“Vai, e dize a meu servo, a Davi: Assim diz o Senhor: Edificar-me-ias tu casa, para minha habitação? Porque em casa nenhuma habitei, desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito, até ao dia de hoje; mas andei em tenda e em tabernáculo, e em todo o lugar em que andei, com todos os filhos de Israel, falei, porventura, alguma palavra, com qualquer das tribos de Israel, a quem mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que me não edificais uma casa de cedros? [...] Quando os teus dias forem completos, e vires a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti a tua semente, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino, para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho:” (2 Sm 7:5-7; 12-14)
Em dado momento de seu reinado, Davi percebeu que morava em um castelo luxuoso, ao passo que a Arca da Aliança, símbolo da presença do Senhor no meio do Seu povo, morava em uma tenda. Então, sentiu ardente e sincero desejo em seu coração de construir para o Senhor um templo, uma habitação fixa que substituiria o tabernáculo e centralizaria a nação em volta de Jerusalém. Compartilhou a ideia com um dos seus conselheiros espirituais, o profeta Natã, que a princípio concordou e estimulou-o a por em prática o seu projeto. Deus, porém, não lho permitiu construir tal obra. Obediente, Davi abandonou a execução, mas não o projeto. Separou boa parte do material necessário, e seu filho e sucessor no trono, Salomão, o edificou entre 1000 e 950 aC. Mais tarde, após sua destruição por Nabucodonosor, rei da Babilônia, Zorobabel o reconstruiu, em torno de 550aC. Este templo de Zorobabel foi o templo onde o Senhor Jesus, o Deus Eterno feito carne, pôs seus pés. Daí a glória da segunda casa ter sido maior que a da primeira!
O templo era o centro da religiosidade judaica, símbolo máximo da presença de Deus, pois era lá que Ele habitava. Era o lugar escolhido e designado por Deus para se fazer oferendas e sacrifícios, o local onde a adoração era plenamente recebida pelo Senhor. Isto era bom, pois centralizava-se o culto em um único lugar e evitavam-se erros e excessos. Somente sacerdotes e levitas poderiam participar das cerimônias. Os judeus deveriam peregrinar a Jerusalém e visitar o templo pelo menos uma vez ao ano (esta cultura permanece viva na relação entre os muçulmanos e Meca, e entre os judeus e Jerusalém), quando faziam suas oferendas, pagavam seus votos etc. A ruína do templo que permaneceu de pé após a sua destruição, o Muro das Lamentações, que não fazia parte do templo de Zorobabel, mas foi erguido por Herodes em 20aC como um muro exterior, até hoje é visitado por judeus e cristãos do mundo inteiro, que fazem suas orações e as deixam escritas em papeis, introduzindo-os entre suas pedras. Há histórias (ou estórias) que apontam para a existência, em local secreto, de todo o material necessário para uma rápida reconstrução, quando o povo judeu recuperar a posse do seu terreno original, onde hoje está erguida uma grande mesquita islâmica ― o local é igualmente sagrado para os muçulmanos; dá pra ver a sua importância para as três maiores religiões monoteístas do mundo!
Com o advento de Cristo e a instituição da Nova Aliança no Seu sangue, a função do templo como casa de Deus e o centro da religião deixou de existir, de sorte que hoje cada cristão é templo e morada do Espírito Santo (1 Co 3:16). O próprio Senhor Jesus, questionado pela mulher samaritana sobre o local adequado para se adorar a Deus, mostrou que os locais físicos designados pelos homens e religiões, tais como o monte em Samaria ou o templo de Jerusalém, não se encaixavam na óptica da Nova Aliança: “...a hora vem, em que, nem neste monte, nem em Jerusalém, adorareis o Pai... Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem“ (Jo 4:21, 23). Durante Seu ministério terreno, o Senhor predisse que o segundo Templo seria destruído, e não ficaria pedra sobre pedra (Mt 24:2; Lc 19:41-44), dando a entender de forma implícita que o Cristianismo não precisaria do templo como algo centralizador da Igreja, pois ela seria e estaria sempre centralizada nEle. Vemos, em Atos, que Deus não planejou centralizar os crentes em Jerusalém, próximos ao Templo, mas trouxe sobre eles a perseguição que os espalhou pelos quatro cantos da terra, levando junto consigo a fé e a mensagem do Evangelho.
Lamentavelmente, nem todos querem aceitar esta verdade.
É de entristecer a decisão de uma grande denominação “não-evangélica” (eles mesmos afirmam que não são evangélicos, e eu concordo inteiramente com eles ― a bem da verdade, acho difícil reconhecer alguns que fazem parte desta seita como cristãos, mormente seus líderes!) de construir uma réplica exata do templo de Salomão em São Paulo. A meu ver, além de ser uma obra que retrata muito mais um sonho de megalomania, trata-se de uma afronta a Deus e à Igreja.
Não há nas Escrituras qualquer solicitação ou orientação para que a Igreja erga templos ― e o bom senso complementa que o mesmo se aplica muito mais a templos suntuosos. Ao contrário, o Cristianismo começou (e deveria ter continuado!) de forma simples: as igrejas (o povo) se reuniam nas casas. Até dá para compreender que se construam casas dedicadas exclusivamente para o culto a Deus, adaptadas para esta necessidade, mas para que a ostentação de grandes obras, tão comuns em todas as denominações atuais ― cada uma querendo fazer um templo maior e, mais luxuoso que o do "concorrente"! ― quando o que Deus sempre pediu foi a simplicidade? Posso compreender que devemos buscar fazer o melhor para nosso Deus. O próprio Salomão, ao construir o primeiro templo, afirmou a Hirão, rei de Tiro, que “a casa ... há de ser grande; porque o nosso Deus é maior do que todos os deuses” (2 Cr 2:5). Entretanto, fazer o melhor para Deus significaria esbanjar uma fortuna incalculável, desprezando as Escrituras, única regra de fé e prática para a igreja, que não prevê nem pede qualquer construção de templos suntuosos para cultuar a Deus?
E por que exatamente a réplica de um templo cujos sacrifícios cessaram e não mais são exigidos na Nova Aliança, já que o sacrifício final e suficiente do Cordeiro de Deus já foi realizado? E como é que os apóstolos não tiveram uma ideia destas? Se o próprio Mestre havia-lhes dito que o templo de Jerusalém seria destruído, não ficaria pedra sobre pedra, por que não utilizar o dinheiro que era depositado aos seus pés para construir um novo templo, desta vez dedicado ao Senhor Jesus Cristo? Por que não unificar a Igreja, erguer um monumento à altura do Messias e da nova doutrina que Ele veio implantar? A resposta é simples: os apóstolos não fizeram assim por uma questão de prioridades!
Na igreja primitiva, a prioridade era o crente. Hoje, a prioridade é a seita, a religião, a liderança, a ostentação e o orgulho pessoal. Para os apóstolos, ao invés de se construir obras suntuosas era muito mais importante sustentar os irmãos mais pobres, e era para esta finalidade que esta fortuna depositada aos seus pés era destinada. Quem ler o livro de Atos, as cartas paulinas e até alguns livros não canônicos da época da Igreja Primitiva verá que a forma de tratar o dinheiro das ofertas era completamente diferente da forma como as “lideranças” do nosso tempo adotaram!
Promover e defender a construção de um “templo” nestas características (idêntico ao templo de Salomão) e com estes propósitos ("unificar" a igreja — a denominação! — ou promover-se como "A Igreja") parece ser muito mais que um sonho megalomaníaco; parece ser um desconhecimento total das Escrituras, da vida primitiva da Igreja, das prioridades no uso dos dízimos e ofertas, da realidade financeira do povo, do descaso com o dinheiro doado (é fácil gastar o dinheiro que não nos pesa no próprio bolso; na minha terra, chama-se isso de "atirar com a pólvora alheia"). Parece-nos a atitude dos filhos de Eli, que "desprezavam a oferta do Senhor" (1 Sm 2:17) usando-a em coisas fúteis.
É finalmente desconhecer e negar que o verdadeiro templo de Deus é cada crente, de forma individual. Parece ser uma forma muito "criativa" e justificável de mostrar que é a igreja mais rica, a melhor, a maior, a mais próxima de Deus. Mas como Laodicéa, o que esta construção demonstra na verdade é a desgraça, miserabilidade, cegueira, pobreza e nudez de quem edifica.
A igreja dos tempos apostólicos reunia-se nas casas, e nos tempos de perseguição em lugares escusos. A presença do Espírito Santo em Seu santo templo, o crente, era tão real que chegaram a se reunir em lugares considerados imundos pelos frequentadores do templo: as catacumbas de Roma. Estes sepulcros, que a lei proibia contato e proximidade sob pena de se tornar-se o homem imundo, não tornavam os genuínos templos do Senhor imundos diante dEle.
Somente com a apostasia romana os cristãos passaram a construir e supervalorizar templos feitos pelas mãos humanas, construindo prédios suntuosos e cheios de riqueza e opulência — o antagonismo do verdadeiro Cristianismo. Catedrais e basílicas recobertas de ouro foram edificadas em honra Àquele que nasceu em uma manjedoura e entrou na Cidade Santa montado em um jumentinho. É incrível, mas ninguém percebe que desde a lei mosaica Deus mostra que habita na simplicidade, que deve ser adorado na simplicidade, que as obras humanas não podem alcançá-lO, e nada o homem pode fazer para construir altares para a adoração, senão usando os elementos simples deixados pelo próprio Deus: "Um altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos e as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas e as tuas vacas, em todo o lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei e, se me fizeres um altar de pedras, não o farás de pedras lavradas: se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás" (Êx 20:24-25).
A própria construção do templo de Salomão parece ter sido um equívoco, mas que Deus tolerou. A prova que Deus não pedira nem aceitara os planos de Davi para construir o templo é que Ele disse a Salomão: "Ouvi a tua oração, e escolhi para mim este lugar, para casa de sacrifício" (2 Cr 7:12). A tolerância divina se deu após a oração de Salomão, e não na ocasião que Deus falara com Davi! Graças a esta tolerância, o Senhor abençoou o templo e prometeu habitar naquele lugar. Leiam-se os textos que narram o desejo de Davi em construir o templo e a resposta enviada por Deus ao rei por intermédio de Natã (2 Sm 7:1-17; 1 Cr 17:1-15). Eles deixam claro que Deus nunca pediu e nem estava pedindo e muito menos autorizando a construção de um templo, pois ele sempre habitou na simplicidade das tendas, peregrinando entre as tribos, seguindo junto com o povo nas suas batalhas. Deus disse que somente após a morte de Davi seria levantado “o descendente” (2 Sm 7:12-14), e Este, somente Este, seria capaz de erguer o Templo e estabelecer o Reino para sempre. Evidentemente, Deus se referia a Jesus, mas Davi entendeu que Ele, o Senhor, falava de Salomão, e fez todos os preparativos para que o seu sucessor promovesse a construção do templo.
Os textos em questão não tratam da autorização divina para a construção do templo por Salomão. Deus na verdade estabelece com Davi uma aliança que se cumpriria na Semente de Davi que se levantaria APÓS a sua morte, ou seja, no Messias, e não em Salomão. É só ler para perceber: "Quando os teus dias forem completos, e vires a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti a tua semente, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino, para sempre...." (2 Sm 7:12-13). Lendo as Escrituras é fácil perceber que o reinado de Salomão não foi confirmado para sempre, pois cessou por ocasião da destruição do Reino de Judá por Nabucodonosor. Somente quando Jesus consumou Sua obra e edificou a Igreja, o verdadeiro templo foi edificado, e o reinado de Davi estabeleceu-se nEle, em Cristo, para sempre. Não era a toa que Jesus era chamado por todos de "o Filho de Davi", ou seja, o Descendente em quem se cumpririam todas as promessas! Este Filho de Davi, o Messias, Ele construiria o Templo verdadeiro!
Este templo, construído pelo Filho de Davi, é a Igreja, e mais precisamente cada crente, de forma individual. Isto foi confirmado depois por Paulo, apóstolo aos gentios, quando disse: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? " (1Co 3:16 - veja também 1 Co 6:19; 2 Co 6:16).
Um dos interesses de Jesus durante Seu ministério foi mostrar aos seus seguidores que o templo não tinha função para a Nova Aliança que ele estabeleceria. Já na conversa dEle com a mulher samaritana, indagado acerca do local adequado para a adoração a Deus deixa claro que templo algum, ou qualquer elemento visível seria o referencial da adoração. “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”. Quando foi abordado por um grupo de apóstolos admirado com a construção magnífica do templo, mostrou indiferença e deixou claro que tudo aquilo seria destruído, aniquilado. Ponto final.
Alguém vai me dizer que os apóstolos frequentavam o templo. Sim. Eles eram judeus, e como tal iniciaram a pregação do Evangelho de Jesus pelo templo e pelas sinagogas. Mas basta ler o livro de Atos para perceber que eles eram persona non grata naquele ambiente. Pedro e João, a partir de milagres e pregações feitas no templo foram presos e chicoteados; Paulo foi preso no templo. Paulo, em dado momento de seu ministério de pregação nas sinagogas, percebeu que estava jogando pérolas aos porcos e abandonou o ambiente. O templo e as sinagogas deixaram de ser ambientes onde os cristãos eram bem recebidos. Tudo por plano e providência divinos, a fim que que a Igreja tomasse seu próprio rumo, longe do Judaísmo, de suas liturgias e objetos/ambientes de culto.
Permitam-me algumas colocações, para encerrar meu artigo:
Primeiro, a destruição do templo físico de Jerusalém, de forma inexorável, foi determinada por Deus, e ajudou em muito a compreensão da Igreja primitiva da inutilidade de templos físicos para a Nova Aliança, pelo menos nos padrões e nos valores que o templo tinha perante a Antiga Aliança. Jesus afirmou que não ficaria pedra sobre pedra, juízo que se cumpriu de forma literal, indicando total destruição de um símbolo que perdera sua razão de existir.
Segundo, a igreja desde o primeiro século precisava se desapegar do templo judaico, pois ele não mais pertencia à igreja, mormente à igreja gentílica. Paulo jamais orientou a igreja dos gentios a peregrinar a Jerusalém, até porque era proibido aos gentios entrar no templo, coisa que profanaria o lugar sagrado (At 21:28). Se eu ou você, crentes gentios, quisermos conhecer Jerusalém, podemos fazê-lo como turistas, mas devemos respeitar o Templo, elemento sagrado da religião judaica; nossa presença aos olhos deles é muito mais profanação do que honra! Sua destruição fez com que os crentes de Jerusalém se espalhassem pela terra, pregando a palavra a todos. Deus não tem interesse em unificar cristãos através de um templo, mas espalhá-los em prol da mensagem do Evangelho, para que eles espalhem as boas novas da salvação.
Terceiro, a ideia desta “grande igreja” em reconstruir o templo como sinal de unificação da Igreja nada tem a ver com tal unificação, pois isto verdadeira e unicamente se dá com a unificação da doutrina, num retorno à Doutrina dos Apóstolos. Analisadas as doutrinas e práticas desta denominação, vemos que elas estão muito distantes desta doutrina primitiva, Lamentavelmente eles preferem os atalhos ao verdadeiro caminho quando dizem: "unifiquemos a igreja através deste templo, pois é mais fácil e menos custoso que reconhecer nossas décadas de erro e que conduzir o povo à sã doutrina".
Quarto, chama a minha atenção nas Escrituras a última vez que os homens resolveram edificar algo que os tornassem poderosos, logo após o dilúvio. O texto sagrado afirma que eles "...disseram: eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre, cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra" (Gn 11:4 - grifo meu). Este parece ser o maior objetivo desta "denominação não-evangélica": estabelecer um nome, tocar o céu, criarem para si uma fama diante da humanidade e das demais denominações, evangélicas e não-evangélicas.
Quinto, esta réplica parece-me ser mais uma das muitas afrontas feitas pela igreja contra objetos sagrados da religião judaica. Hoje, utiliza-se indevidamente o shophar em muitas igrejas "evangélicas". Já ouvi histórias de igrejas que constroem altares de incenso e mesa de pães da proposição (com direito aos pães na mesa!). Em outras, profana-se até a arca da aliança, criando réplicas, tomando-as nos ombros e fazendo verdadeiras "procissões" dentro da igreja, incentivando pessoas a tocarem nelas, desconhecendo a proibição explícita de Deus para tocar neste objeto. Leia-se a história de Uzá (2 Sm 6:1-11), e poderão constatar que a desobediência de tocar na arca era punida com a morte, mesmo quando o transgressor tivesse a melhor das intenções... Agora, parece que não se contentaram em profanar só alguns objetos, mas o farão com o templo inteiro, e com todos o conjunto de seus objetos...
Sexto, este terceiro templo parece-me um cumprimento das Escrituras, quando retratam o Anticristo e sua manifestação. Paulo, apóstolo, afirma que “...o homem do pecado, o filho da perdição... se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2:3-4). Taí a grande oportunidade de alguém fazer da Terceira Casa um local tão grandioso e tão magnífico que a sua glória excederá as duas casas anteriores, substituindo-as. Talvez o próprio construtor se assente nela, fazendo o papel do Anticristo, ou permita que ele se assente! É grande a possibilidade de o Anticristo se aproveitar desta "casa" para disseminar seu ódio ao verdadeiro Deus, e um dos passos para que isto ocorra é aniquilar os ensinamentos do Cristo, transformando-os em um amontoado de justificativas o retorno à antiga aliança e para a exploração de um povo muitas vezes sincero em sua devoção a Deus, mas que não o faz baseado nas diretrizes deixadas por Deus nas Escrituras, não por culpa dele, do povo, mas de sua liderança, que faz questão de afastá-lo cada dia mais da sublimidade da Palavra de Deus.
À vista de todas estas coisas, eu convoco a todos os cristãos que têm bom senso e creem nas Escrituras a não darem crédito nem atenção a este templo de araque. Ignorem-no! Aqui onde eu moro a mesma "denominação" construiu uma catedral imensa, a maior do Estado, na principal avenida da capital, e quando passo em frente faço de conta que nem a vejo! Não posso enxergar como catedral ou templo um espaço físico suntuoso onde as Escrituras são diuturnamente espezinhadas com práticas, doutrinas e costumes que a negam (Tt 1:16).
O templo verdadeiro sou eu, é você, é aquele em quem o Espírito Santo habita verdadeiramente. Os demais são só um amontoado de pedras, tijolos e cimento, no máximo são a casa onde a Igreja se reúne. Esta réplica é somente um altar de pedras lavradas, sobre as quais o homem imundo e pecador levantou seu buril, profanando-as. Certamente o Senhor não atentará para tal edificação, antes “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles” (Sl 2:4). Duvido que a glória que encheu a primeira Casa, e o Filho de Deus que pisou na segunda, estejam presentes na terceira! O Anticristo, não duvido que estará!
Belas foram as palavras de Estêvão: "...Salomão lhe edificou casa; Mas o Altíssimo não habita em templos, feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura não fez a minha mão todas estas coisas? Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido..." (At 7:47-51). No dia que as pronunciou, foi apedrejado pelo que disse.
(artigo escrito em 2012, ainda no início da construção do tal "templo")