Quando Jesus Cristo falou, na parábola do mordomo infiel, que “os filhos deste mundo são mais prudentes, na sua geração, do que os filhos da luz” (Lc 16:8), definitivamente Ele não estava brincando! Esta verdade se aplica perfeitamente a muitas coisas referentes à vida religiosa, como por exemplo, à relação entre a doutrina espírita com os livros que delineiam os princípios de sua fé, a saber, as obras de Allan Kardec, comparada à mesma relação existente ente o crente e a Bíblia. No espiritismo, nenhum outro livro, nenhuma nova doutrina, nenhuma prática em qualquer um dos centros espíritas, nenhum ensinamento proferido por espíritos, por mais evoluídos que digam ser, podem contradizer o que está escrito, por exemplo, em O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, ou em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ou em O LIVRO DOS MÉDIUNS. Embora eles, os espíritas, ridicularizem e desmoralizem a Bíblia, eles têm sua própria base doutrinária, escrita, sólida e pétrea, da qual não se desviam nem para a esquerda e nem para a direita — ou seja, o mesmo que nos foi ensinado desde o princípio (Js 1:7-8), mas insistimos em desprezar!
Há alguns dias, um padre, defendendo a primazia da igreja católica sobre a Bíblia, afirmou que “a Igreja surgiu antes da Bíblia, logo é maior que ela e não está sujeita a ela!”. Ora, este padre precisa entender que Escrituras não são apenas os livros do Novo Testamento, mas começam com o Antigo e se complementam com o Novo. Portanto, as Escrituras são MUITO ANTERIORES à Igreja, já que começaram a ser escritas na época de Moisés (+/- 1500 aC) , ao passo que a Igreja foi edificada por Cristo após a Sua morte e ressurreição, no primeiro Século da Era Cristã. E a própria Igreja Católica dos primeiros séculos, no Concílio de Nicéia, definiu o cânon neotestamentário, na época do imperador Constantino! Sabia disso, seu padre?
Mas não me surpreende que católicos, espíritas ou mesmo outras vertentes que se digam cristãs desmoralizem ou diminuam a importância da Bíblia. Surpreende-me quando tal desprezo parte de nosso meio. Quando eu vejo espíritas usando — mesmo que de forma errada — os mesmos princípios usados pelos crentes de Beréia (At 17:11), ou seja, a virtude de examinar se as coisas são mesmo assim, e se devem ser mesmo assim, eu sinto uma profunda tristeza, pois esta deveria ser a conduta dos cristãos em relação à Bíblia! Enquanto nós desprezamos o exame sério das novas doutrinas à luz da Palavra de Deus, espíritas aplicam o mesmo princípio usando as obras de Kardec! Mesmo que o mais elevado “espírito de luz” traga qualquer verdade nova, para o espiritismo tal verdade não pode contradizer os escritos de Kardec. Que lição, heim senhores neopentecostais??
Os Católicos não são diferentes. O Concílio Vaticano II, as bulas papais e outros documentos da Igreja tem para eles valor inestimável. Nada que os contradiga é usado pela teologia católica!! Mais uma lição, né??
Os Católicos não são diferentes. O Concílio Vaticano II, as bulas papais e outros documentos da Igreja tem para eles valor inestimável. Nada que os contradiga é usado pela teologia católica!! Mais uma lição, né??
As Escrituras existem exatamente para limitar a ação do homem dentro da Igreja, para evitar que homens inescrupulosos venham pregar doutrinas novas, sem qualquer respaldo no texto inspirado, na regra de fé e prática da Igreja, cabendo a nós, no zelo pela Palavra e pela doutrina dos apóstolos, analisar todas as coisas à luz das Escrituras, e não dar crédito a todo espírito ou a qualquer pessoa, independentemente daquilo que esta pessoa afirma ser (1 Jo 4:1; Ap 2:2, 2:20). Eis a grande importância das Escrituras na fé cristã: o papel de conduzir o homem à fé verdadeira, evitando que o homem se afaste do plano divino, criando meios de servir a Deus que Ele jamais pediu na Sua revelação para o homem.
Certa vez, o Senhor foi confrontado por um doutor da Lei sobre o que fazer para herdar a vida eterna. O Senhor Jesus devolveu com outra pergunta: “Que está escrito na lei? Como lês?” (Lc 10:26). Olhem bem, Jesus o remeteu ao que ESTÁ ESCRITO. O mesmo ocorreu quando o jovem rido fez a mesma pergunta acerca da vida eterna, e o Senhor falou-lhe o óbvio: o que estava escrito na Lei (Mt 19:16-19). Em mais uma ocasião, Jesus deixou claro que os judeus examinavam as Escrituras, porque cuidavam ter nelas a vida eterna, e são elas que dEle testificam (Jo 5:39). No caminho de Emaús, Ele não se utilizou de outro expediente, senão abrir aos discípulos o que nas Escrituras havia testificando a seu respeito, “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras” (Lc 24:13-27).
Os bereianos compreenderam exatamente isto: a importância das Escrituras e a importância sine qua non de que todos os ensinos, quer dos apóstolos, quer de pastores, quer de leigos, fossem sempre e amiúde comparados a elas, e jamais fossem aceitos quando tais ensinos contrariassem o que está escrito. Os espíritas também compreenderam tal princípio, e não permitem inovações que contrariem Kardec. Quando aprenderemos tais virtudes dos “filhos deste mundo”?
É uma pena que a Igreja dos nossos dias abandonou este princípio. Aquilo que na Igreja Primitiva era indispensável, a valorização que a Igreja sempre deu às Escrituras, a ponto de os reformadores clamarem a plenos pulmões defendendo o princípio da SOLA SCRIPTURA, foi completamente abandonado em nossos dias, uma vez que os interesses pessoais de pastores e líderes se tornou o objetivo maior da Igreja.Suplantou a Bíblia, que setornou um mero coadjuvante, um amuleto, um livro de enfeite ou uma espécie de "crachá", única identificação para mostrar que uma pessoa é crente, quando a traz debaixo do sovaco!
Quando o salmista afirma que a Palavra de Deus é “lâmpada para meus pés e luz para o meu caminho” (Sl 119:105) está afirmando que se alguém quer andar seguro, sem vacilar os passos e sem enveredar em caminhos escusos, deve observar os passos de acordo com a Escritura, e não de acordo com meus pensamentos, quereres e desejos. O jovem mantem o caminho puro quando o observa conforme a Palavra (Sl 119:9), e não conforme qualquer ensinamento “pastoral” ou “apostólico”, ou mesmo conforme novas revelações. Mas Deus é tão bom que, embora me aconselhe veementemente que eu observe as Escrituras como regra de fé e prática, me dá a liberdade de escolher a lâmpada que iluminará a minha vida, a bússola que direcionará meus passos. O problema é que Ele não se responsabiliza pelo destino daqueles que preferirem negar a Palavra para seguir seus próprios planos de voo, andar por caminhos que nos sejam mais agradáveis. Já diz o velho ditado: todos os caminhos levam a Roma. Prossiga desprezando o Mapa seguro que Deus deixou para a Igreja, e ande nos caminhos que mais agradam ao seu coração. Eu não tenho dúvida que chegarás a Roma! Já ao céu... Bem... Tenho minhas dúvidas.. Deixa eu ver o que está escrito...
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Deus te abençoe!
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