Nas últimas semanas uma notícia inusitada surgiu na Internet: um “pastor” levou uma “ovelhinha” para um motel de sua cidade, gravou a aventura em vídeo e publicou-a em um site pornográfico. Alguém reconheceu os protagonistas e jogou as imagens no Youtube. Não deu outra! Milhares de pessoas viram a postagem, o fato tornou-se público e ele foi expulso da Igreja que pastoreava, teve suas credenciais pastorais anuladas e graças a este ato impensado (será?) a prática comum de imoralidade sexual nas Igrejas foi debatida em várias redes sociais e blogs.
Não é minha intenção falar deste pobre homem ou desta pobre mulher. Aliás, parece-me que estão reeditando a cena do Evangelho de João capítulo 8, aonde só uma pessoa está sendo trazida à roda para apedrejamento, embora duas estejam envolvidas no ato. A mulher, até onde foi divulgado, é casada e tem filhos, mas teve até seu nome mantido em sigilo, enquanto os holofotes da notícia foram apontados para o “pastor”, que teve nome citado e tudo mais que se tem direito! Sobretudo, não deve ser prática para a Igreja o condenar nenhum dos dois, ou quaisquer outros que venha a incorrer neste tipo de pecado. A disciplina existe, mas nela não inclui a execração pública e a condenação sumária. Sempre haverá a possibilidade de arrependimento e mudança de conduta!
No caso, não houve só pecado, houve também o VACILO. E dos grandes! As cenas não foram só filmadas pelo homem, mas a filmagem foi consentida pela mulher. Não foi câmera escondida. Para que foi feita tal filmagem? Para ser guardada como troféu, ou intencionalmente para ser postada em sites de pornografia?
Entretanto, o que me entristece, após a poeira começar a assentar (menos de um mês depois do “estouro” do escândalo já não se toca mais no assunto), é que somente em UM ASPECTO a coisa difere do lugar comum: a postagem. Até aonde me consta, este foi o primeiro caso aonde um “pastor” ou um “crente” promove tal filmagem de suas aventuras sexuais e a publicação do vídeo. Não sei se foi ingenuidade dele(a) ao postar as cenas em um site pornô, mas era de se esperar que tais imagens fossem descobertas. Desculpem, mas a realidade é que grande parte do público deste tipo de site é de “crentes”, dando vazão ao Onã que existe dentro deles!
O pecado do adultério ou da fornicação, entretanto, é mais comum do que parece! Eu já conheci “pastores” que fizeram o mesmo (exceto a filmagem e postagem). Entre levar as “ovelhinhas” para um motel, ou usar os gabinetes pastorais E ATÉ AS NAVES DAS IGREJAS para consumar o ato, já ouvi de tudo! O fato é que estes pecados já se tornaram arroz-de-festa em nosso meio, e muito comum entre a liderança. Conheci, aqui na grande João Pessoa, um caso onde a zeladora da Igreja, ao abrir o templo para a limpeza habitual, flagrou o pastor fazendo sexo EM CIMA DO PÚLPITO com uma ovelhinha dadivosa! Outro pastor, famosíssimo por publicar abertamente os pecados sexuais de seus pastores e auxiliares, de condená-los de forma vergonhosa e sem qualquer sinal de misericórdia, usando o púlpito para publicar seus pecados, expulsando-os da Igreja em pleno culto dominical e na presença de todos, um dia foi descoberto que mantinha um affair com sua secretária... Outro, chegou a afirmar que quando “conquistava” uma moça virgem, tomava todas as precauções para não deflorá-la... Quanto zelo pastoral!!
Repito que não é do meu interesse condenar quem quer que seja. As providências, no caso em destaque, já foram tomadas. Entretanto, antes de condenarmos e execrarmos quem quer que seja, lembremos que nem eu e nem nenhum dos meus leitores estamos imunes a este tipo de tentação e pecado. Já nos ensinava o Pr. Josué, meu antigo professor de Homilética no 1º ano do Seminário, que “o diabo quando quer derrubar um homem veste uma saia”. Eu mesmo já fui alvo de queda parecida, quando bem jovem, recém convertido ao Evangelho.
Eu devia ter uns dezessete anos. Havia me convertido há pouco mais de um ano, quando fui seduzido (e me deixei seduzir!) por uma mulher. Eu passava férias na casa de tios, quando ela entrou em meu quarto enquanto eu dormia, deitou-se a meu lado... E eu caí. Mas eu me lembro exatamente da minha reação após a consumação do ato. TRISTEZA. VERGONHA. PROFUNDA SENSAÇÃO DE CULPA. Eu me senti o pior dos homens. Não consegui mais dormir direito naquela noite. No dia seguinte, a culpa me acompanhava aonde eu ía, como uma grande e pesada bola de ferro atada ao meu tornozelo...
No dia seguinte, ela repetiu a dose. Voltou a me “visitar”. Mas encontrou uma outra pessoa deitada à cama, um outro Zilton. Rejeitei-a. Cheguei a ser rude em determinados instantes. Falei-lhe que era crente (apesar de que ela sabia disto), que o acontecimento da noite passada tinha sido um erro, um pecado. Pedi-lhe perdão pelo que tinha feito na noite anterior (já havia feito isso para com Deus umas dezenas de vezes nas 24 horas anteriores!). Ela saiu arrasada e humilhada, repetindo sem parar que nunca havia sido rejeitada por ninguém...
Na época eu gostava muito de um cantor chamado Oséias de Paula. Ele cantava em seu hino “ENTREI NO TEMPLO” que “♫ ...Jesus não esquece | ♪ O pecador que padece | ♫ Mas não tem alegria em pecar”. Aquela tristeza em meu coração era o sinal de que o Espírito Santo não havia me abandonado, estava dentro de mim, convencendo-me do meu erro e me dando uma nova oportunidade. Pedi perdão ao Senhor, dezenas ou centenas de vezes, e sei que tive o meu pecado perdoado. Disto não tenho dúvidas, e nem tenho vergonha em confessar minha fraqueza diante de ninguém. Não sou, e nunca serei, um Super Crente. A esfera sexual é uma área que o inimigo se aproveita para me atacar sempre e amiúde. Mas o Senhor tem me dado vitória. Sei que sem a ajuda dEle eu não venceria tais provações!
Há alguns dias eu confidenciei à uma amiga um caso ocorrido comigo há algum tempo. Casado, “apaixonei-me” por uma moça da Igreja!! Como eu relatei à minha amiga, foi coisa de velho safado mesmo! A moça tinha idade de ser minha filha! Nunca houve qualquer troca de palavras, qualquer insinuação, qualquer aproximação, de nenhuma das partes. Ela NUNCA se insinuou para mim. Mas havia o sentimento em meu coração. Entrei em luta contra a minha carne. Afastei-me dela. Não contei à minha esposa para evitar problemas com o ciúme, e porque não chegou a ser necessário. Nunca ficava perto desta moça, nunca ficava sozinho com ela. Quando conversávamos (é claro que isto acontecia, devido às minhas funções na Igreja), eu sempre estava com a minha esposa ao meu lado. Graças a Deus, venci a luta contra a minha carne! Ora, quem disse que estamos livres deste tipo de tentação e imunes a estas quedas?? Bem disse o Senhor, antevendo o primeiro crime de sangue da humanidade: “Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e cabe a ti dominá-lo” (Gênesis 4:7). Como diz um amigo meu, pr. Wanderlei Brant, “só venceremos definitivamente a nossa carne quando estivermos dentro de nosso caixão”.
As questões para que chamo a atenção com este artigo e com a divulgação de detalhes íntimos de minha vida são: aonde foi parar esta sensação de culpa, esta vergonha, esta tristeza pelo pecado consumado, este arrependimento, no meio da Igreja? Aonde foi parar a consciência de pecado, a luta contra a carne, a mortificação dos membros? Aonde foi parar a salutar estratégia de José, de fugir dos pecados sexuais? Deram lugar completamente à cauterização da mente relacionada aos pecados sexuais? O sexo fora dos padrões instituídos por Deus há muito tempo tornou-se prática comum na Igreja! Jovens namorados o praticam desde os primeiros dias do namoro! Alguns casos são notórios, mas os pastores nem se dão ao trabalho de impor qualquer disciplina. Quase todos nós, homens e mulheres, CERTAMENTE temos uma história para contar de tentações sofridas ou pecados cometidos nesta esfera (e se não o fazemos é simplesmente para preservarmos nossa boa imagem de crentes fieis e perfeitos!). Somos, isso sim, grandes hipócritas, que queremos acusar o próximo caído, e não reconhecemos que se nunca caímos é pela misericórdia de Deus, e não por nossos próprios méritos! Bem disse Paulo apóstolo: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia” (1 Co 10:12). Falta-nos seriedade com o Evangelho, e falta-nos igualmente misericórdia para com os caídos.
Não quero absolutamente relativizar o acontecimento, e suavizar a disciplina. Pelo contrário. Está na hora de darmos um basta a estas coisas em nosso meio. Começando por nós mesmos! A disciplina deste “pastor” pouco adiantará, pois já prevejo que em no máximo um ano ele já terá sido readmitido às suas funções pastorais. Quem sabe, se tiver tal readmissão negada, ele mesmo não abre sua própria Igreja, e não chama a irmãzinha para auxiliá-lo como “obreira”, ou até “co-pastora”...
Se eu não me conscientizar de que preciso restaurar a vergonha antiga, que senti na minha queda, o sentimento de culpa ANTES MESMO de consumar qualquer pecado, o sentimento de que sou responsável pelo bom nome de “cristão” que carrego, quem sabe em breve um vídeo meu não estará publicado POR MIM MESMO, sem medos e sem culpas, em algum destes sites pornográficos? A banalização dos pecados sexuais já está implementada em nosso meio. Este “pastor” foi só o pioneiro. Outros vídeos virão. Quem viver verá! “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda; Eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22:11-12).
VISITANDOLES NUEVAMENTE DESDE EL SALVADOR CENTROAMERICA, DESDE MI BLOG www.creeenjesusyserassalvo.blogspot.com
ResponderExcluirRECIBAN MUCHISIMAS BENDICIONES
É realmente estranho: o sujeito, um pastor, peca e filma o pecado. Depois publica na internet. Que doido! As pessoas falam da mulher como vítima - ora bolas, ela é casada, tem filhos. É uma adúltera. Em Ez 16.33 a impressão que se dá é que a ADÚLTERA é pior do que a PROSTITUTA: "A todas as meretrizes dão paga, mas tu dás os teus presentes a todos os teus amantes; e lhes dás presentes, para que venham a ti de todas as partes, pelas tuas prostituições." (Ezequiel 16:33)
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