segunda-feira, 7 de julho de 2014

JULGUEM A PROFECIA, E NÃO O PROFETA!

É bem comum ouvirmos nos meios pentecostais e neopentecostais a orientação de que “devemos julgar as profecias, mas não os profetas”. Mas será que tal ensino é bíblico?

Entre os continuístas, o dom de profecia é extremamente importante. Paulo o inclui entre “os melhores dons” (1 Co 12:31; 14:1) e incentiva os cristãos de Corinto a buscá-la mais que ao dom de línguas. 

É necessário, entretanto, primeiramente fazer a devida distinção entre dom profético e inspiração bíblica. A inspiração cessou obviamente com o fechamento do cânon sagrado (livro de Apocalipse, por volta do ano 100 dC), mas o dom de profecia, assim como os demais dons do Espírito Santo (1 Co 12:8-11), a Bíblia não é clara em afirmar qualquer cessação, e por tal razão os continuístas creem em sua contemporaneidade. 

Nenhum detentor de dom espiritual de profecia deve se achar no poder de profetizar coisas superiores ao que está escrito, novas doutrinas e novas verdades, e nem a profecia tem o poder de diminuir ou decrescer, ou substituir, ou ab-rogar qualquer texto inspirado das Escrituras. E o crente que não tem tal dom deve ser ensinado que nenhuma profecia tem o poder de suplantar ou decrescer a Escritura; antes, a ela está inteiramente sujeita.

Entretanto, surgiu no seio da Igreja o ensino de que o profeta jamais deve ser julgado, mas somente a profecia. Entendo que este ensino seja nocivo à Igreja e contrário ao ensinamento bíblico.

Vejamos o que diz a Escritura (e eu sugiro que os textos apresentados sejam lidos em seu contexto, para melhor compreensão; os grifos, em maiúsculas, são meus):

Porém, o profeta que presumir, soberbamente, de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, O TAL PROFETA MORRERÁ” (Dt 18:20). Como isto é possível, se somente a PROFECIA deveria ser julgada?

E aquele profeta ou sonhador de sonhos [que tentou afastar Israel de Deus e de Seus caminhos] MORRERÁ, pois falou rebeldia contra o Senhor, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito, e vos resgatou da casa da servidão, para te apartar do caminho que te ordenou o Senhor, teu Deus, para andares nele: assim tirarás o mal do meio de ti” (Dt 13:5).

E disse Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta: Ouve, agora, Hananias: Não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. Pelo que, assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano MORRERÁS, porque falaste em rebeldia contra o Senhor. E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês” (Jr 28:15-17).

Cito apenas três textos da Escritura para mostrar que no Antigo Testamento tanto a profecia quanto o profeta deveriam ser julgados, e o falso profeta extirpado do meio do povo, com pena de morte. Há outros textos que demonstram o mesmo.

E no Novo Testamento?

Algumas evidências demonstram que, exceto no quesito ‘pena de morte’ os profetas estavam igualmente sujeitos a julgamento:

Acautelai-vos, porém, dos FALSOS PROFETAS, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores” (Mt 7:15  -- Sim queridos! No mesmo texto em que diz “não julgueis” Cristo manda julgar os falsos profetas, acautelando-se deles!).

Porque se levantarão falsos cristos, e FALSOS PROFETAS, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos” (Mc 13:22).

É interessante observar que Jesus não está nos mandando acautelarmo-nos das FALSAS PROFECIAS, mas sim dos FALSOS PROFETAS!

A mesma instrução encontramos nas cartas e no Apocalipse:

Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos FALSOS PROFETAS se têm levantado no mundo” (1 Jo 4:1).

Mas tenho contra ti que toleras que Jezabel, mulher QUE SE DIZ PROFETISA, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap 2:20)

No Apocalipse, Jesus demonstra sua indignação pelo fato de a Igreja tolerar e aceitar uma falsa profetisa em seu meio, com o pastor permitindo inclusive que ela ensinasse suas mentiras à Igreja! O julgamento, evidentemente, virá sobre a FALSA PROFETISA e seus seguidores:

E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se arrependeu. Eis que a porei numa cama; e sobre os que adulteram com ela, virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras; E FERIREI DE MORTE os seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e os corações; e darei a cada um de vós segundo as vossas obras” (Ap 2:21-23).

Em nenhum momento vemos Jesus ou os apóstolos nos mandando tomar cuidado com as FALSAS PROFECIAS, mas sempre contra os FALSOS PROFETAS!

Diante de tantos e tão claros ensinamentos da Escritura que afirmam que o profeta é responsável pelo que profetiza, e deve ser confrontado quando profetizar mentiras, de onde surgiu este falso ensino de que somente a profecia, e nunca o profeta, deve ser julgada? Certamente da imaginação fértil dos falsos profetas, que querem continuar profetizando mentiras sem ser incomodados, e que querem continuar usufruindo do status de 'profeta espiritual e infalível' no meio da Igreja!

Que ninguém vos engane com falsos ensinamentos, que visam proteger os falsos profetas e os falsos mestres! A Bíblia é nossa vara de medir, nosso prumo e nosso nível! Quando ouvirmos qualquer doutrina, profecia ou ensino, devemos confrontá-los com o que está escrito, sempre dando à Bíblia status superior a qualquer outra coisa! Os falsos ensinos, os falsos mestres e os falsos profetas devem ser identificados, severamente repreendidos e desprezados como profetas e mestres, por terem profetizado ou ensinado mentiras em nome do Senhor!

9 comentários:

  1. Excelente texto irmão Zilton. Concernente a não julgar o profeta e não a profecia, são apenas reflexo de um povo que apesar de ser crente em Cristo, muitas vezes não tem como regra de fé o ensinamento bíblico.

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  2. Onde esta escrito para nao julgar os ptofetas mais sum a profe
    sia

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    1. [1 Coríntios 14.29]. O apóstolo João fala que devemos “provar os espíritos”:

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    2. O apóstolo Paulo escreveu: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.” [1 Coríntios 14.29]. O apóstolo João fala que devemos “provar os espíritos”:

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  3. A paz do SENHOR meu caro. Não poderia, depois de ler este artigo, não comentar. Fico grata a Deus pela vida do irmão, e peço ao SENHOR que lhes abençoe. Com muita alegria passo a participar deste blog. Texto enriquecedor. Louvado seja Deus!!

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  4. Meu irmão , parabéns gostei muito de sua explanação, não poderia ler e não deixar um comentário aqui ! Fica na paz e Deus te abencoe !!

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