terça-feira, 25 de setembro de 2012

CRENTES QUE ENJOARAM DO MANÁ

Renato Vargens - coletado em seu Blog (levemente adaptado)


E aconteceu que, queixou-se o povo falando o que era mal aos ouvidos do SENHOR; e ouvindo o SENHOR a sua ira se acendeu; e o fogo do SENHOR ardeu entre eles e consumiu os que estavam na última parte do arraial. Então o povo clamou a Moisés, e Moisés orou ao SENHOR, e o fogo se apagou. Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porquanto o fogo do SENHOR se acendera entre eles. E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer? Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos. Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos. E era o maná como semente de coentro, e a sua cor como a cor de bdélio.”( Nm 11:1-7)

O que fez com que o povo de Israel a priori não herdasse a terra prometida, dentre outras coisas, foi o espírito de murmuração existente no arraial no período em que peregrinavam pelo deserto. Ora, a geração do deserto fôra uma geração de insatisfeitos. Nada os satisfazia, reclamavam de tudo e por tudo. Queixavam-se pela falta de carne, dizendo que no Egito comiam com fartura, resmungavam da escassez de água, da jornada cansativa, do calor do deserto, das dificuldades do caminho, como também do Maná que caía diariamente dos céus.

As Escrituras afirmam que durante o período que estiveram no deserto nada lhes faltou. Durante quarenta anos o Senhor providenciou tudo aquilo que precisavam. Entretanto, o povo movido pela insatisfação vivia reclamando.

Pois é, assim como nos dias de Moisés existem em nossos arraiais, inúmeros cristãos insatisfeitos com a providência divina. Tais pessoas movidas pela ganância de seus umbigos não se satisfazem mais com o maná vindo do céu. Para estas, o que importa é enricar e prosperar. No entanto, ao pensar desta maneira, tais indivíduos desprezam o cuidado diário do Senhor na concessão do pão nosso de cada dia, optando por um projeto de vida onde o que importa é enriquecer.

Eles querem mais!!! Há alguns dias presenciei (sem deixar de prestar atenção) uma conversa aonde alguém dizia que estava deixando a igreja do pastor X para ir à Igreja do pastor Y. O pastor X, dizia ele, era um homem que dominava as Escrituras, sua Igreja prezava pela doutrina... Mas ele estava cansado do mesmo, da rotina! Queria coisas novas! Na Igreja do pastor X os cultos eram sempre a mesma coisa, mas na Igreja do pastor Y os cultos sempre eram diferentes (embora ele mesmo tenha reconhecido que o pr. Y não dominava as Escrituras e a doutrina), cheios do "mover do Espírito"... Que fome maldita é essa, que nos leva ao Egito para comermos as carnes, as cebolas e os melões, desprezando o maná que todos os dias caía do céu??

Caro leitor, a teologia da prosperidade é um câncer para igreja. Ela corrói a sã doutrina impregnando no Corpo de Cristo, conceitos e valores absolutamente anticristãos, cuja proliferação pode levar a metástase.

Assusta-me o fato de que queiramos mais do que o necessário para viver. Nosso Senhor nos prometeu que ao nos relacionarmos com o Pai, nada nos faltaria. Ora, suas promessas apontam par a provisão e o sustento do Senhor para com cada um dos seus filhos. De certo, Deus nos prometeu uma vida digna, onde alimento, sustento, roupas, moradia e dignidade se fariam presentes, todavia, assim como o povo de Israel preferimos as cebolas do Egito.

Diante disto é inevitável não lembrar da exortação paulina: “Não ponhamos o Senhor a prova, como alguns deles fizeram e pereceram pelas mordeduras da serpentes. Nem murmureis como alguns deles murmuram, e foram destruídos pelo murmurador”. (I Coríntios 10:11)

Isto posto, rogo ao Senhor que nos livre da ganância, colocando em nosso coração um enorme sentimento de gratidão por tudo aquilo que Ele nos tem feito. Louvado seja o Senhor que tem cuidado de cada um de nós! Bendito seja Deus que diariamente tem trazido sustento as nossas vidas e famílias!

A Ele toda glória!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

LEVITANDO...



Durma-se com uma música neste volume!! 

Walter McAllister, bispo primaz da Igreja Cristã de Nova Vida (da qual já fui Membro, e posso testificar que se trata de homem sério e ilibado, comprometido com o Evangelho genuíno e reformado, assim como a Denominação que preside) denuncia em seu blog que foi notificado pelos órgãos de arrecadação de direitos autorais da obrigatoriedade de recolhimento da anuidade dos direitos sobre as músicas cantadas durante os cultos! Foi solicitado o levantamento do número de Membros da Igreja, e a cobrança será feita baseada nestes números. E para os que só acreditam vendo, o documento de notificação foi devidamente publicado, comprovando a cobrança, e até uma lista preliminar dos “Adoradores” que autorizaram tal cobrança em seus nomes já surgiu, trazendo-me pessoalmente decepções sem tamanho, ao citar nomes como Asaph Borba e Paulo Cézar Baruk... Os demais, não me surpreenderam!


Acima - cópia da Notificação recebida pela Igreja Cristã de Nova Vida 
Abaixo - printscreen no Mural do Bispo MacAllister, com a famigerada "lista"


As Igrejas em geral não desenvolvem atividades com fins lucrativos (embora saibamos que MUITAS Igrejas em nossos dias tenham real e inegavelmente fins ALTAMENTE LUCRATIVOS, e talvez tenha sido por isso mesmo que os “Adoradores” acordaram para arrecadarem seus “direitos”...). Contudo, mesmo diante deste fato os “Adoradores da Geração Laodicéia”, cantores e compositores, querem sua fatia de dinheiro pela execução de suas obras nos cultos. 

Não pretendo discorrer sobre o mérito do assunto. Para mim, o bispo McAllister já o fez de forma coerente e brilhante, como lhe é peculiar. Quero, entretanto, fazer uma análise da situação, que está cada vez mais difícil para os amantes do Evangelho puro e simples. Ser cantor e/ou compositor “evangélico” há muito deixou de ser um Ministério, e passou a ser um negócio dos mais lucrativos!

O centro do show business evangélico não é o Senhor Jesus. Qualquer pessoa sensata que analise a situação sem paixões, de forma fria e lógica, perceberá que o grande centro são os astros! Um pouco antes de começar os shows, podemos ouvir a plateia em êxtase, gritando “Fulano(a), cadê  você?? Eu vim aqui só pra te ver!!”. Quando os “astros” pisam no palco, os “crentes” gritam histericamente pelos seus ídolos, choram e dão chiliques de tiete...  Até dentro das Igrejas isto se tornou corriqueiro! Os aplausos são visivelmente direcionados aos “ídolos”, e não a Deus. Lamentavelmente, estes “ídolos” aceitam alegremente tais manifestações, já que elas massageiam-lhes o ego, ao invés de corrigir a atitude errada e idólatra de seus expectadores, conduzindo-os à verdadeira adoração a Deus, Único digno de louvor. 

Salvo raríssimas exceções, a reverência foi completamente abolida do ambiente do show, seja o ar livre, uma casa de espetáculos ou mesmo o interior de uma Igreja. A Bíblia, antes presente em todos os eventos promovidos pelos evangélicos, foi estrategicamente retirada do ambiente! São poucos os que ainda dão uma pausa no show para pregar a Palavra de Deus, ou quando o fazem dedicam tão pouco tempo e importância a ela que visivelmente se percebe que se trata de uma intrusa! O “astro” é o personagem principal, e é para ele que se voltam todas as atenções, todos os holofotes, toda a glória e todo o aplauso. A arrogância deste “astro” muitas vezes pode ser medida pela recusa de fazer uma simples gentileza, como cantar uma música extra, pois o combinado e o cachê pago foram para uma hora de show, e mais nada... As apresentações são contratadas a peso de ouro, e tudo é acertado em termos de tempo de show, ou em número de músicas a serem cantadas. Disto não passa! 

Finalmente, o lucro entra em cena, lado a lado com o “astro”. Ficamos na dúvida de quem realmente é adorado nestes eventos gospel: Jesus ou Mamom. Os músicos-astros não sobem no palco antes de terem o pagamento do seu gordo cachê devidamente confirmado. Afinal, vieram para um show, e não para adorar a Deus! Os contratos só são assinados após pelo menos 50% do cachê ser pago antecipadamente. Conhecemos casos de shows que foram cancelados com o “astro” no camarim, ou tiveram sua duração reduzida por falta do pagamento do restante do cachê (aqui onde moro, um famoso cantor gospel baiano reduziu seu show de uma hora para quarenta minutos porque o cachê não foi pago integralmente). Cantores e bandas, que antes se ofereciam para cantar de graça nas igrejas e em seus eventos, hoje só cantam em troca de vultosas quantias. Quando vejo um cantor famoso ou um grupo renomado pedirem cifras próximas ou até superiores a R$ 100 mil para se apresentar em um evento (fora passagens aéreas para toda a equipe, equipamento de som e iluminação, transporte local, hotel de tantas estrelas, alimentação e alguns outros mimos), fico perguntando o que está havendo com a  Igreja, que  se  submete a tais  caprichos e não abre os olhos diante de tanto afastamento do louvor puro...

O pr. Ciro Sanches Zibordi, discorrendo em seu blog sobre o tema “EU DIGO ‘NÃO’ AO SHOW GOSPEL — E VOCÊ?” disse com muita propriedade: “É bonito cantar ‘acabe o show, restaura o louvor’, mas os próprios adoradores-astros que dizem isso são os primeiros a incentivarem os shows, confundindo-os com os cultos a Deus”.

Mas tudo isso (inclusive a recente cobrança de direitos autorais) é fruto de erros cometidos pela própria Igreja! Hoje estamos pagando por posturas e decisões passadas e presentes. Aquilo que o homem planta — é bíblico! — certamente ceifará, e a hora da “colheita maldita” chegou. Analisem se o que vivemos hoje é ou não fruto de erros cometidos pela própria Igreja:

O primeiro grande erro da Igreja foi, em nome de uma modernidade perniciosa e mundana, abolir os hinários tradicionais. Alguns batistas mais jovens já chamam o seu Cantor Cristão de “preto velho”, num desrespeito não só ao hinário, mas aos homens e mulheres de Deus que compuseram seus belos hinos. A Harpa Cristã, que é adotada na Denominação aonde congrego, tem belos e cristocêntricos hinos, compostos por homens e mulheres de Deus do naipe de Paulo Leivas Macalão, Gunnar Vingren, Frida Vingren e outros. Estes são de uma geração aonde se adorava a Deus sem se preocupar com as prebendas. Era motivo de grande honra para um compositor crente ter seus hinos cantados por uma Denominação inteira, ou gravados por algum cantor evangélico. Nunca se pensou, naquela geração, em se ganhar dinheiro à custa de louvores...

O segundo erro foi a elevação de cantores, bandas, compositores e gravadoras a posições estratosféricas. Estes “elementos” se tornaram maiores que o culto, maiores que a própria Igreja. São idolatrados em nosso meio! Querem ver um vespeiro em alvoroço? Falem mal de grupos como o Diante do Trono ou da “famiglia Valadão”, e levantar-se-ão milhares de tietes e idólatras para defendê-los com unhas, dentes, chiliques, garras e armas! Não importa o erro, a blasfêmia, a afirmação antibíblica, a falsa doutrina. Eles estão acima de tudo: do bom senso, da Igreja, das Escrituras, do próprio Deus!

O terceiro erro foi aceitarem a cobrança de cachês elevados por estes cantores e grupos. Acostumamos os mesmos a gostar de dinheiro, e mais dinheiro, e mais dinheiro, alimentamos a sanguessuga, que a Bíblia afirma ter duas filhas: “Dá, Dá!” (Pv 30:15), e agora queremos reclamar? Bandas famosas chegam a cobrar cachês de R$ 100 mil ou mais para se apresentar (e continuarão a cobrar, e cobrarão mais, enquanto houver quem pague!). Cantores, mesmo alguns de pequena envergadura, já cobram entre R$ 3 mil e R$ 5 mil para ir a um evento e cantar três ou quatro hinos com playback! Criando fama, dobram-se, ou triplicam-se, ou quadriplicam-se os cachês! Isto sem falar na exigência de hotéis de tantas estrelas, carro à disposição, fartas refeições em excelentes e caros restaurantes... Conheço cantores “gospel” que pedem até uísque doze anos! Chegam ao evento na hora de cantar, cantam e saem imediatamente após cumprirem o acordado! Não participam do Culto; cumprem um Contrato!

Senhores “Adoradores”, “Compositores Inspirados por Deus”, “Bandas”, “Levitas” e “Ministros de Louvor”, ungidos (sic!) por Deus para ministrar diante do altar assim como Davi, Asafe e outros grandes adoradores do passado: a qual deus vocês estão adorando, senão a Mamom? É pouco o dinheiro que os senhores ganham com a venda de CDs e apresentações em “shows”? Não questionamos a arrecadação dos direitos autorais dos senhores nas execuções de suas músicas nas rádios e em eventos de cunho lucrativo, mas em cultos e em eventos não lucrativos já é demais! É muita usura para quem se autoentitula “Adorador em Espírito e em Verdade”, Membro emérito de uma “Geração de Adoradores”! 

Finalizo com alguns avisos e pedidos direcionados às lideranças e aos crentes em geral:

1. Nem se preocupem... A lista de “Adoradores” que autorizou a cobrança de seus direitos autorais irá diminuir gradativamente, até não restar mais nenhum nome. O poder das redes sociais é grande, a pressão já começou e em breve nenhum deles quererá associar seu nome a Mamom, embora seus frutos os associem indelevelmente, como irmãos siameses!

2. Cabe a nós analisarmos a lista AGORA, enquanto está fresquinha e com TODOS os nomes incluídos. Grupos de louvor das Igrejas locais, prestem bastante atenção a estes “Adoradores”, e exclua-os de seu repertório. Tenham vergonha na cara! Eu, como um dos líderes de louvor da Igreja aonde congrego, já alertei o grupo para sermos seletivos e radicais neste aspecto.

3. Pastores e Líderes, deem desprezo a estes cantores e bandas! Não os convidem para suas Igrejas e para os eventos por elas promovidos! Deixem de pagar os cachês absurdos que são cobrados, e deixem de mimar estes aproveitadores!

4. Crentes em geral, larguem de ser idólatras! Como bem disse João, apóstolo do amor:  “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos!” (1 Jo 5:21). Passem a adorar a Deus, e não a cantores e compositores inescrupulosos, que na verdade só têm a Deus como expediente para enriquecerem e se tornarem famosos e importantes, e a Igreja como meio de enriquecimento!

5. Crentes em geral (2), boicotem estes “Adoradores” que insistem (lembrem-se: analisem as listas originais!) em cobrar direitos autorais das Igrejas! Não assistam a seus shows; reclame com seu Pastor se eles forem contratados para algum evento das suas Igrejas. Alguém tem que ensinar a estes “Adoradores” a adorar o verdadeiro Deus, e não a Mamom. Que eles aprendam na marra, então...

6. Crentes em geral (3), aprendam a ser seletivos naquilo que ouvem e cantam!! Procurem cantar hinos cristocêntricos, de cantores e compositores que almejem somente adorar a Deus! Abominem os adoradores de Mamom, para seu próprio bem e para o bem da Igreja!

7. Voltemos às origens! Resgatemos nossos hinários tradicionais! Se não gostamos da lentidão dos hinos, de seus arranjos, estejam livres para dar-lhes novo andamento, novo arranjo, novos ritmos, nova roupagem. Fiquem tranquilos! Seus autores eram crentes de verdade, adoradores legítimos, e os que porventura ainda estejam vivos não se preocuparão com tais mudanças, e muito menos cobrarão qualquer direito autoral!

Permaneçamos vigilantes! Ou em breve nos cobrarão taxas até do ar que respiramos!


EM TEMPO: Transcrevo aqui notícia URGENTE publicada no mural do meu amigo Lucas Porto:

O Rei e Salmista Davi e seu parceiro Asafe anunciaram agora pouco que entraram com recurso junto ao ECAD e o MP Federal cobrando direitos autorais de todos aqueles que já utilizaram de seus trechos de salmos em músicas e poesias e afins. "É UM DESACATO A NOSSA 'UNÇÃO'" disse o filho mais novo de Jesse...

sábado, 1 de setembro de 2012

SOBRE OS FALSOS PROFETAS


Amados, enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre
foi entregue aos santos.” (Judas 3)
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Recentemente, eu estive navegando nas páginas do Orkut, o maior site de relacionamentos da rede mundial de computadores, e encontrei uma Comunidade que se propõe a discutir a respeito do famoso (e controvertido) pregador Benny Hinn, e fui motivado a participar da discussão em um de seus tópicos. Senti-me motivado a transcrever a resposta que postei por lá, aqui no blog (com pequenas alterações), pois creio que este canal de comunicação que o Senhor entregou nas minhas mãos também pode e deve ser usado como uma voz apologética. Que Deus se digne de usar as palavras seguintes para trazer luz aos corações confusos e desalentados pelos falsos ensinos deste homem! Assim seja!


BENNY HINN É UM FALSO PROFETA!
Bom, pessoal, quero deixar aqui a minha opinião quanto ao questionamento que dá título a este tópico. Posso sem dúvida alguma expressar a minha opinião de que Benny Hinn é, sim, um falso profeta, levando-se em conta o padrão bíblico, e tenho algumas coisas a expressar a respeito disso.
Quando nós, cristãos protestantes, pentecostais, somos perguntados acerca de alguns pseudo-profetas que fundaram algumas das seitas que nós conhecemos hoje, tais como a dos Adventistas do Sétimo Dia (Ellen G. White), os Santos dos Últimos Dias, mais conhecidos como os Mórmons (Joseph Smith), ou as Testemunhas de Jeová (Charles Taze Russell), entre outros, se estes seriam falsos profetas ou não, a maioria de nós não tem qualquer problema em afirmar que SIM! Entretanto, quando se trata dos "profetas da casa", isto é, daqueles que se levantaram em nosso meio, ou que se declaram "pentecostais" como nós (ou que pregam alguns pontos em comum com o Pentecostalismo), agimos de forma diferente, e damos um monte de desculpas tais como as que foram apresentadas neste debate (tais como "Não devemos julgar" e "Não toqueis em Meus ungidos")...
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Mas por que isto? Ora, a Bíblia nos ensina que não devemos usar "dois pesos e duas medidas" (Provérbios 20:10), então me respondam o seguinte: Se Ellen G. White é uma falsa profetisa, por ter proferido falsas profecias e ensinado falsas doutrinas, doutrinas estas que ferem frontalmente a Palavra de Deus, por que Benny Hinn não pode ser considerado falso profeta, se ele fez e faz o mesmo? Por que isto? Só por causa da filiação religiosa do profeta em questão?
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O que faz de alguém um falso profeta não é a que denominação religiosa ele pertence, mas suas obras (livros, programas de TV, profecias, etc) e o conteúdo de suas pregações, pois como a Palavra de Deus nos ensina, haveria grande apostasia no final dos tempos! E por isso devemos, sim, estar atentos!
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Assim como os crentes bereanos (Atos 17:10,11)! Se o apóstolo Paulo foi provado, juntamente com Silas, tiveram que passar pelo crivo do exame minucioso das Escrituras Sagradas, porque não Benny Hinn?
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FALSO PROFETA, SIM!
Bem, o que Benny Hinn tem ensinado aos seus ouvintes? Fazendo um apanhado geral de toda a sua obra, vemos que ele tem se destacado como um dos principais expoentes da chamada "
Teologia da Prosperidade", que prega entre outras coisas: que o crente não pode ficar doente (e se ficar, isto se resume ao fato de que não teve fé suficiente para “tomar posse” da sua plena saúde, ou que pode estar vivendo em algum pecado oculto); que o crente tem que ser muito rico, isto é, ser próspero, aqui e agora (chegando as vias de fato de afirmar que Cristo enquanto esteve neste mundo viveu uma vida de riquezas e ostentação, sem qualquer respaldo bíblico); que nós temos o direito de "exigir" de Deus os nossos "direitos", que são a cura de todas as enfermidades, físicas e emocionais, a prosperidade financeira (o Evangelho do Capitalismo!), a viver como um "super-crente". Seus "cultos" são um verdadeiro espetáculo de "demonstrações de poder" que somente exaltam o Homem (que é visto como aquele que tem a "Unção", e é dele que a "Unção" vem sobre as pessoas, quando este impõe suas mãos, ou lançam sobre eles seus pertences pessoais), coisas que fogem do que a Bíblia ensina!
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Não temos o direito de exigir nada de Deus, e como homens mortais que somos, temos que pedir-lhe o que nos é necessário com humildade e sinceridade, como o nosso Senhor Jesus nos ensinou, na Oração do "Pai Nosso"! Não como Benny Hinn e os "profetas da prosperidade" ensinam, exigindo que Ele nos cure, nos traga dinheiro, poder, fama ou privilégios especiais!
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Enfim, temos que estar atentos, sim, a estes ensinamentos, e rejeitá-los, em nome de Jesus! E quanto aos que assim dizem: "Mas eu li o livro 'Bom Dia, Espírito Santo', ou o 'Bem-Vindo, Espírito Santo', e eles não contém estas heresias, este livro me abençoou, me edificou!", tenho a dizer-lhes o seguinte: a maioria dos seus admiradores apenas conhece estes dois livros, que são seus livros mais divulgados aqui no Brasil, porém, eles não representam nem 10% da obra do Benny Hinn, e para conhecer melhor esta sua obra, é necessário conhecer seus outros livros (alguns ainda não traduzidos para o português) e o conteúdo de suas declarações nos programas de televisão nos EUA (amplamente documentados na obra "Cristianismo em Crise", da Casa Publicadora das Assembléias de Deus), e de suas pregações nas Cruzadas ao redor do mundo!
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E parte deste material que mencionei anteriormente, já foi 
divulgado aqui neste tópico, e tem muito mais na Internet, quem desejar pode pesquisar a respeito, não existe nenhuma desculpa para permanecer na ignorância dos fatos.
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COM CERTEZA, BENNY HINN É UM DOS FALSOS PROFETAS!
Em relação aos livros que mencionei, os dois mais conhecidos do autor, deixem-me fazer a seguinte comparação: Se você algum leitor menos atento pegar alguns livros de Ellen G. White (a profetisa do Adventismo do Sétimo Dia), tais como "Caminho ao Redentor", "O Desejado de Todas as Nações", "A Ciência do Bem-Viver", etc. certamente que quase não encontrará heresias neles. Alguns destes livros até podem ser confundidos com "livros evangélicos" de um escritor qualquer, pois o conteúdo de suas mensagens é mais devocional que teológico propriamente dito. O mesmo ocorre com "Bom Dia, Espírito Santo" e "Bem-Vindo, Espírito Santo"! São leituras devocionais, e não dogmáticas, que tratam sobre as supostas experiências do autor com a Terceira Pessoa da Trindade, porém os erros letais do ministério de Benny Hinn não se encontra nestes livros, e sim em outras de suas obras!
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Porém, desejo acrescentar ainda mais algo: o que me perturba nestas duas obras é que você passa a querer ter "exatamente" o mesmo tipo de experiências que o autor afirma que teve; lembro-me bem que quando li o "Bom Dia, Espírito Santo" há uns dez ou quinze anos atrás, eu passei a querer fazer exatamente o que o autor sugere: ao levantar de manhã, dizer "bom dia, Espírito Santo"! Só que isto é uma coisa entre ele e Deus, não fazia parte da minha intimidade com Deus, já que eu já estava acostumado a orar todas as manhãs, de uma forma, digamos, mais convencional... Será que Deus me ouvia menos, ou me abençoava menos, porque eu não dizia as "palavrinhas mágicas"? Tenho certeza de que se tornou exatamente isso, para muita gente que leu o livro na época (e mesmo hoje em dia), e ele nem era conhecido aqui no Brasil! Mas este seu primeiro livro foi muito "impactante" mesmo (sem ironia!) para sua popularização por aqui, em terras tupiniquins!
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BENNY HINN É UM PROFETA DO PSEUDO-AVIVAMENTO!
Para finalizar estes meus breves comentários, deixo uma palavra aos admiradores de Benny Hinn, e também aos seus críticos. A Bíblia nos ensina: “Julgai todas as coisas e retende o que é bom” (I Tessalonicenses 5:21).
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Vi algumas atitudes de vários irmãos aqui neste tópico que muito me entristeceram, um chegou a pedir que ele fosse apagado e trocado por outro que só falasse bem de Benny Hinn (vê se pode!), como se aos contrários fosse negado o direito de opinar! Isto é ou não um Fórum de debates? Me entristece é saber que boa parte dos cristãos tem receio de debaterem, de terem questionadas as suas "verdades", de terem que até mesmo reconhecer que estavam enganados, e para isto, muitos preferem não tomar conhecimento de questões que envolvem aquela determinada situação, usando (e abusando) de textos bíblicos (fora de seus contextos evidentemente), que se tornam pretextos para não pensar, não permitir que suas opiniões a respeito de Benny Hinn ou de qualquer outra coisa possam mudar, como se estas coisas fossem essenciais à sua salvação e à de outros. Desde quando concordar com Benny Hinn é pré-requisito para ser salvo, gente? A que ponto chegamos!!! Outros chegam a lançar maldições (!) em seus opositores ideológicos, tal como o próprio Benny Hinn já o fez, dizendo que ficarão enfermos, ou que parentes seus morrerão! Irmãos, desde quando o crente está autorizado a amaldiçoar os outros? Tiago 3:10 diz que "da mesma boca procede bênção e maldição. Não convém, meus irmãos, que se faça assim." Preciso dizer algo mais a respeito disso?
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Infelizmente, o quadro é este! O ministério de Benny Hinn tem sido um catalisador de grandes divisões no Corpo de Cristo ao redor do mundo! Provérbios 6:16-19 diz: "Seis coisas o SENHOR aborrece e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos."
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Fiquem na paz d'Ele!
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ANDRÉ DE ARAÚJO NEVES
Assembléia de Deus Central de Porto Velho/RO - Ministério de Madureira
Coletado do blog do autor:  http://reflexoes-biblicas.blogspot.com.br/2008/07/benny-hinn-e-os-profetas-da-teologia-da.html

terça-feira, 21 de agosto de 2012

ANTI-TEOLOGIA

Dizer "deixemos a teologia, e vamos pregar!" é tão inteligente quanto dizer "deixemos os pedreiros, os engenheiros e os arquitetos, as plantas e os cálculos, e vamos construir a casa!"

A cada dia que se passa, com o aumento dos "mestres" no mundo (previsto por Cristo e pelos Seus apóstolos), que procuram guiar suas ovelhas por suas revelações, e não pelos princípios imutáveis da Palavra de Deus, vemos proliferar uma onda anti-teologia em nossas igrejas que é de estarrecer. Dizem que a teologia anula a unção de Deus, desprezando completamente qualquer preparo acadêmico de pastores e líderes.

As pessoas chegam ao extremo de discriminar estudantes de teologia. Lembro-me que certa vez, aproximando-me de uma igreja existente no meu bairro, de renome nacional, com o intuito de me tornar membro, quando informei ao pastor, uma pessoa aparentemente centrada e equilibrada, que já fora estudante de Teologia no passado, vi suas feições serem momentaneamente dominadas por um discreto sinal de asco e desprezo. 

Não venho, absolutamente, defender neste espaço a teologia em detrimento da unção. É evidente que a unção de Deus é a principal ferramenta que Ele concede aos seus no trabalho de edificação do Reino. Mas não é a única. O preparo teológico também é ferramenta importante.

Eu imagino estas duas ferramentas como os meus dois braços. Sou destro, mas por favor não me amputem o braço esquerdo! Desta forma, ficarei mutilado e incapaz de fazer muitas coisas que faço obrigatoriamente com ambos os braços, como por exemplo tocar meu violão. A unção de Deus faz-nos o papel do braço principal (para os destros, o braço direito; para os canhotos, o esquerdo), e a teologia faz o papel do braço secundário. Não resta dúvida que teologia sem unção é mera retórica, mas a unção sem a teologia não me parece nem de longe espiritualidade (como muitos querem fazer parecer), e sim irresponsabilidade, incompetência e falta de respeito com a igreja de Deus.

Hoje, muitos pastores e líderes falam de púlpito seu nojo pela teologia, chegam a se gloriar da própria ignorância. Menosprezam assim uma importante ferramenta que Deus deixou, e que nos serve para impedir a proliferação de doutrinas estranhas no seio da igreja. Menosprezam os pais da igreja, os apóstolos, os reformadores... Menosprezam, a meu ver, o próprio Deus, que capacitou homens santos para fazer o compêndio teológico maior, a Bíblia, da forma que Ele a fez e preservou para nós. Menospreza Jesus Cristo, o primeiro a debater teologia cristã, aos doze anos de idade, com os doutores da lei em Jerusalém...

Compreendo que há alguns pensamentos teológicos que são duros de engolir, e muitas vezes são estes tipos de teologia que fazem com que os que se autodenominam "espirituais" se afastem da letra. Contudo, a generalização é perigosa. Não podemos menosprezar a Teologia Bíblica ou a Teologia Sistemática somente porque determinadas vertentes teológicas não nos agradam.

Ademais, muitos se afastam estrategicamente da boa teologia exatamente porque é ela quem limita as ações errôneas de quem quer dominar a Igreja sob o cajado de seus achismos e suas revelações. 

Com o gradativo desprezo e abandono da teologia, mormente a bíblica e a sistemática, a igreja tem se tornado vulnerável, distante da Palavra de Deus, a ponto de surgirem a cada dia novas doutrinas estranhas em nosso meio, tudo em nome da revelação, da unção e da espiritualidade, mas não passa de uma prática irresponsável, de pessoas que falam muitas vezes do que pouco (ou nada) entendem. Se os "anti-teologia" conseguissem enxergar esta verdade, seriam os primeiros a defender a sã doutrina contra os ataques desta nefasta onda de "teologiofobia".

A letra mata - o espírito vivifica

Lamentavelmente, a teologia é letra. Não há outra opção, pois a teologia é o ensino de matérias acerca de Deus. E não podemos desprezar a letra somente porque é letra. Se assim fora, jogaríamos fora as nossas Bíblias, pois também são letras, e necessitamos da unção de Deus para compreendê-la, aliando com um pouco de conhecimento.

Desde os tempos do AT, já existiam os "seminários", que eram as escolas de profetas de antigamente (nos tempos de Samuel, Elias e Eliseu), que nos mostram que até os profetas devem aprender a "dominar" o dom que Deus lhes deu, a fim de exercer corretamente o seu ministério (aliás, a quantidade de profetas modernos que não sabem como usar o dom que lhe foi dado por Deus assusta! Meu amigo pr. Wanderlei chama o domínio dos dons do Espírito Santo de "educação espiritual"). Apolo era um homem cheio da unção de Deus, mas  quando Priscila e Áquila o conheceram vendo-o pregar aos judeus, perceberam a unção de Deus existente em sua vida, mas observaram a ausência da teologia. Imediatamente o levaram para o "seminário", para que aprendesse mais pontualmente acerca das coisas de Deus (At 18.24 ss). Mero detalhe, ou condição importante para se exercer um ministério frutífero?

Não podemos, absolutamente, colocar nenhum curso teológico acima da unção de Deus. Mas é exatamente a ausência da Teologia que gera esta onda de falsas doutrinas dentro da igreja em nossos dias.

Contudo, quando menciono este assunto não me refiro unicamente aos seminários. A igreja em si deveria valorizar mais a teologia. Eu sei que existem muitas vertentes teológicas estranhas por aí, mas eu me contentaria com a igreja valorizando e ensinando em suas EBD pelo menos a Teologia Sistemática e a Teologia Bíblica.

Como se tornar um Pastor sem fazer força

Em 1986 eu entrei para o Seminário (Instituto Bíblico Betel Brasileiro, em João Pessoa, PB, um dos mais antigos e conceituados do Brasil) com a pretensão de ser pastor. Para início de conversa, eram necessários quatro anos de curso para poder se formar no curso de Bacharel em Teologia (e até hoje qualquer seminário sério não tem este curso em menos de 3 ou 4 anos). Após o curso, ainda havia uma monografia que precisava ser apresentada perante uma banca de professores, para se poder colar o grau. Após a aprovação da monografia e colação de grau, as denominações da época só aceitavam ordenar um pastor após uma avaliação perante uma banca examinadora de pastores, onde toda a bagagem doutrinária e teológica era avaliada pormenorizadamente. Conheço muitos que não passaram de primeira! Muitos tremiam de medo ante a ideia da banca examinadora...

Só para termos noção de como a teologia é valorizada na ICAR, um padre, se não me falha a memória, estuda teologia, obrigatoriamente, por 6 anos! Já nas vertentes neo-pentecostais, não precisa nem ser alfabetizado... Como bem diz o pr. Estevam Fernandes (não é o Hernandez!), da Primeira Igreja Batista de João Pessoa, são "pessoas que aprendem a dar um nó de gravata e já se autodenominam e auto-ordenam pastores".

O que se buscava com tamanha rigidez nos tempos mais antigos? Exatamente evitar a todo custo o que vemos por aí nos dias atuais: uma penca de "pastores" despreparados, que desconhecem e desprezam a teologia, que não conhecem nem mesmo a língua portuguesa e que não sabem nem mesmo explicar as doutrinas básicas do Cristianismo. Acreditem: conheço pastores que, em relação à Ceia do Senhor, adotam a mesma doutrina Católica da transubstanciação...

Hoje, já existem cursos de Doutorado em Telogia por correspondência, e com menos de seis meses de estudo! Nem preciso comentar...

Associado à onda de anti-teologia, o que vemos em relação aos cursos teológicos modernos? Falta de vergonha de muita gente por aí, e a falta de uma legislação séria que regularize não somente o curso teológico, mas também a "profissão" de pastor evangélico (sim, irmãos, profissão... Pequenas Igrejas, Grandes Negócios...), assim como a abertura de igrejas a bel prazer dos seus "pastores-fundadores", a grande maioria dissidentes de ministérios, após discordarem da sua liderança, rebelarem-se e darem vazão à sua ânsia de poder eclesiástico.

Há algum tempo um diácono conhecido meu fundou sua própria igreja. Nada de pessoal contra o irmão. Contudo, ele é semi-analfabeto, não sabe pregar, nem cantar sabe... Já ouvi ele pregando barbaridades no púlpito, tudo em nome de uma pretensa unção vinda do alto e de uma revelação onde Deus o orientou a fundar a nova igreja... Como se o Evangelho não estivesse esfacelado o suficiente... Ah, e antes que eu me esqueça: ele em pouquíssimo tempo encontrou um amigo que o ungiu pastor! Sei que alguém vai dizer: " - Meu irmão, ele está ganhando almas para Jesus!". E eu respondo: não tenho tanta certeza assim, embora a cada dia aumente o número de membros de sua igreja... Basta comparar a situação à parábola do guia cego: "E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova?" (Lc 6:39).  Ganhar almas para Jesus e desencaminhá-las para o erro teológico cabe perfeitamente nesta carapuça! Santa anti-teologia, Batman!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

SANSÃO


“Então Dalila o fez dormir sobre os seus joelhos, e mandou chamar um homem para lhe rapar as sete tranças de sua cabeça. Depois começou a afligi-lo, e a sua força se lhe foi. Então os filisteus pegaram nele, arrancaram-lhe os olhos e, tendo-o levado a Gaza, amarraram-no com duas cadeias de bronze; e girava a mó no cárcere.  Todavia o cabelo da sua cabeça, logo que foi rapado, começou a crescer de novo...” (Jz 16:19-22).

Em todo o relato da Bíblia nunca houve um homem como Sansão, a quem o Espírito de Deus usava com tanta manifestação visível de poder e força. Ao contrário da visão hollywoodiana que sempre o apresenta nos filmes como alguém forte e musculoso, imagino este juiz de Israel, fisicamente falando, como uma pessoa fraca e débil. Não era nenhum Stallone ou Schwarzenegger, mas um Didi Mocó. Entretanto, Deus estava com ele, e quando o Espírito do Senhor se manifestava através dele, sua força se tornava inexplicável e invencível.

Mas enquanto ele era muito usado por Deus, sempre demonstrou desprezo à sua condição de nazireu. Tocava em cadáveres, ajuntava-se com prostitutas, bebia vinho — tudo aquilo que um nazireu não podia fazer! Mas o Espírito Santo somente o abandonou quando ele entregou seu maior segredo e teve seus cabelos cortados. De juiz de seu povo, tornou-se escravo dos seus inimigos, palhaço para o povo filisteu. Da cadeira de juiz para o calabouço, cego, girando a mó para seus inimigos.

Ainda existem muitos Sansões em nosso meio. Grandes homens de Deus que desprezaram suas condições de líderes e trocaram sua primogenitura por pratos de lentilhas, como fez Esaú. Trocaram o Evangelho da graça pelos “evangelhos” do mundo... Outros trocaram o que Deus lhes deu pelos prazeres carnais. Terminam com seus cabelos cortados, escravizados e destruídos. Entretanto, existe uma saída. Mesmo no cárcere, girando a mó para os filisteus, o cabelo de Sansão começou a crescer de novo. Mas isto não ocorreu da noite para o dia!

Vivemos a era do imediatismo. Tiramos uma foto e nos voltamos imediatamente ao display da câmera, para ver se a foto ficou boa, e caso não tenha saído ao nosso agrado, deletamos e tiramos outra. No computador, queremos clicar em um ícone e ter imediatamente o acesso ao software ou ao site desejado. Não podemos perder tempo! Qualquer demora nos irrita e impacientiza! Não toleramos mais esperar! Muito menos esperar a restauração de Deus após a queda.

A vida de Sansão nos serve de referência para que esperemos pela restauração de Deus, o tempo que for necessário. Entendo que no dia em que foi capturado pelos filisteus e teve seus olhos vazados, Sansão passou por um profundo processo de arrependimento. Lágrimas de sangue desceram pelo que sobrou de seus olhos. Mas Deus tratou com ele de forma lenta. Talvez tenham sido meses, anos, de um processo de transformação, e o seu cabelo demorou um bom tempo para crescer de novo. Nisto tudo, alguns milagres ocorreram. Sansão arrependeu-se, mudou de conduta. E os filisteus não perceberam que seu cabelo crescia...

Se você está neste processo, te aconselho a esperar o agir de Deus na sua vida, deixar seu cabelo crescer. Não tenha pressa. Acomode-se ao tempo de Deus. Permita-se ser tratado, moldado e transformado por Deus. 

quinta-feira, 10 de maio de 2012

RECOSTURANDO O VÉU DO TEMPLO


Um parente meu aderiu a esta recostura, e eu confesso que estou admirado com estes “evangelhos velhos” impostos à igreja gentia, que querem nos reconduzir à lei. Contra este “evangelho”, o “rabino” (???) Paulo se levantou muitas vezes no decorrer de sua vida e ministério. Foi inclusive muito perseguido pelos judaizantes da época, como escreveu o autor dos Atos dos Apóstolos: “E, no dia seguinte [após chegar a Jerusalém], Paulo entrou conosco em casa de Tiago, e todos os anciãos vieram ali; E, havendo-os saudado, contou-lhes por miúdo o que, por seu ministério, Deus fizera entre os gentios. E, ouvindo-o eles, glorificaram ao Senhor, e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus há que crêem, e todos são zeladores da lei. E já acerca de ti foram informados de que ensinas todos os judeus, que estão entre os gentios, a apartarem-se de Moisés, dizendo que não devem circuncidar seus filhos, nem andar segundo o costume da lei. Que faremos pois?...” (At 21:18-22 – grifos e acréscimos meus). Entretanto, os judaizantes modernos preferem esquecer isso...

Admiram-me muitas coisas nestes evangelhos judaizantes que se espalham mundo afora. Ressuscitaram o uso de quipás, shofares, menorás e outros elementos judaicos, que os escritos neotestamentários jamais prescrevem seu uso para nós, e nem mesmo relatam que a Igreja Primitiva os usava. Até a Arca da Aliança, objeto “intocável” e “invisível”, símbolo máximo da presença divina, já pode ser visto e tocado por quem quiser, em réplicas de todos os tamanhos, num vergonhoso desrespeito à fé judaica e a seus símbolos sagrados.

Há uma série de novidades que não encontro base bíblica ou mesmo coerência para que sejam adotadas. Algumas até bizarras. Um exemplo é o uso da expressão “D’us” para se referir a Deus. Não entendo o porquê disto. Segundo eles, evita-se tomar o Nome “Deus” em vão, substituindo-o estrategicamente. Este apóstrofo dá ao verbete alguma característica de permissão de repeti-lo quantas vezes eu quiser? Qual a diferença se eu usá-lo indiscriminadamente, ou usar o nome completo? Não estaríamos igualmente violando o mandamento de não tomar o Santo Nome em vão? Porventura Jesus não nos ensinou que a letra é insuficiente, e que Deus olha a intenção do coração? A Escritura ensina que eu, ao chamar meu irmão de “Raca” sou réu de sinédrio, e se eu chama-lo de “Louco” sou réu do inferno (Mt 5:22). Tudo bem... Posso chamá-lo de “R’ca”, ou de “Loko”, e tudo fica bem! É isso?

Nos meus tempos de impiedade eu tinha um colega de trabalho que era muito chacotado por ser crente. Todos no setor de trabalho o provocávamos constantemente, e uma das nossas metas diárias era fazê-lo dizer uma palavra torpe, um “palavrão”. Em momentos de maior perturbação, ele nos xingava de palavras “modificadas”, como por exemplo “seus poxas”, numa clara intenção de chamar-nos por outra palavra, de baixo calão, mas substituindo-a estrategicamente por uma mais leve, digamos assim, mais gospel... Entre os próprios crentes vê-se o uso constante de palavras de baixo calão devidamente modificadas, tipo “caraca” e outras. Mulheres revoltadas com o comportamento de seus esposos chamam-lhes de “abençoados”, numa intenção clara de chamá-los pelo antônimo! Ora, e qual a diferença entre uma e outra palavra, se a intenção de usá-la foi uma só: xingar com palavras torpes?

Até o nome de Jesus é descartado por estes judaizantes, sendo substituído por “Yeshua”. Segundo eles, é o verdadeiro nome do Senhor, e usar sua versão aportuguesada é quase blasfêmia...  Esquecem eles que em todo o Novo Testamento o nome do Senhor é usado na sua versão grega. Os apóstolos mais ligados ao judaísmo (Pedro e João) e o próprio Tiago, irmão do Senhor, O tratam em suas epístolas pelo seu nome grego. Na cidade de Filipos, o apóstolo Paulo chega a usar este nome grego, “Iesous”, para expulsar um demônio — e funcionou! Em lugar nenhum do NT ele é chamado de “Yeshua”, mas de “Iesous”; para comprovar isto, dê uma olhada nas versões de grego koinê... Mas você pode chamá-lo da forma que quiser, desde que não afirme que a forma que você usa é melhor que a forma usada pelos demais. Simples, não?

Mas o que mais me chama a atenção é a tentativa de reconduzir a Igreja à lei mosaica, ou à Antiga Aliança. O próprio fato de esta Aliança ser chamada de “Antiga” já deixa patente que uma Nova Aliança é superior a ela... As cartas paulinas e a carta aos Hebreus deixam isto muito claro. Portanto, qualquer tentativa de retornar a ela não dá certo, e a própria lógica nos mostra isto. Paulo chega a afirmar que os que querem observar a lei caíram da graça (Gl 5:4). Paulo diz mais claramente: “Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados;Mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio, porque todos sois filhos de Deus, pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3:23-26). Qualquer pessoa sensata que lê as cartas aos Gálatas e aos Hebreus percebe esta verdade: vivemos a Nova Aliança, e não a Antiga.

Os judeus imaginavam a lei como algo seco. Letra mesmo. Por exemplo, pela lei eu posso maquinar um adultério, dirigir-me ao motel com uma mulher estranha para consumá-lo. Mas posso desistir na porta do motel, e retornar sem consumar o ato. Pela lei, não houve adultério. Na graça, a intenção do coração já consuma o pecado! O pecado não está no exterior, mas no interior do homem.

A questão do casamento também mostra o quanto a graça aperfeiçoou a lei. Na Antiga Aliança vemos a poligamia ser permitida por Deus, enquanto na Nova Aliança ao homem é permitido apenas uma esposa, e à mulher apenas um marido (1 Co 7:2, 1 Tm 3:2; Tt 1:6). E aí?? Podemos seguir a lei, ou a graça aperfeiçoou o que era imperfeito?

O sacerdócio também mudou por completo na Nova Aliança. Não está mais condicionada à tribo de Levi. Na Antiga Aliança existiam as figuras do Sumo Sacerdote, sacerdotes e levitas, todos ligados à mesma tribo; na Nova Aliança, Pastores, Diáconos, e nunca ligados a uma tribo, mas tirados de entre os gentios, nenhum com poderes maiores que o crente comum, no sentido de entrar na presença do Senhor (afinal, o véu foi rasgado, qualquer um pode entrar...)... E o mais gritante, que salta aos olhos de qualquer leitor sensato das Escrituras, mas escapa aos olhos dos judaizantes: “De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia, logo, de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Aarão? Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz, também, mudança da lei” (Hb 7:11-12 – grifos meus). Ou não??

Paulo lutou todo o seu ministério apostólico para dissociar a Igreja gentia dos costumes e práticas do judaísmo. E por isso os judeus o odiavam, perseguiam e tentavam tirar-lhe a vida. Não mudou muito. Por mais que tentemos seguir as Escrituras neotestamentárias e tentemos conduzir a Igreja à liberdade de Cristo, os judaizantes continuam odiando os que assim almejam, e fazem questão de escravizar o crente a costumes judaicos, dos quais fomos libertos na cruz de Cristo. Esquecem-se do relatado em Atos 15, quando a Igreja se reuniu exatamente para debater se os gentios deveriam se circuncidar e cumprir a lei mosaica.

Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns de entre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão.[...] E, quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles. Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era necessário circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos, para considerar este assunto. E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Varões irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu, de entre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e cressem. E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como, também, a nós; E não fez diferença alguma entre eles [os gentios] e nós [os judeus], purificando os seus corações pela féAgora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos [gentios] um jugo que nem nossos pais, nem nós, podemos suportar?Mas cremos que [nós, judeus] seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles, [os gebtios,] também. [...] Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles, de entre os gentios, que se convertem a Deusmas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue. Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas. Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger varões de entre eles e enviá-los, com Paulo e Barnabé, a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, varões distintos entre os irmãos. E por intermédio deles, escreveram o seguinte: Os apóstolos, os anciãos e os irmãos, aos irmãos de entre os gentios que estão em Antioquia, e Síria e Cilícia, saúde. Porquanto ouvimos que alguns que saíram de entre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, não lhes tendo nós dado mandamento, Pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns varões, e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo. Homens que já expuseram as suas vidas pelo nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais, de boca, vos anunciarão também o mesmo. Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo, e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá” (At 15:2-29 – grifos e destaques meus, para melhor compreensão).

Amo os judeus! Amo e respeito a religião judaica, embora esteja ciente de que a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1:17). Posso perfeitamente aceitar que judeus (ou mesmo prosélitos gentios que adotem o judaísmo como sua fé) sigam e pratiquem sua religião. Mas não posso aceitar que CRISTÃOS JUDAIZANTES queiram recosturar o véu do Templo, ou seja, desfazer a obra que foi feita por Jesus, buscando-nos reconduzir à lei e à sua escravidão! São amantes da música que, em plena era da música digital, ainda se apegam às vitrolas e aos discos de vinil... Tô fora! Sola Gratia!