segunda-feira, 1 de junho de 2020

AS CORDAS QUE TE PRENDEM

Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo. Jesus perguntou aos Doze: “Vocês também não querem ir?” Simão Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus” (Jo 6:66-69). Todos nós, em algum momento da caminhada cristã, já pensamos em desistir. Já paramos pra questionar o que estamos fazendo ali. Já pensamos em parar, deixar tudo pra lá. Isso faz parte da nossa natureza, e para que não concretizemos este processo de “chute no balde”, é necessário termos convicções firmes da nossa fé. Infelizmente, vivemos em um contexto de igreja que dificulta as coisas em meio a estas situações de dúvida e questionamentos. A fé destes últimos tempos tem sido tão rasa que me atrevo a dizer, sendo generoso, que algo em torno de 60 ou 70% dos que são cristãos evangélicos sequer sabem o que realmente estão fazendo dentro das igrejas! Assim sendo, pastores e líderes investem pesadamente naquilo que eu chamo de “gaiolas necessárias” (já escrevi sobre isso, AQUI), remetendo a um tempo em que um periquito surgiu na minha casa, e era tão manso que eu o peguei com a mão, e percebi que precisaria comprar imediatamente uma gaiola para mantê-lo em segurança. Ou seja, é preciso encontrar uma maneira de “prender” o crente na igreja. Dar-lhe um cargo, uma função. Colocá-lo no grupo de louvor, ou na portaria, consagrá-lo ao diaconato, fazê-lo tesoureiro ou secretário... Assim, diante de uma crise, a própria ovelha pondera: “Não posso sair da igreja! Sou o tesoureiro (ou o porteiro, ou o líder do louvor, ou o único tecladista do grupo, ou diácono etc)...”, e pensa duas vezes antes de sair. Pronto! Está preso! Eu mesmo já passei por momentos de crise. Tive vontade de abandonar ministério, igreja e a própria fé! Mas pensei: “Eu não posso fazer isso! Sou o pastor da igreja! A Igreja precisa de mim! Se eu fizer isso, as ovelhas vão se decepcionar, vão dispersar e quem sabe muitas até vão se desviar!”. E diante desta “linha de raciocínio”, desisti! É mais fácil prender alguém por meio de algum destes recursos do que, em um sólido discipulado, ensinar quais são as verdadeiras amarras que nos devem prender a Cristo e ao Caminho. Se o que nos prende na igreja é o cargo, as funções ou mesmo o ministério, estamos presos pelos motivos errados e, na verdade, sequer estamos presos! Certa vez, Sansão ensinou a Dalila uma forma eficiente de prendê-lo: “Ele lhe disse: — Se me amarrarem bem com cordas novas, que nunca foram usadas, ficarei fraco e serei como qualquer outro homem. Dalila pegou cordas novas e o amarrou. Depois disse: — Sansão, os filisteus vêm vindo aí! Dalila havia deixado alguns homens escondidos no seu quarto. Mas Sansão arrebentou as cordas de seus braços como se fossem um fio de linha” (Jz 16:11-12). Cordas erradas não nos prendem. Quando quisermos, nos soltaremos facilmente. Quando questionados, os apóstolos tiveram em Pedro a voz sensata que confessou que o que os prendia ali não era um discurso suave, um cesto cheio de pães, um beneficio qualquer ou mesmo o ministério, mas sim era ELE. O Senhor Jesus. Nada mais! Se algo que não seja o Senhor Jesus te impede de desistir, você está no barco pelos motivos errados, e um belo dia, em uma crise mais forte, você vai abandonar tudo! Mas se o que te atraí e prende ao jugo é Ele, “nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8:38-39). Afinal, o que é que te prende?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por sua visita ao meu blog. Fique a vontade para comentar os arquivos aqui postados. Eis as regras:

1. Aqui se criticam IDEIAS e ATITUDES ERRADAS, e não PESSOAS. Se você está a fim de criticar pessoas, seu lugar não é aqui.

2. Pode discordar a vontade das minhas ideias e postagens. Eu não sou o dono da verdade, e quero aprender com você. Mas quando o fizer, use linguagem respeitosa, apresente embasamento bíblico dentro do contexto, e/ou uma argumentação lógica e equilibrada;

3. Identifique-se, pois dificilmente eu publicarei postagens anônimas, exceto as que eu achar convenientes e pertinentes;

4. Não xingue! Não use palavras de baixo calão! Não me venha com frases burras do tipo "não toqueis nos ungidos", "não julgue para não ser julgado",e outros argumentos bestas, de quem não tem argumentação e quer calar os opositores na marra. Não me dobro diante de argumentos desta qualidade!

5. Não toque no passado das pessoas, seja o meu ou de quem quer que seja, com o intuito de tentar desmoralizar, mesmo que sejam as pessoas que eu estou criticando!. Eu tenho um passado podre, se vc não sabe, mas ele está debaixo do sangue de Jesus, e nenhuma condenação há para mim. O mesmo se aplica a qualquer um, mormente aqueles que já afirmaram ter se arrependido.

Deus te abençoe!

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.