da nova doutrina que Ele veio implantar? A resposta é simples: os apóstolos não fizeram assim por uma questão de prioridades!
Na igreja primitiva, a prioridade era o crente. Hoje, a prioridade é a seita, a religião, a liderança, a ostentação e o orgulho pessoal. Para os apóstolos, ao invés de se construir obras suntuosas era muito mais importante sustentar os irmãos mais pobres, e era para esta finalidade que esta fortuna depositada aos seus pés era destinada. Quem ler o livro de Atos, as cartas paulinas e até alguns livros não canônicos da época da Igreja Primitiva verá que a forma de tratar o dinheiro das ofertas era completamente diferente da forma como as “lideranças” do nosso tempo adotaram!
Promover e defender a construção de um “templo” nestas características (idêntico ao templo de Salomão) e com estes propósitos ("unificar" a igreja — a denominação! — ou promover-se como "A Igreja") parece ser muito mais que um sonho megalomaníaco; parece ser um desconhecimento total das Escrituras, da vida primitiva da Igreja, das prioridades no uso dos dízimos e ofertas, da realidade financeira do povo, do descaso com o dinheiro doado (é fácil gastar o dinheiro que não nos pesa no próprio bolso; na minha terra, chama-se isso de "atirar com a pólvora alheia"). Parece-nos a atitude dos filhos de Eli, que "desprezavam a oferta do Senhor" (1 Sm 2:17) usando-a em coisas fúteis.
É finalmente desconhecer e negar que o verdadeiro templo de Deus é cada crente, de forma individual. Parece ser uma forma muito "criativa" e justificável de mostrar que é a igreja mais rica, a melhor, a maior, a mais próxima de Deus. Mas como Laodicéa, o que esta construção demonstra na verdade é a desgraça, miserabilidade, cegueira, pobreza e nudez de quem edifica.
A igreja dos tempos apostólicos reunia-se nas casas, e nos tempos de perseguição em lugares escusos. A presença do Espírito Santo em Seu santo templo, o crente, era tão real que chegaram a se reunir em lugares considerados imundos pelos frequentadores do templo: as catacumbas de Roma. Estes sepulcros, que a lei proibia contato e proximidade sob pena de se tornar-se o homem imundo, não tornavam os genuínos templos do Senhor imundos diante dEle.
Somente com a apostasia romana os cristãos passaram a construir e supervalorizar templos feitos pelas mãos humanas, construindo prédios suntuosos e cheios de riqueza e opulência — o antagonismo do verdadeiro Cristianismo. Catedrais e basílicas recobertas de ouro foram edificadas em honra Àquele que nasceu em uma manjedoura e entrou na Cidade Santa montado em um jumentinho. É incrível, mas ninguém percebe que desde a lei mosaica Deus mostra que habita na simplicidade, que deve ser adorado na simplicidade, que as obras humanas não podem alcançá-lO, e nada o homem pode fazer para construir altares para a adoração, senão usando os elementos simples deixados pelo próprio Deus: "Um altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos e as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas e as tuas vacas, em todo o lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei e, se me fizeres um altar de pedras, não o farás de pedras lavradas: se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás"  (Êx 20:24-25).
A própria construção do templo de Salomão parece ter sido um equívoco, mas que Deus tolerou. A prova que Deus não pedira nem aceitara os planos de Davi para construir o templo é que Ele disse a Salomão: "Ouvi a tua oração, e escolhi para mim este lugar, para casa de sacrifício" (2 Cr 7:12). A tolerância divina se deu após a oração de Salomão, e não na ocasião que Deus falara com Davi! Graças a esta tolerância, o Senhor abençoou o templo e prometeu habitar naquele lugar. Leiam-se os textos que narram o desejo de Davi em construir o templo e a resposta enviada por Deus ao rei por intermédio de Natã (2 Sm 7:1-17; 1 Cr 17:1-15). Eles deixam claro que Deus nunca pediu e nem estava pedindo e muito menos autorizando a construção de um templo, pois ele sempre habitou na simplicidade das tendas, peregrinando entre as tribos, seguindo junto com o povo nas suas batalhas. Deus disse que somente após a morte de Davi seria levantado “o descendente” (2 Sm 7:12-14), e Este, somente Este, seria capaz de erguer o Templo e estabelecer o Reino para sempre. Evidentemente, Deus se referia a Jesus, mas Davi entendeu que Ele, o Senhor, falava de Salomão, e fez todos os preparativos para que o seu sucessor promovesse a construção do templo.
Os textos em questão não tratam da autorização divina para a construção do templo por Salomão. Deus na verdade estabelece com Davi uma aliança que se cumpriria na Semente de Davi que se levantaria APÓS a sua morte, ou seja, no Messias, e não em Salomão. É só ler para perceber: "Quando os teus dias forem completos, e vires a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti a tua semente, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino, para sempre...." (2 Sm 7:12-13). Lendo as Escrituras é fácil perceber que o reinado de Salomão não foi confirmado para sempre, pois cessou por ocasião da destruição do Reino de Judá por Nabucodonosor. Somente quando Jesus consumou Sua obra e edificou a Igreja, o verdadeiro templo foi edificado, e o reinado de Davi estabeleceu-se nEle, em Cristo, para sempre. Não era a toa que Jesus era chamado por todos de "o Filho de Davi", ou seja, o Descendente em quem se cumpririam todas as promessas! Este Filho de Davi, o Messias, Ele construiria o Templo verdadeiro!

Este templo, construído pelo Filho de Davi, é a Igreja, e mais precisamente cada crente, de forma individual. Isto foi confirmado depois por Paulo, apóstolo aos gentios, quando disse: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? " (1Co 3:16 - veja também 1 Co 6:19; 2 Co 6:16).
Um dos interesses de Jesus durante Seu ministério foi mostrar aos seus seguidores que o templo não tinha função para a Nova Aliança que ele estabeleceria. Já na conversa dEle com a mulher samaritana, indagado acerca do local adequado para a adoração a Deus deixa claro que templo algum, ou qualquer elemento visível seria o referencial da adoração. “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.  Quando foi abordado por um grupo de apóstolos admirado com a construção magnífica do templo, mostrou indiferença e deixou claro que tudo aquilo seria destruído, aniquilado. Ponto final.
Alguém vai me dizer que os apóstolos frequentavam o templo. Sim. Eles eram judeus, e como tal iniciaram a pregação do Evangelho de Jesus pelo templo e pelas sinagogas. Mas basta ler o livro de Atos para perceber que eles eram persona non grata naquele ambiente. Pedro e João, a partir de milagres e pregações feitas no templo foram presos e chicoteados; Paulo foi preso no templo. Paulo, em dado momento de seu ministério de pregação nas sinagogas, percebeu que estava jogando pérolas aos porcos e abandonou o ambiente. O templo e as sinagogas deixaram de ser ambientes onde os cristãos eram bem recebidos. Tudo por plano e providência divinos, a fim que que a Igreja tomasse seu próprio rumo, longe do Judaísmo, de suas liturgias e objetos/ambientes de culto. 
Permitam-me algumas colocações, para encerrar meu artigo:
Primeiro, a destruição do templo físico de Jerusalém, de forma inexorável, foi determinada por Deus, e ajudou em muito a compreensão da Igreja primitiva da inutilidade de templos físicos para a Nova Aliança, pelo menos nos padrões e nos valores que o templo tinha perante a Antiga Aliança. Jesus afirmou que não ficaria pedra sobre pedra, juízo que  se cumpriu de forma literal, indicando total destruição de um símbolo que perdera sua razão de existir.
Segundo, a igreja desde o primeiro século precisava se desapegar do templo judaico, pois ele não mais pertencia à igreja, mormente à igreja gentílica. Paulo jamais orientou a igreja dos gentios a peregrinar a Jerusalém, até porque era proibido aos gentios entrar no templo, coisa que profanaria o lugar sagrado (At  21:28). Se eu ou você, crentes gentios, quisermos conhecer Jerusalém, podemos fazê-lo como turistas, mas devemos respeitar o Templo, elemento sagrado da religião judaica; nossa presença aos olhos deles é muito mais profanação do que honra! Sua destruição fez com que os crentes de Jerusalém se espalhassem pela terra, pregando a palavra a todos. Deus não tem interesse em unificar cristãos através de um templo, mas espalhá-los em prol da mensagem do Evangelho, para que eles espalhem as boas novas da salvação.
Terceiro, a ideia desta “grande igreja” em reconstruir o templo como sinal de unificação da Igreja nada tem a ver com tal unificação, pois isto verdadeira e unicamente se dá com a unificação da doutrina, num retorno à Doutrina dos Apóstolos. Analisadas as doutrinas e práticas desta denominação, vemos que elas estão muito distantes desta doutrina primitiva, Lamentavelmente eles preferem os atalhos ao verdadeiro caminho quando dizem: "unifiquemos a igreja através deste templo, pois é mais fácil e menos custoso que reconhecer nossas décadas de erro e que conduzir o povo à sã doutrina".
Quarto, chama a minha atenção nas Escrituras a última vez que os homens resolveram edificar algo que os tornassem poderosos, logo após o dilúvio. O texto sagrado afirma que eles "...disseram: eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre, cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra" (Gn 11:4 - grifo meu). Este parece ser o maior objetivo desta "denominação não-evangélica": estabelecer um nome, tocar o céu, criarem para si uma fama diante da humanidade e das demais denominações, evangélicas e não-evangélicas.
Quinto, esta réplica parece-me ser mais uma das muitas afrontas feitas pela igreja contra objetos sagrados da religião judaica. Hoje, utiliza-se indevidamente o shophar em muitas igrejas "evangélicas". Já ouvi histórias de igrejas que constroem altares de incenso e mesa de pães da proposição (com direito aos pães na mesa!). Em outras, profana-se até a arca da aliança, criando réplicas, tomando-as nos ombros e fazendo verdadeiras "procissões" dentro da igreja, incentivando pessoas a tocarem nelas, desconhecendo a proibição explícita de Deus para tocar neste objeto. Leia-se a história de Uzá (2 Sm 6:1-11), e poderão constatar que a desobediência de tocar na arca era punida com a morte, mesmo quando o transgressor tivesse a melhor das intenções... Agora, parece que não se contentaram em profanar só alguns objetos, mas o farão com o templo inteiro, e com todos o conjunto de seus objetos...
Sexto, este terceiro templo parece-me um cumprimento das Escrituras, quando retratam o Anticristo e sua manifestação. Paulo, apóstolo, afirma que “...o homem do pecado, o filho da perdição... se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2:3-4). Taí a grande oportunidade de alguém fazer da Terceira Casa um local tão grandioso e tão magnífico que a sua glória excederá as duas casas anteriores, substituindo-as. Talvez o próprio construtor se assente nela, fazendo o papel do Anticristo, ou permita que ele se assente! É grande a possibilidade de o Anticristo se aproveitar desta "casa" para disseminar seu ódio ao verdadeiro Deus, e um dos passos para que isto ocorra é aniquilar os ensinamentos do Cristo, transformando-os em um amontoado de justificativas o retorno à antiga aliança e para a exploração de um povo muitas vezes sincero em sua devoção a Deus, mas que não o faz baseado nas diretrizes deixadas por Deus nas Escrituras, não por culpa dele, do povo, mas de sua liderança, que faz questão de afastá-lo cada dia mais da sublimidade da Palavra de Deus.
À vista de todas estas coisas, eu convoco a todos os cristãos que têm bom senso e creem nas Escrituras a não darem crédito nem atenção a este templo de araque. Ignorem-no! Aqui onde eu moro a mesma "denominação" construiu uma catedral imensa, a maior do Estado, na principal avenida da capital, e quando passo em frente faço de conta que nem a vejo! Não posso enxergar como catedral ou templo um espaço físico suntuoso onde as Escrituras são diuturnamente espezinhadas com práticas, doutrinas e costumes que a negam (Tt 1:16).
O templo verdadeiro sou eu, é você, é aquele em quem o Espírito Santo habita verdadeiramente. Os demais são só um amontoado de pedras, tijolos e cimento, no máximo são a casa onde a Igreja se reúne. Esta réplica é somente um altar de pedras lavradas, sobre as quais o homem imundo e pecador levantou seu buril, profanando-as. Certamente o Senhor não atentará para tal edificação, antes “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles” (Sl 2:4). Duvido que a glória que encheu a primeira Casa, e o Filho de Deus que pisou na segunda, estejam presentes na terceira! O Anticristo, não duvido que estará!
Belas foram as palavras de Estêvão: "...Salomão lhe edificou casa; Mas o Altíssimo não habita em templos, feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura não fez a minha mão todas estas coisas? Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido..." (At 7:47-51). No dia que as pronunciou, foi apedrejado pelo que disse.

(artigo escrito em 2012, ainda no início da construção do tal "templo")

sexta-feira, 11 de julho de 2014

OS ATIVISTAS DO DESIGREJAMENTO

Ontem um tema de debate que eu participei foi sobre os chamados (muitas vezes pejorativamente) "desigrejados". Não gosto de usar este termo de forma pejorativa, pois a meu ver é assunto sério! Vivemos uma geração de apostasia, e alguns não encontrando uma Igreja adequada para congregar optam por ficar em casa. Sinceramente, eu acho mais proveitoso ficar em casa assistindo tevê aberta (sic) do que participar de cultos antropocêntricos e egocêntricos, fazer parte do comércio da fé e se alimentar das bolotas que os porcos comem!

Como bem diz o meu amigo Wande Neto, adepto sério e sincero do movimento, "a palavra 'desigrejado' é usada por denominacionalistas para pejorar um movimento serio, o dos adenominacionais". Não duvido. Há muita gente boa e séria embarcando neste movimento. Mas também há os xiitas, geralmente muito xaatos!

Eu entendo a opção de muitos daqueles que são taxados e rotulados como "desigrejados". Na maioria dos casos eles optam por este afastamento por se tornar impossível permanecer congregando na igreja apóstata. Muitas vezes aconselho pessoas a distância, via WhattsApp ou Facebook, e experimento a impotência de tratar com pessoas que moram em pequenas cidades e não ter UMA ÚNICA OPÇÃO de Igreja sadia para encaminhar-lhes para congregar! E O PIOR: até as cidades maiores já sofrem com este problema!! O que fazer? Em alguns casos, nem grupos familiares sérios existem! Aonde estas pessoas irão congregar?? Para onde as encaminho?? São ovelhas que não têm pastor...

Eu, pessoalmente, não suportaria mais congregar em uma "igreja" apóstata, e quando vejo Deus clamando em alta voz “sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas” (Ap 18:4), entendo que Ele não se refere simplesmente à Igreja Católica (como muitos tradicionalmente interpretam este texto sobre a 'Babilônia', a mãe das prostituições), mas a toda e qualquer "igreja" que apostata da fé. Vejo ainda no mesmo texto que Ele, Deus, se agrada quando os seus abandonam as organizações apóstatas. Posso estar errado, mas é melhor um desigrejado sincero do que um igrejado de igreja apóstata!

Tenho muitos amigos "desigrejados", e muitos deles mais coerentes e mais sinceros que muitos "igrejados" que conheço! Na maioria são pessoas decepcionadas com um sistema corrompido e imoral, com pastores inescrupulosos e gananciosos, com o comércio da fé, com um sistema musical go$pel que canta qualquer porcaria e chamam tais cânticos de  "hinos de louvor e adoração", com uma sede insaciável de títulos e cargos eclesiásticos, com um sistema maligno de extorsão financeira que visa enriquecer a "igreja" e seus "pastores". Decepcionam-se e resolvem deixar de fazer parte da farsa. E fazem bem! ISSO NÃO É IGREJA! Eles saem da Igreja por se tornar impossível nela congregarem, mas não saem amaldiçoando a Igreja!

Mas há outro grupo: o dos "desigrejados-ativistas"! São os que saem revoltados e resolvem então pregar contra tudo, disparando "suas metralhadoras cheias de mágoas" para todos os lados, atingindo os maus e, de bônus, atingindo também os bons. Enquanto os "desigrejados" são pessoas bem intencionadas, sinceras e equilibradas, os ativistas parecem querer algo mais... E para isso se levantam contra tudo que se chama "igreja", e contra todos que dela fazem parte. O problema maior do fenômeno "desigrejados", portanto, não está nos desigrejados em si, mas sim em alguns da liderança (faço questão de não generalizar, pois também conheço líderes equilibrados), assim como o problema dos movimentos GLBTs não está nos homossexuais (na ampla maioria, pessoas boas e equilibradas), mas em seus ativistas radicais! 

O que não entendo, e não posso entender são tais ativistas vociferando contra o local aonde a Igreja se reúne (chamado de "Igreja" por metonímia* -- não por ser Igreja, mas por abrigar a reunião da Igreja) dizendo ser antibíblico alugar, comprar, construir um local adequado a tais reuniões quando a Escritura não afirma isto com clareza. Seria interessante que eles aprendessem o que significa metonímia, e eu posto ao fim do artigo a definição e um link para melhor compreensão.

É inegável que a Igreja cristã começou se reunindo nas casas. Isto é fato, e é bíblico e salutar manter Igrejas nos lares, desde que pastoreadas de conformidade com as prescrições escriturísticas! É a forma mais simples e pura de ser Igreja, e deve ser estimulada. Entretanto, não encontramos nas Escrituras nenhuma prescrição de que não pudessem ser usados locais maiores e mais adequados no caso de uma reunião aonde fosse se reunir um grupo maior de irmãos. No Pentecostes, os 120 irmãos estavam reunidos em um cenáculo, pois provavelmente os mesmos 120 não caberiam em uma casa comum (At 1:15; 2:1). Paulo apóstolo também precisou certa feita de um cenáculo para reunir uma quantidade maior de irmãos (At 20:7-8).

Em alguns locais da Escritura o apóstolo Paulo saúda pessoas e a Igreja que se reúne em suas casas (1 Co 16:19; Cl 4:15; Fm 1:2), o que necessariamente não quer dizer que o pastor da Igreja seja o dono da casa! Entretanto, alguns "desigrejados" saem da Igreja e passam a congregar em sua própria casa, atraindo os irmãos a tais reuniões e se assentando na cadeira do pastor!

Também precisa ser considerado o óbvio: a Igreja Primitiva era uma Igreja CLANDESTINA, e como tal não podia manter espaços próprios para as suas reuniões. Precisou muitas vezes se reunir em locais escondidos e ermos (as catacumbas de Roma, por exemplo) para escapar à perseguição. Como esperar que uma Igreja nestas condições construísse locais de reunião públicas?

Eles falam, então, que a Escritura não prevê claramente a "adaptação" à modernidade, e que o modelo deve permanecer como era no princípio. Mas por que então se utilizam de energia elétrica, bíblias impressas (isto não existia no tempo da Igreja Primitiva), ventiladores e ar condicionado, sistemas de som e instrumentos musicais, móveis e mobílias etc etc, coisas que igualmente não eram usadas na Igreja Primitiva e nem a Escritura ordena ou autoriza que sejam usadas... Por que uma coisa pode, e outra não?? Já vi um (a quem muito considero por sua sabedoria, discrição e coerência, mas que a meu ver deu uma bola fora) defender que na congregação aonde serve não há instrumentos musicais por não ser bíblico, mas há um hinário impresso. Como assim?? Na Igreja Primitiva tinha hinários, impressos em impressoras HP ou Epson?? Matriciais, ou jato de tinta? Ou seriam manuscritos? Em papiro ou pergaminho? Papel A4, Ofício ou Carta??

É igualmente inegável que as prioridades da Igreja devem ser o cuidado com os pobres, o sustento de missionários etc, e não a construção de obras faraônicas que serão chamadas de “Igrejas” ou “Templos”. Isto deve ser repensado com seriedade, mas não impede que espaços apropriados sejam alugados ou construídos.

Também não entendo estes "ativistas" se levantando contra os “princípios hierárquicos“ da organização humana chamada "igreja". Eles existem, estão muito bem descritos nas Escrituras e não podem ser negados ou abandonados porque alguns ou a maioria os utiliza de forma ilícita e antibíblica! São citados os diáconos (At 6:1-7; 1 Tm 3:8-13), os presbíteros (Tt 1:5; Tg 5:14; 1 Pe 5:1), os pastores ou guias (Hb 13:7, 17; Ef 4:11) e os bispos (At 20:28; F9 1:1; 1 Tm 3:2; Tt 1:7), e fica difícil qualquer opositor negar que tais funções eram reconhecidas desde a Igreja Primitiva, citadas na Escritura inclusive com os apóstolos prescrevendo doutrina para a escolha dos mesmos.

Tamém é de se supor que alguém presidia sobre alguém(ns). Paulo não mandou chamar todos os crentes de Éfeso, mas os anciãos (os que presidiam as Igrejas de Éfeso - At 20:17). Os "bispos", como o próprio nome indicava (επισκοπος episkopos - Dic. Strong: 1) supervisor 1a) pessoa encarregada de verificar se aqueles sob a sua supervisão estã fazendo corretamente o que têm que fazer, curador, guardião ou superintendente 1b) superintendente, líder, ou supevisor de um igreja cristã) eram supervisores sobre os presbíteros. Evidentemente, é de se imainar que havia princípios de liderança no meio destes cargos e funções existentes no seio da Igreja.

Levantar-se contra a hierarquia porque os homens usam os cargos e funções eclesiásticas para sua própria promoção parece-nos o ato de jogar a água da banheira fora ao fim do banho, e jogar o bebê junto! A hierarquia cristã é bíblica, descrita e doutrinada nas cartas, e não foi instituída para domínio, e sim para serviço e ensino! A hierarquia na Igreja não funciona no sistema de "A manda em B", e sim "A lidera, conduz, pastoreia B”, aonde os líderes trabalham como líderes, e não como mandões.

Quando as Testemunhas de Jeová surgiram no fim do Século XIX, se levantaram contra "toda e qualquer organização" existente na Igreja de sua época, pois a organização na Igreja era coisa do diabo. Entretanto, mais tarde criaram uma organização mais complexa ainda, aonde não há diáconos, presbíteros e bispos (formas bíblicas de liderança), mas há "Classe do Escravo Fiel e Discreto; Corpo Governante; Servo de Zona; Servo de Sucursal; Servo de Distrito; Servo de Circuito; Superintendente ou Ancião da Congregação; Servo Ministerial; Publicador”**. Tornaram a rotura ainda maior!

Jesus ensinando aos seus discípulos sobre o maior dentre eles, não negou que fossem existir "maiores entre os irmãos", mas disse: “Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes, delas se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas: Mas, entre vós, não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; E, qualquer que de entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem, também, não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10:42-45). Não me parece que Ele tenha se levantado contra certos princípios de hierarquia e liderança, mas mostrado que a hierarquia e a liderança dentro da Sua Igreja seriam exercidas em padrões e modelos completamente diferentes. O líder serve, e não é servido!

Parece-me que ao censurar duramente os fariseus por gostarem de ser chamados de Rabi, Jesus não condena chamar alguém de "rabi" (ele próprio aceita ser chamado de Rabi várias vezes!) ou reconhecer que alguém o seja, mas condena o amor que muitos têm por serem chamados assim e reconhecidos como tal. É evidente que existem pastores que amam, adoram ser chamados por este título (tente chamar alguns de “irmão Fulano”, e eles replicarão imediatamente com impostura de voz: “PASTOR Fulano!”), o que é errado, mas tal erro não nos autoriza a extinguir o ministério pastoral, e sim admoestar e corrigir os que fazem mau uso dele. Parece-me que os que se recusam a chamar pessoas de "mestre e rabi" permanecem chamando seus progenitores de "pai", embora a Escritura prescreva que “a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus” (Mt 23:9). Estaria Jesus sendo literal, ou estaria tentando nos ensinar algum princípio?

Como eu já disse, entendo os "desigrejados". Sei que muitos tomaram a difícil decisão de sair da Igreja tradicional com dor no coração e lágrimas nos olhos, ao ver a congregação que tanto amavam apostatar da fé e inclinar-se ao erro. O que não entendo, e provavelmente nunca irei entender, são os "ativistas" e as suas implicâncias cegas de pessoas revoltadas com o sistema corrupto. O problema não está no sistema, mas nos corruptos que se aproveitam dele! Acreditem: muitos líderes de desigrejados de hoje serão os futuros pastores, bispos e apóstolos das organizações que irão criar! E muitos retornarão ao vômito, ressuscitando a corrupção que deixaram, vociferando, no passado! Na verdade, eles não tem cuidado de curar o corpo, mas de praticar eutanásia!

Encerro com uma frase impagável de meu amigo Roberto de Carvalho Forte sobre o tema: “O problema não está em se reunir entre concretos e tijolos mas o de não se reunir sobre o Fundamento: Cristo”.

* METONÍMIA – figura de linguagem que  consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Veja mais sobre metonímia clicando AQUI

segunda-feira, 7 de julho de 2014

JULGUEM A PROFECIA, E NÃO O PROFETA!

É bem comum ouvirmos nos meios pentecostais e neopentecostais a orientação de que “devemos julgar as profecias, mas não os profetas”. Mas será que tal ensino é bíblico?

Entre os continuístas, o dom de profecia é extremamente importante. Paulo o inclui entre “os melhores dons” (1 Co 12:31; 14:1) e incentiva os cristãos de Corinto a buscá-la mais que ao dom de línguas. 

É necessário, entretanto, primeiramente fazer a devida distinção entre dom profético e inspiração bíblica. A inspiração cessou obviamente com o fechamento do cânon sagrado (livro de Apocalipse, por volta do ano 100 dC), mas o dom de profecia, assim como os demais dons do Espírito Santo (1 Co 12:8-11), a Bíblia não é clara em afirmar qualquer cessação, e por tal razão os continuístas creem em sua contemporaneidade. 

Nenhum detentor de dom espiritual de profecia deve se achar no poder de profetizar coisas superiores ao que está escrito, novas doutrinas e novas verdades, e nem a profecia tem o poder de diminuir ou decrescer, ou substituir, ou ab-rogar qualquer texto inspirado das Escrituras. E o crente que não tem tal dom deve ser ensinado que nenhuma profecia tem o poder de suplantar ou decrescer a Escritura; antes, a ela está inteiramente sujeita.

Entretanto, surgiu no seio da Igreja o ensino de que o profeta jamais deve ser julgado, mas somente a profecia. Entendo que este ensino seja nocivo à Igreja e contrário ao ensinamento bíblico.

Vejamos o que diz a Escritura (e eu sugiro que os textos apresentados sejam lidos em seu contexto, para melhor compreensão; os grifos, em maiúsculas, são meus):

Porém, o profeta que presumir, soberbamente, de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, O TAL PROFETA MORRERÁ” (Dt 18:20). Como isto é possível, se somente a PROFECIA deveria ser julgada?

E aquele profeta ou sonhador de sonhos [que tentou afastar Israel de Deus e de Seus caminhos] MORRERÁ, pois falou rebeldia contra o Senhor, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito, e vos resgatou da casa da servidão, para te apartar do caminho que te ordenou o Senhor, teu Deus, para andares nele: assim tirarás o mal do meio de ti” (Dt 13:5).

E disse Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta: Ouve, agora, Hananias: Não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. Pelo que, assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano MORRERÁS, porque falaste em rebeldia contra o Senhor. E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês” (Jr 28:15-17).

Cito apenas três textos da Escritura para mostrar que no Antigo Testamento tanto a profecia quanto o profeta deveriam ser julgados, e o falso profeta extirpado do meio do povo, com pena de morte. Há outros textos que demonstram o mesmo.

E no Novo Testamento?

Algumas evidências demonstram que, exceto no quesito ‘pena de morte’ os profetas estavam igualmente sujeitos a julgamento:

Acautelai-vos, porém, dos FALSOS PROFETAS, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores” (Mt 7:15  -- Sim queridos! No mesmo texto em que diz “não julgueis” Cristo manda julgar os falsos profetas, acautelando-se deles!).

Porque se levantarão falsos cristos, e FALSOS PROFETAS, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos” (Mc 13:22).

É interessante observar que Jesus não está nos mandando acautelarmo-nos das FALSAS PROFECIAS, mas sim dos FALSOS PROFETAS!

A mesma instrução encontramos nas cartas e no Apocalipse:

Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos FALSOS PROFETAS se têm levantado no mundo” (1 Jo 4:1).

Mas tenho contra ti que toleras que Jezabel, mulher QUE SE DIZ PROFETISA, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap 2:20)

No Apocalipse, Jesus demonstra sua indignação pelo fato de a Igreja tolerar e aceitar uma falsa profetisa em seu meio, com o pastor permitindo inclusive que ela ensinasse suas mentiras à Igreja! O julgamento, evidentemente, virá sobre a FALSA PROFETISA e seus seguidores:

E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se arrependeu. Eis que a porei numa cama; e sobre os que adulteram com ela, virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras; E FERIREI DE MORTE os seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e os corações; e darei a cada um de vós segundo as vossas obras” (Ap 2:21-23).

Em nenhum momento vemos Jesus ou os apóstolos nos mandando tomar cuidado com as FALSAS PROFECIAS, mas sempre contra os FALSOS PROFETAS!

Diante de tantos e tão claros ensinamentos da Escritura que afirmam que o profeta é responsável pelo que profetiza, e deve ser confrontado quando profetizar mentiras, de onde surgiu este falso ensino de que somente a profecia, e nunca o profeta, deve ser julgada? Certamente da imaginação fértil dos falsos profetas, que querem continuar profetizando mentiras sem ser incomodados, e que querem continuar usufruindo do status de 'profeta espiritual e infalível' no meio da Igreja!

Que ninguém vos engane com falsos ensinamentos, que visam proteger os falsos profetas e os falsos mestres! A Bíblia é nossa vara de medir, nosso prumo e nosso nível! Quando ouvirmos qualquer doutrina, profecia ou ensino, devemos confrontá-los com o que está escrito, sempre dando à Bíblia status superior a qualquer outra coisa! Os falsos ensinos, os falsos mestres e os falsos profetas devem ser identificados, severamente repreendidos e desprezados como profetas e mestres, por terem profetizado ou ensinado mentiras em nome do Senhor!

quarta-feira, 2 de julho de 2014

SUSTENTO E LUCRO

(O Culpado é o Mordomo!)
Há alguns dias, em um debate na Internet, me deparei com várias pessoas discutindo se é correto um pastor ganha altos salários, andar de carro importado, morar em mansão, ostentar riqueza etc — discussão mais que esperada após o pastor presidente de uma denominação evangélica publicar a faixa salarial dos pastores de sua igreja. 
Não participei do tal debate, mas procurei ler as postagens, contrárias e favoráveis, e pesquisar melhor em outras fontes para poder estabelecer minha posição acerca do assunto.

É evidente que não é pecado o crente ser rico, e muito menos o pastor! A riqueza nos tempos do AT era um dos sinais de bênção de Deus, e mesmo em nossos dias é buscada por muitos no intuito de se ter no mínimo uma vida com qualidade e dignidade. Mas é preciso que observemos a fonte desta riqueza. Aquele que enriqueceu com o seu trabalho ou após receber alguma herança não peca, desde que não ponha seu coração nas riquezas, não permita que o dinheiro o domine e nem deixe que o poder financeiro o afaste de Deus e dos caminhos do Evangelho. Alguns no meio evangélico afirmam que as riquezas adquiridas através de prêmios de loteria não são espiritualmente lícitas, pois Deus nos ordenou que ganhássemos o pão com o suor do rosto, ou seja, através do nosso trabalho árduo. Mas isto é assunto para outra ocasião. O fato é que, legalmente falando, estas são as três formas mais comuns de se adquirir riqueza por meios lícitos.

De uma forma ou de outra, somos unânimes em reconhecer que é completamente reprovável enriquecer às custas alheias, seja através da exploração, escravidão, engano, estelionato, fraude, subtração (roubo ou furto), apropriação indébita, corrupção, pirataria ou através de outras práticas ilícitas previstas em lei. Mas assim como é questionável e reprovável o enriquecimento às custas alheias em todos os expedientes citados acima, o que dizer em relação aos que constituem fortuna às custas do ministério, da igreja, dos dízimos e ofertas das ovelhas que o Senhor lhe confiou?

Compreendemos e aceitamos que o desempenho de algum ministério na igreja pode até ser fonte de sustento do obreiro, e muitos obtêm tal sustento através do trabalho sério que desempenham na obra, o que é perfeitamente justo. O apóstolo Paulo em suas epístolas é ferrenho defensor da justa remuneração aos obreiros, e escrevendo a Timóteo admoesta-nos, invocando as Escrituras, que “os obreiros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicado salário, porque diz a Escritura: não atarás a boca do boi que debulha, e: digno é o obreiro de seu salário” (1 Tm 5:17-18).

Qual o obreiro que trabalha para a igreja em tempo integral e não mereça receber prebendas por este trabalho, que ao menos lhe custeiem os gastos com transporte, alimentação, vestuário, moradia digna etc, que seriam devidamente custeados por um emprego secular? Uma vez que o obreiro abriu mão de trabalho secular para se dedicar integralmente à obra, é justo que tais custeios lhe sejam supridos pela Igreja. Contudo, analisando os princípios existentes nas Escrituras, entendemos que o ministério pode ser fonte de sustento do obreiro, mas jamais fonte de lucro. E há uma diferença abissal entre uma coisa e outra. O sustento visa satisfazer as necessidades básicas e naturais do homem, ao passo que o lucro visa o enriquecimento pessoal, a aquisição de bens materiais supérfluos, a ostentação da riqueza. Os obreiros do Século XXI estão convencidos e tentam convencer a todos que o ministério que lhes foi confiado por Deus é, na verdade, fonte de lucro pessoal, mas não convencem aqueles que estão vigilantes nos princípios da Palavra.

Paulo nos alerta acerca de “homens cuja mente é pervertida e, privados da verdade, supõem que a piedade é fonte de lucro...” (1 Tm 6:5). Observe-se que o apóstolo, defensor de uma remuneração justa àqueles que servem ao Senhor na igreja, posiciona-se contrário ao lucro por meio da obra de Deus. Há muitos obreiros que pensam que o ministério que Deus lhes deu é a fórmula mágica para seu futuro enriquecimento. Muitos abrem igrejas no afã de não precisarem trabalhar secularmente, mas terem sustento e riqueza por meio desta obra. Líderes de ministério, pregadores ou cantores passam a mercadejar o dom que lhes foi dado (e que não é seu, mas de Deus!), esquecendo-se de que uma das primeiras orientações que Jesus deu a seus discípulos, ao enviá-los a pregar, foi “de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10:8). Pregadores e conferencistas “cristãos” cobram fortunas para pregar em igrejas e eventos; cantores e bandas que outrora imploravam para cantar em certos eventos de graça ou em troca de valores irrisórios, agora só o fazem recebendo um gordo cachê... Entenda-se que não me posiciono contrário a uma remuneração aos pregadores ou aos músicos, e sim contra os cachês exagerados que são cobrados, e as exigências esdrúxulas e anticristãs que são feitas..

O apóstolo continua seu ensino: “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo, porém, o sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Porque os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas...” (1 Tm 6:6-11).

CONTENTAMENTO! Esta é a palavra chave! E Paulo deixa claro que este contentamento diz respeito a bens materiais, explicando que devemos estar felizes quando obtemos o sustento do pão diário e das vestes, ou seja, a provisão do básico para uma vida digna. É interessante observar que o grande apóstolo se coloca no contexto do contentamento, ao dizer “estejamos contentes”. Que preciosa lição vinda do homem que ainda no 1º Século revolucionou — sem Bíblia, sem literaturas, sem tevê, sem internet, sem veículos rápidos, sem telefone, sem celular, sem templos, sem equipamentos de som, sem eletricidade, sem dinheiro — a Ásia e a Europa com uma obra missionária sem precedentes mesmo em nossos dias (At 21:27-28, 24:5)! Considerando o “conjunto da obra” do apóstolo, só podemos compará-lo, guardando as devidas proporções, com os “grandes” fundadores de igrejas dos nossos dias, com a grande diferença que ele fez muito mais que todos, sempre foi pobre, trabalhava secularmente para não ser pesado às igrejas (1 Ts 2:9; At 18:1-3), suportava ferrenhas e crueis perseguições, se contentava com o sustento cotidiano e não almejava riquezas ou ostentação, enquanto a franca maioria, quase a totalidade, dos “paulos” modernos são ricos, ostensivos, julgam-se intocáveis, recusam as perseguições e são cada dia mais sedentos por riqueza. Qual será a grande dificuldade destes últimos para compreenderem o princípio cristão da piedade com contentamento? Por que não se contentam com uma vida digna, com boa casa, bom carro, bom padrão de vida, mas sem ostentação? Por que não se espelham no grande apóstolo dos gentios, como ele mesmo nos orientou a fazer (1 Co 11:1)?

Mas você deve estar se perguntando: o que tem a ver o assunto deste artigo com o seu subtítulo, “o culpado é o mordomo”?

Você se lembra dos antigos filmes de suspense e mistério, onde ocorria um assassinato e no final se descobria que o culpado sempre era o mordomo da família? A trama ficou tão manjada que todos já sabiam de antemão o final do filme... Pois bem: isto de certa forma se aplica ao nosso tema. Vejamos como:

No Evangelho de Lucas, falando diretamente aos doze, Jesus propõe uma parábola acerca de um mordomo (empregado-mor, colocado sobre os demais empregados da casa) a quem foi entregue a responsabilidade de cuidar dos criados durante a ausência do seu Senhor, dando-lhes a alimentação cotidiana — um tipo perfeito dos obreiros que o Senhor coloca à frente de Seu rebanho. Em dado momento, prevendo a demora do seu Senhor e visando tirar vantagem em relação a esta demora, o mordomo começa a “espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se” (Lc 12:35-48). Trata-se de um desvio de conduta de alguém que passou a usar em benefício próprio os recursos que lhe foram confiados para, com uma administração adequada, dar sustento aos seus conservos. É assustadora a semelhança entre o mordomo da parábola e muitos pastores da atualidade que vêm enriquecendo a olhos vistos graças às ovelhas de Deus (Ez 34:1ss)! Aqueles que deveriam administrar fielmente os bens do Senhor em favor das ovelhas, para que estas não passem necessidades, usufruem destes bens e enriquecem ilicitamente, crendo piamente que estão não somente fazendo a vontade de Deus, mas também certos da imunidade em qualquer prestação futura de contas ao rígido e justo Senhor. Basta-nos, porém, ler toda a parábola para entendermos que o dia de prestação de contas chegará, e o destino do mau servo é tenebroso.

É fato inegável que muitos pastores enriqueceram no ministério. Não esperem a citação de nomes aqui, mas a correlação será fácil, pois com certeza tanto eu como você conhecemos muitos! Alguns, ao ingressarem na obra, moravam em uma casa modesta (muitas vezes alugada), dirigiam um carro simples (quando o tinham) e levavam uma vida simplória, cheia de privações. Após o crescimento da obra que o Senhor pôs em suas mãos, passaram a dirigir carros importados do último modelo, morar em mansões ou em luxuosos apartamentos à beira mar, adquirir helicópteros e jatinhos, comprar propriedades no Brasil e no exterior e desfrutar de uma vida regalada. Apresentam justificativas furadas para toda esta regalia, do tipo “o homem de Deus deve desfrutar do melhor desta terra”, ou “isto foi adquirido para melhor servirmos à obra” etc. Muitos são investigados pela justiça comum por causa da sua evolução patrimonial, e então passam a se denominar “perseguidos por causa do ministério”. Observe-se que muitos nem possuem empregos seculares que justifiquem tal enriquecimento, já que a grande maioria deles se dedica exclusivamente à obra...

Em momento algum desfrutar das benesses que o dinheiro proporciona constitui-se em pecado para um crente ou para um obreiro, desde que ele as desfrute com o uso do SEU PRÓPRIO dinheiro, adquirido por meio lícito e moral. Eu posso trabalhar, prosperar, enriquecer e gastar o meu dinheiro em carros importados, viagens, roupas caras, mansões, iates e o que mais me der na telha. O dinheiro é meu, eu gasto da forma que eu quero! Mas não posso fazer isso com o dinheiro que pertence ao Reino de Deus, administrando-o incorretamente como se não tivesse que prestar contas um dia. 

É perfeitamente possível conciliar a vida ministerial com o emprego secular. O apóstolo Paulo fazia assim. Conheço muitos pastores que têm seus empregos ou empreendimentos, que não interferem em sua vida sacerdotal. Eles andam em excelentes carros, moram em casas confortáveis e têm uma vida boa graças a seus rendimentos obtidos nos empreendimentos seculares. Alguns, mais nobres, ganham tão bem secularmente que abrem mão de qualquer remuneração da igreja, ou o fazem porque são conscientes de que o caixa da igreja seria onerado se lhes fosse destinada qualquer quantia, e se satisfazem com o que já ganham em seus empregos ou negócios. Não questionamos a boa vida quando esta é patrocinada pelos próprios buon-vivants, mas questionamos os que usufruem da mesma boa vida às custas da igreja!

O pastor é o administrador da igreja, e tem em suas mãos o poder de dispor das suas finanças. O problema é como ele as administra: em benefício da igreja (principalmente dos mais pobres) ou em benefício próprio, disponibilizando a si mesmo um excelente salário e generosas prebendas, muito acima das suas reais necessidades, além da possibilidade de usufruto inescrupuloso dos bens da igreja. Isto está certo?

Os doze apóstolos também eram administradores de muito dinheiro. Os primeiros cristãos vendiam suas propriedades e depositavam tudo, altas quantias, aos seus pés, que eram administradas com tanta responsabilidade e lisura que o texto sagrado afirma que nenhum irmão pobre tinha fome ou padecia necessidades (At 4:32-37). E olha que não se tratava de uma igrejinha de cem ou duzentos membros, mas de uma comunidade de milhares de membros, considerando-se apenas o relato das primeiras conversões do livro de Atos! Nos dias de hoje, contudo, embora muitas vezes o caixa da igreja esteja muito bem provido, os administradores se preocupam com tudo, exceto com o sustento dos irmãos menos favorecidos. Impérios eclesiásticos são erguidos, templos suntuosos são construídos ou reformados, equipamentos caros são adquiridos, veículos importados são comprados para o usufruto de pastores e obreiros, que ainda são esplendidamente remunerados, enquanto muitas pessoas na igreja passam privações e necessidades, têm seus serviços básicos, como água e energia elétrica, suspensos etc. Parece que este cuidado com as coisas e descuido com as pessoas não era a prioridade da igreja primitiva... Todos estes gastos, embora devidamente justificados e documentados, são legais de direito mas imorais e amorais de fato. Constituem-se em prioridades equivocadas, já que a Escritura demonstra que o cuidado que deve imperar na igreja é o sustento dos irmãos pobres. 

A administração incorreta não significa que o administrador esteja roubando. Nem sempre. Entendo que muitos enriquecem sem nunca terem roubado um único centavo, mas quando aceitam valores salariais ou prebendas que não condizem com seu trabalho na obra, ou quando os valores recebidos são muito superiores às suas reais necessidades e chegam a ser uma afronta aos mais pobres, por mais que estes valores não sejam ilegais são imorais e amorais! Ademais, quando adquire-se um bem, mesmo que no nome da Igreja, e passa-se a usufruir do mesmo inescrupulosamente (como casas, veículos, etc), também se está cometendo um ato ilícito. 

O bom senso também deve ser considerado! Como eu posso ser pastor de uma igreja onde a grande maioria de seus membros é desempregada, sub-empregada ou passa sérias privações financeiras, e receber um salário exorbitante, muito acima dos padrões salariais dos membros? Onde está a minha consciência quando eu ando de carro zero importado, custeado e abastecido pela igreja, e a franca maioria das minhas ovelhas anda de ônibus lotado ou a pé? Cadê o bom senso e a piedade quando eu moro em uma mansão ou em uma cobertura à beira-mar, patrimônios da igreja adquiridos com o dinheiro dos fiéis, ou alugados e custeados pela igreja, enquanto as ovelhas não têm um teto digno? Onde está a piedade com contentamento na minha vida??

Não sou contra, repito, que se pague um bom salário ao pastor, sempre que o caixa da igreja o permita. Sou plenamente a favor de que o obreiro tenha seu sustento garantido, dentro da realidade financeira da igreja, dos princípios do bom senso e de conformidade com as necessidades do obreiro. Sou a favor de um bom salário que além de lhe satisfazer as necessidades ainda lhe conceda folga financeira para certos mimos, como financiar-lhe a casa própria e/ou um veículo melhor, adquirir algum bem para sua casa como bons móveis e eletrodomésticos, permita-lhe uma viagem de férias com a sua família etc. O que disso passar não se trata de sustento, mas de lucro inescrupuloso, de perdularismo e de irresponsabilidade na administração dos bens do Reino de Deus. 

Sou contra o enriquecimento às custas da igreja! Sou contra a ostentação! Sou contra salários milionários, prebendas que são verdadeiras fortunas, uma afronta aos mais pobres, uma ostentação anticristã. Todos estes expedientes são formas de enriquecimento ilícito, que nem sempre encontram espaço punitivo na lei, mas também não encontram respaldo nem nas Escrituras e nem nos mais primários padrões de bom senso! Não é ilegal, mas é imoral e amoral. Quer sustento? Sirva a Deus fielmente na igreja, e a igreja assuma o compromisso sério com a provisão de suas necessidades básicas. Quer enriquecer, luxar, ostentar? Vá trabalhar!

Paulo em certo momento combate contra os “sanguessugas” que invadiram a igreja travestidos de irmãos, mas que só queriam sustento sem compromisso (2 Ts 3:6-12). A orientação foi clara: “se alguém não quiser trabalhar, não coma, também” (v. 10). Se Paulo orienta a igreja a ser criteriosa com a distribuição de comida, como a igreja não deveria também ser criteriosa com a distribuição financeira a seus obreiros?

E o fato de Deus prometer que comeremos o melhor desta terra não justifica e nem embasa tais práticas. Analise-se o contexto da Escritura, e veremos que não se trata de UM se regalando às custas de MUITOS. Deus quer abençoar a todos, e não apenas aos pastores, obreiros e levitas. Quer enriquecer? Quer andar de ferrari e morar em mansão? É lícito! Vá trabalhar, e adquira-os com o SEU dinheiro! E aprenda a administrar os recursos do Senhor com honestidade, lisura, seriedade e temor. Isto é para o seu próprio bem, caro mordomo! Ou no final do filme (Mt 7:21-23), veremos quem é o culpado!

EM TEMPO: para compreender mais o que significa "contentamento", leia o artigo FELIZ POR NADA, publicado na GENIZAH.