quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O BRASIL É DO SENHOR JESUS? ESSA NÃO!




Rev. Mons. José Kennedy de Freitas - recebi por e-mail, sem crédito de endereço de postagem

Texto: 2 Pedro 2:1-6
Ouço frequentemente uma conclamação feita nos mais variados recônditos do universo evangélico, seja por mero "ufanismo evangélico" ou pelos questionabilíssimos "atos proféticos": Vamos ganhar o Brasil para Cristo!!! O Brasil é do Senhor Jesus!!! Bem, lamento informar, mas nós nunca vamos ganhar o Brasil para o Senhor Jesus Cristo. E antes que você, espantadíssimo com minha falta de fé, me acuse de derrotismo ou mesmo de estar a serviço do mal, deixe-me explicar.

Como não acredito na doutrina da Confissão Positiva (o hábito antibíblico de “decretar a vitória”, “profetizar a bênção” e “tomar posse pela fé” que, se você não sabe, foi incorporado ao cristianismo a partir de práticas de religiões pagãs da Nova Era – mas essa é outra conversa) nao vejo coro escriturístico nessa afirmação, que é fruto de uma observação bíblica, histórica e contextual equivocadas. E justifico minha posição, apresentando aqui as razões pelas quais não creio que o Brasil, e nem nenhuma nação, será ganho para Cristo:

1. Aspectos bíblicos:

A Bíblia Sagrada nunca promete que nações inteiras se converteriam ao Senhor Jesus Cristo em nossos dias. Ela fala: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24.14) mas em momento algum promete que isso resultaria em conversões em nível nacional. Anunciar o Evangelho é uma coisa. Ele resultar em conversões é algo bem diferente. Pelo contrário. Como já abordei no post Louvados e glorificados sejam os números, a Palavra de Deus é clara ao afirmar que a minoria herdaria o Reino dos Céus:

Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram” (Mt 7.13,14).

Alguém lhe perguntou: ‘Senhor, serão poucos os salvos?’. Ele lhes disse: ‘Esforcem-se para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. Quando o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês ficarão do lado de fora, batendo e pedindo: ‘Senhor, abre-nos a porta’. ‘Ele, porém, responderá: ‘Não os conheço, nem sei de onde são vocês’. “Então vocês dirão: ‘Comemos e bebemos contigo, e ensinaste em nossas ruas’. “Mas ele responderá: ‘Não os conheço, nem sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês, que praticam o mal!’” (Lucas 13.23-27).

Não tenham medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-lhes o Reino” (Lucas 12.32).
 
Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos” (Mt 22.14).

Ou seja: Não há na Bíblia Sagrada nenhuma promessa ou sugestão de que haverá multidões de salvos entrando em nível nacional pelos portões do Céu. Não: A Salvação é para poucos. Repare que na parábola do semeador (Mt 13) a maioria das sementes não frutifica, apenas uma pequena parte delas germina e dá frutos.

Gostaria eu que fosse diferente. E temos sempre que fazer de tudo e empreender todos os nossos esforços para que o máximo de pessoas receba a mensagem da Salvação. Temos que pregar o Evangelho a toda criatura. Mas no que tange às Sagradas Escrituras não posso afirmar o que ela não afirma só porque me faria sentir melhor. A verdade é o que é.

2. Aspectos históricos.


Fala-se muito de avivamento, de pátrias que foram sacudidas pelo poder do Espírito Santo e que se transformaram em nações cristãs de fato, com milhares de conversões e manifestações inefáveis do poder de Deus. Isso é verdade. Moveres sobrenaturais de Deus levaram alguns países, em períodos determinados da História, a buscar coletivamente uma aproximação maior do Senhor Jesus Cristo e uma vida de santidade. Foi assim no Primeiro e no Segundo Grandes Despertamentos dos Séculos 18 e 19, por exemplo. Mas minha pergunta é: Como estão essas nações hoje? A verdade nua e crua? Espiritualmente falidas.

Os Estados Unidos da América do Norte, avivados pela pregação de bastiões como Rev. Jonathan Edwards e o Rev. George Whitefield, são hoje um país cristão não-praticante, pérfido, devasso e sem nenhum tônus espiritual, que fez o que fez no Oriente Médio sob a direção de um presidente supostamente evangélico. Um país onde a Igreja tem aceito a ordenação de bispos cuja orientação sexual em outras épocas jamais seria aceita e que inventou a Teologia da Prosperidade. Um país espiritualmente e moralmente em bancarrota, que exporta para o mundo filmes, programas de TV e músicas abomináveis pela moral bíblica. Eu fico com muita pena de brasileiros que só faltam dar a sua alma para os EUA, fazem de tudo por um País completamente fracassado espiritualmente.

Já a Inglaterra, país que na época do Rev. John Wesley se viu renovado espiritualmente, hoje mal se lembra que há um Cristo. No restante da Europa, encontramos países como Espanha e Portugal, com menos de 1% de cristãos reformados. Nos berços da Reforma Protestante, Alemanha e Suíça, a Igreja Evangélica tornou-se uma entidade fantasma, com Igrejas vazias e nenhuma influência sobre a vida da sociedade. A Igreja oficial da Inglaterra: Igreja Anglicana, que está em colapso espiritual, o Arcebispo de Cantuária aprovou a união homossexual, sem falar nas ordenações de mulheres ao Sacerdócio. O Anglicanismo tem apenas aparência de Cristianismo, mas está em baixa.

E isso falando de nações que estão debaixo de nossos olhos. Se voltarmos alguns séculos no passado encontraremos os países do Oriente Médio com quase toda a população cristã. Você talvez não saiba disso, mas até o século VI d.C. regiões que hoje compõem países como Turquia, Irã, Iraque, Marrocos e Arábia Saudita, atualmente considerados não-alcançados pelo Evangelho, tinham suas populações quase que totalmente cristãs. Até que veio o islamismo e tomou esses países, transformando-os em nações muçulmanas.

O resumo da ópera é que para se “ganhar uma nação para o Senhor Jesus Cristo” é preciso um milagre. Não só um milagre de conquista, mas um milagre de preservação. Ou seja: Reconquista diária. E milagres são a exceção, não a regra.

3. Aspectos contextuais (atuais)


São poucos os que realmente se dedicam ao estudo sistemático e aprofundado das Escrituras. Então vamos ganhar o Brasil para o Senhor Jesus Cristo, mas… que Cristo? Se não conhecemos o Cristo segundo as Sagradas Escrituras o apresentam, que Senhor Jesus Cristo é esse que estamos pregando? Se não entendemos a Palavra por não conhecê-la, que Palavra é essa que estamos pregando? Sem conhecer a Bíblia Sagrada não temos absolutamente nada a oferecer em termos espirituais à nação.

● Grande parte da Igreja Evangélica brasileira é egocêntrica. 
Ora por si e pelos seus. Pede bens materiais, emprego, carro e casa própria em suas orações. Quer a cura de suas enfermidades. Mas não se dedica muito a interceder pelo próximo, orar pelo arrependimento dos pecados e buscar sanar os males da sociedade. Não ora pelos pobres. Não estende a mão ao faminto. Não olha para o próximo. Não se devota. Não considera o outro superior a si em honra. E ganhar uma nação para o Senhor Jesus Cristo exige olhar, antes de tudo e antes de para si mesmo… para a nação.

● A Igreja está hedonista. 
Quer prazer. Quer alegria. Quer ser feliz da vida. Quer emoção. Que louvores vazios de conteúdo bíblico, mas emocionantes. Quer cantores carismáticos, mesmo que pouco espirituais. Quer shows, e não momentos de intimidade com Deus. Quer se sentir bem. Quer cultos que atendam às suas necessidades. Quer pregações que a faça sorrir. Quer enriquecer e ter uma vida abastada. Só que antes de ganhar uma nação para Cristo temos que chorar muito, nos humilhar, esquecer o que nos faz bem e buscar o que faz bem à nação. E orar. Orar!

A Igreja hoje celebra muito, canta muito, dança muito… mas ora de forma mirrada, esquelética. Só que pouca oração e muita celebração não farão nação alguma se converter. Se ganharmos o país para esse modelo de cristianismo o que faremos é transformar o Brasil numa grande rave gospel, com festa atrás de festa, celebração após celebração e pouca ou quase nenhuma vida íntima com Cristo.

● Grande parte da Igreja tem pregado um "Evangelho" mentiroso.
O que se tem divulgado é um Jesus fictício, complacente, eternamente alegre e exultante, que nos garante “plenitude de alegria, todo dia”. Um Jesus de uma forma que não é descito na Bíblia.

Mas o Senhor Jesus Cristo de verdade quer que tomemos nossa cruz para segui-lo. Que morramos para nós mesmos. Que deixemos pai e mãe para ir após Ele. Mas a nação não quer fazer nada disso. E para ganhar a nação para o Senhor Jesus Cristo ela tem que saber que terá de abrir mão de muita coisa, de esvaziar-se de suas vontades e desejos e seguir um caminho de renúncia e muitas vezes de sofrimento. Ganhar a nação para o Senhor Jesus Cristo significa propor a ela: tome sua Cruz e siga-me. Arrependa-se de seus pecados, abra mão de seu eu e mude de vida. Honestamente: é isso que temos pregado?

● A Igreja está dividida. 
A Palavra nos diz que “Se um reino estiver dividido contra si mesmo, não poderá subsistir” (Mc 3.24). Mas deixamos nossas paixões denominacionais suplantarem a unidade. Os, Anglicanos ligados a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, fazem piadas e críticas com os demais grupos Anglicanos do Movimento Continuante. Os Anglicanos do Movimento Continuante, vivem em brigas e Fofocas entre si, falando mal um dos outros. Os Evangélicos Pentecostais, fazemos piada com os Evangélicos Tradicionais. Os Evangélicos Tradicionais ridicularizam os Pentecostais. Todos menosprezamos os Neopentecostais. Nos tornamos “anti” qualquer coisa que não sejamos nós mesmos. Nas tentativas de unir a Igreja perde-se tempo com discussões inócuas e vaidosas. Esquartejamos o Corpo de Cristo. E ainda assim queremos acrescentar uma nação inteira a esse Corpo? Como? Se não depusermos as hostilidades e buscarmos a unidade – verdadeira e sincera – uma nação ganha para o Senhor Jesus Cristo sob esses moldes de Igreja desunida seria um grande frankenstein.

● Nossas motivações são equivocadas. 
Queremos ganhar o Brasil para o Senhor Jesus Cristo não por amor às almas perdidas, mas sim para garantir nosso galardão no céu ou para finalmente fazermos parte do clube que representa a maioria e não a minoria. Queremos é estar por cima. Falta-nos, mais do que amor pelo Brasil, amor por cada brasileiro.

● Estamos tentando avançar na sociedade utilizando cargos políticos e legislações.
Queremos ganhar o Brasil não para o Senhor Jesus Cristo, mas para projetos de poder mascarados de Cristianismo. E isso elegendo políticos supostamente comprometido com o Evangelho, fazendo marchas e protestos, usando de politicagens e chantagens políticas e organizando lobby no Planalto. E nada disso são armas espirituais. Nada disso nunca vai, de modo algum, glorificar o Senhor. Apenas cumprirá uma agenda política e nada mais. Fico envergonhado com os chamados líderes cristãos que bajulam os políticos por ganância e status.

Haveria muitos outros problemas que poderíamos desenvolver aqui, mas não quero me alongar mais. Não quero parecer um profeta do apocalipse, pintando um cenário pessimista. Minha intenção não é essa. Mas me atreveria a perguntar: Será que os problemas que apontei acima são fruto da minha imaginação ou você consegue enxergá-los ao seu redor? Alguns poderiam dizer que o que escrevi não é nada edificante, mas… Há algo mais edificante que reconhecer nossos pecados para que possamos refletir sobre eles, arrepender-nos e consertar os erros? Não é isso que significa edificar? Construir? E, se preciso for, reconstruir? Parar de varrer a sujeira para baixo do tapete e acertar as coisas?

Há focos de resistência. Pequenos grupos que buscam viver uma espiritualidade real, profunda, desinteressada. Mas são grupos desconhecidos, pequenas igrejas escondidas, Sacerdotes Anglicanos e Pastores Evangélicos que pregam para poucos e que proclamam o Evangelho como ele é, sem o desejo de agradar mais ao homem que a Deus. Cristãos que se abraçam e se amam de modo entregue e que se devotam à causa de Cristo e ao próximo.

Esses são o remanescente fiel. São o último alento. Mas estão longe das câmeras de TV, das grandes gravadoras, dos eventos faraônicos, reunidos em silêncio, buscando a face de Deus sem fazer balbúrdia, sob as sombras do bem-aventurado anonimato. Eles são a semente da minha esperança.

Acredite: Eu, como Sacerdote Anglicano, como Cristão e Servo do Deus Altíssimo gostaria de que o Brasil fosse ganho para o Senhor Jesus Cristo. Gostaria imensamente. Gostaria de viver numa pátria onde o Evangelho ditasse o procedimento das pessoas. Gostaria de poder afirmar: “Feliz é a minha nação, pois seu Deus é o Senhor”. Mas o que vejo ao meu redor não me permite fingir que está tudo bem. Não está. A Igreja do Senhor Jesus Cristo precisa se repensar e se acertar antes de empreender projetos de conquista. E isso urgentemente. Um exército desorganizado, desunido e despreparado não conquistaria nem um vilarejo, quanto mais uma nação.

Precisamos de um milagre. É caso de vida ou morte. E morte eterna. Precisamos nos arrepender dos caminhos pop e egoístas que estamos trilhando. Precisamos voltar a orar com um coração generoso. Precisamos nos humilhar. Precisamos clamar por misericórdia. Precisamos parar de tentar vencer o mundo no peito e na raça e tentar vencer, antes de qualquer outra coisa, nossas próprias concupiscências com o rosto no pó e os joelhos calejados. Essa luta não se vence com gritos, protestos, marchas, lobbies políticos e partidarismos, mas com lágrimas. Até caírem as escamas de nossos olhos e enxergarmos a dimensão espiritual que existe por trás da cortina da matéria continuaremos agindo como o servo de Eliseu, que não via o exército celestial do lado de fora de sua casa e desejava agir segundo os métodos do mundo e não os do Espírito.


Este é o ponto principal desta reflexão. Para que se pregue o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo a uma pessoa pecadora, mais do que proclamar a Verdade é preciso viver a Verdade.

Se eu sou um homem notoriamente devasso, mentiroso, homossexual, pérfido e sem caráter, de nada adiantará eu chegar para alguém e pregar o Evangelho. Pois ele dirá “ser cristão é isso aí? Tô fora, fala sério!”.

E essa mesma realidade se aplica a uma nação. Para que a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo evangelize uma nação e a “ganhe para o Senhor Jesus Cristo”, ela tem que dar o exemplo.

Isso é imperativo. Mais do que pregar a Verdade, tem que viver a Verdade! (Particularmente esta reflexão serve primeiramente para mim, tenho refletido a minha vida como Sacerdote do Senhor e tenho observado que meus exemplos são péssimos e que preciso refazer meus conceitos e mudar minhas atitudes para que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo seja glorificado). E é com muita dor no coração que constato que nós não temos feito isso. Não temos sido exemplo. Compartilho alguns sintomas que me mostra que a Igreja brasileira não está capacitada para ganhar a nação para o Senhor Jesus Cristo:

● A maior parte da Igreja Cristã visível no Brasil de hoje (Seja ela Anglicana, Presbiteriana, Batista, Assembleiana, Romana, etc) é espiritualmente flácida e complacente com o pecado: O comportamento visível dos cristãos diante da sociedade não tem sido muito diferente do comportamento dos não-cristãos.

Em geral, somos agressivos, arrogantes, vingativos, mentirosos e egocêntricos. Fraudamos impostos, passamos cheques sem fundos, não honramos nossa palavra. Nossos seminaristas colam nas provas. Não cedemos lugar no ônibus para o idoso, fingimos que não vemos o mendigo, jamais emprestamos o ombro a um órfão sequer e muito menos a uma viúva. Articulamos dentro das igrejas para conseguir ocupar cargos de destaque. Usamos a sexualidade de modo tão mundano como qualquer personagem da novela das oito. Nossas conversas são torpes, falamos mal dos outros pelas costas, jogamos irmãos contra irmãos, contamos anedotas pesadas e fazemos piada com a manifestação dos dons do Espírito Santo. E por aí vai. Uma Igreja assim não tem a menor moral de pregar o arrependimento de pecados para o mundo: primeiro ela própria tem de se arrepender.

Por exemplo, o Anglicanismo no Brasil tem caminhado para um Cristianismo totalmente conflitante com a Palavra de Deus, a aceitação da inclusão de homossexuais no Sacerdócio, a defesa do Clero a essa prática, entra em conflito com a orientação Neotestamentária. Há uma Igreja Anglicana do Movimento Continuante, que em seu Site há duas fotos: Uma de uma Episcopisa Inglesa, lésbica, e a outra, de um Bispo Gay, essas duas fotos visa fazer a propaganda homossexual na Igreja, a apologia da inclusão homossexual fere por completo a orientação Bíblica deixada pelos Profetas e os Apóstolos . Não tenho nada contra os homossexuais, pelo contrário, tenho amigos homossexuais que são pessoas maravilhosas, educadas e sérias. A minha indignação, é a ordenação de gays e lésbicas para o ofício sacerdotal e pastoral da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo (Romanos 1.18-32).

● O modelo de Igreja predominante no Brasil não forma cristãos sólidos. Como afirmou este ano em uma de suas palestras na Conferência da Sepal o Bispo Primaz da Igreja Cristã Nova Vida, Walter McAlister, o modelo de Igreja-Show não forma discípulos do Senhor Jesus Cristo.

Enquanto formos aos cultos apenas para assistir a algo que se passa num palco e não para participar; enquanto não nos submetermos a um discipulado radical; enquanto não resgatarmos o papel de família de fé das nossas Igrejas, nunca conseguiremos formar cristãos minimamente capazes de viver e compartilhar com eficiência sua fé com uma pessoa, que dirá com uma nação.

O Evangélico brasileiro não gosta de ler. Lidos sob o poder e a iluminação de Deus, livros são o alicerce da transformação. Mas nossos jovens preferem videogames, televisão, internet e no máximo inutilidades como a série “Crepúsculo” do que livros essenciais para a formação de um caráter cristão. E sem uma mente bem formada nos tornamos incapazes de pensar uma nação. Quanto mais transformá-la. O poder de Deus age, mas age por intermédio de seres humanos – que precisam ter bagagem intelectual para explicar e transmitir. E ainda lemos muito menos do que deveríamos. E a qualidade do que lemos, em geral, deixa muito a desejar.

● Somos analfabetos bíblicos. Uma pesquisa recente feita entre os líderes de jovens de certa denominação mostrou que menos de 30% deles tinham lido a Bíblia Sagrada toda. Repare: Estamos falando de líderes! Aqueles que deveriam ensinar os outros! Se não lemos, não conhecemos, e se não conhecemos… o que vamos pregar? Nossa teologia é formada a partir daquilo que ouvimos em corinhos, assistimos em péssimos programas evangélicos de TV, lemos em frasezinhas soltas no twitter e em adesivos de automóveis. Antes lentamente, e agora rapidamente, estamos nos tornando uma igreja ateológica e antiteológica, onde muitos pastores e denominações se orgulham de não darem ouvidos à teologia...


CONCLUSÃO

Até lá, antes de pensarmos em ganhar o Brasil para o Senhor Jesus Cristo, deveríamos nos preocupar em ganhar a nós mesmos para Ele. E isso diariamente. Pois é mediante a transformação pessoal, de um a um, alma a alma, no campo do micro, que alcançaremos o macro. Caráter. Espiritualidade. Intimidade com Deus. Estudo aprofundado das Escrituras. Leitura de autores sérios. Menos exultações e mais contrição. Amor ao próximo de fato, comprovado em atos. Sem atitudes como essas, ganhar a nação para o Senhor Jesus Cristo é um sonho distante. E, honestamente, impossível.

Pensemos nisto, amém!

O autor é Sacerdote Anglicano, Bispo Eleito, Bacharel, Mestre e Doutor em Teologia, Ph.D em Ciências da Religião. Professor de Grego, Hebraico e outras disciplinas Teológicas. Jornalista (JP)

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