Há algum tempo trabalhei em um restaurante aqui em minha cidade como músico. Eu fazia voz & violão em dois dias da semana tocando MPB. Ao término da noite, sempre me sentava para jantar junto com dono do estabelecimento, e conversávamos bastante. Certa feita, um cliente veio cumprimentá-lo e sugeriu que pelo menos um dia da semana ele implantasse um repertório diferente: pagode. Segundo ele, uma noite de pagode atrairia muitos clientes. Quando o cliente se foi, meu amigo me confidenciou que jamais colocaria pagode em seu estabelecimento. Como músico, dei a ele uma opinião pessoal. O bom pagode (sim, amigos, isto existe!) poderia, sim, ser implantado.no restaurante. Poucos, mas bons, músicos, aliados a um repertório selecionado, certamente fariam sucesso e atrairiam clientela ao local, como acontecia em alguns bares que eu conhecia. Mas ele me deu uma informação que me fez mudar de opinião em alguns aspectos.
― Zilton ― disse-me ele ―, eu concordo que existe bom pagode. Concordo também que implantar um dia aqui no restaurante com este estilo musical atrairia muitos clientes. Porém, há duas coisas que você não está levando em conta: o pagode também atrai, muitas vezes, brigas e confusões para o ambiente, o que afasta os bons clientes. Além do mais, cliente que está dançando não consome. Clientes que comem e bebem estão sentados! Portanto, deixe-me com a velha e boa MPB!
Taí a sábia filosofia de um dono de restaurante, que nem crente era, que eu gostaria de aplicar à Igreja brasileira!
No último sábado, ao assistir a uma pregação abençoada na cidade de Cruz do Espírito Santo (PB), o Senhor me fez lembrar deste diálogo. Durante a viagem de volta e durante o dia de domingo ruminei o assunto e cheguei à terrível conclusão: a Igreja precisa escolher melhor seu repertório.
Não estou sugerindo para a Igreja nem pagode e nem MPB. Devemos permanecer com hinos cristãos mesmo! E nem pretendo discorrer sobre música na Igreja, nem sbre música sacra versus música profana. Deixe estes assuntos para postagens futuras! Quero discorrer sobre o que acontece na igreja, durante os cultos, que nos faz ficar sentados ou em pé.
No dia de Pentecostes, entendo pelo texto que leio na Bíblia que os cento e vinte que estavam reunidos no cenáculo estavam devidamente sentados (At 2:14). Ali ocorreu uma reunião ordeira, onde o Espírito Santo desceu e encheu a todos, que passaram a glorificar a Deus em outras línguas. Em lugar nenhum do texto se lê que alguém se levantou de seu lugar, exceto quando Pedro e os outros apóstolos o fizeram.
No capítulo 14 da 1ª carta aos Coríntios (aquele, que muuuiiiita gente gostaria que fosse excluído da Bíblia) o apóstolo Paulo disciplina a ordem do culto cristão. É interessante que os versículos 29 e 30 afirmam, sobre o ato de profetizar, que “falem dois ou três profetas, e os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro”. Mais uma vez vemos, entre os profetas da igreja, pessoas sentadas que só se levantam quando Deus lhes revela algo. Interessante. Parece-me que a igreja doutrinada por Paulo está orientada a escolher um repertório de MPB ao invés de pagode! Deus orienta, no seu zelo para que todos sejam edificados, que se mantenha um clima de ordem e decência no culto, que as pessoas permaneçam sentadas no culto, como que consumindo em um restaurante. Alimentando-se. Adiferença entre uma igreja e um restaurante está no "cardápio". Enquanto se alimenta o corpo no restaurante, na igreja se consome a Palavra de Deus!
Desde pequeno eu ouvia da minha mãe e dos meus avós que não é bom comer em pé. O momento da alimentação deve ser de tranquilidade, comodidade e assimilção. Não é muito diferente a alimentação espiritual;
Nos nossos dias, vemos igrejas com muitos “moveres”. Em algumas delas, a algazarra é tanta que se torna impossível conseguir ouvir a voz de Deus. Existem profecias que o destinatário nem consegue ouvir a mensagem. Julgar a profecia, como orienta Paulo, nem pensar! Já visitei igrejas onde até a explanação da Palavra é difícil de ser compreendida, pois as pessoas se levantam tanto para “dançar” que nem “consomem” e nem deixam ninguém consumir a Palavra!
Lamentavelmente, a Palavra de Deus é espezinhada na maioria das igrejas que deveriam zelar pelo cumprimento dela. Ao invés disso, criam-se novas doutrinas sem qualquer respaldo sério na Bíblia; antes, qualquer visão, revelação ou experiência é motivo para que um sem fim de novidades tome o lugar que só pertence à Palavra. Antes lentamente, e agora rapidamente, a Igreja se afasta da Bíblia, que nos tempos da Reforma foi restaurada à condição de ÚNICA regra de fé e prática para a Igreja e para o crente. E quando alguém tenta levantar sua voz para chamar a Igreja à prática da doutrina apostólica, é rapidamente calado por uma falsa espiritualidade que afirma que se trata da "liberdade do Espírito Santo", que "o Espírito age como quer". Uma espiritualidade distante dos verdadeiros princípios que norteiam a verdadeira. Afinal, não pode haver espiritualidade sem avivamento, e não pode haver avivamento distante da Bíblia.
A igreja está virando um grande barzinho, onde a Palavra é espezinhada por uma multidão que dança pagode. Pensa-se que se adora a Deus no movimento, na algazarra, quando o que Ele mais quer é que nos assentemos, como Maria a seus pés, e ouçamos a Sua Palavra com atenção e disposição de obedecer.
Não se iludam, pagodeiros! Todo o “mover” existente na igreja de Laodicéa dos nossos dias não confere qualquer equilíbrio, qualquer mudança de vida nos seus participantes. Eu pessoalmente conheço um monte de pessoas que são uma bênção na igreja; passam o culto inteiro “só no sapatinho de fogo”, num pagode sem fim que os afasta do consumo da Palavra de Deus. Em casa, no trabalho, na rua em que moram, o mover da igreja não muda suas condutas, temperamentos e caráter. Meu amigo estava certíssimo! O pagode na igreja só atrai confusão e afasta os verdadeiros adoradores. Prefiro a MPB. Quedo-me a ouvir a Palavra, em silêncio e atentamente. É assim que o Espírito Santo me transforma: não pelo mover, mas pela lavagem de água da Palavra!
Alimentando-se. Adiferença entre uma igreja e um restaurante está no "cardápio". Enquanto se alimenta o corpo no restaurante, na igreja se consome a Palavra de Deus!
ResponderExcluirHá muita igrejas que estão oferendo capin seco as ovelhas Zilton, muitas ovelhas estão sofrendo de inanição estão raquítica. Pois não há alimento. Somente entretenimento!